A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL (REFLEXÃO HISTÓRICA)

Por Ciro Toaldo | 30/12/2017 | História

O processo de Independência do Brasil deve ser compreendido desde os levantes das Conjurações Mineira (1789) e Baiana (1798), apesar de terem propósitos diferentes, tinha em sua essência à separação do Brasil de Portugal.

Entretanto, será com a presença de D. João VI (1808) que este processo emancipatório terá andamento, uma vez que o próprio rei da metrópole passa a viver na colônia e, com a Inglaterra passará a ter relações econômicas fortes (favoráveis à Inglaterra). A estrutura colonial sofre um impacto grande e com a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido (1815), a independência fica mais próxima. Obviamente que as Cortes Portuguesas se rebelam, exigem o regresso do rei a Portugal, mas seu filho, Pedro, fica e será com este que a independência irá se concretizar.

Um fato que também não deve ser esquecido foi a Revolução Pernambucana do ano de 1817, onde o nordeste pagava altos impostos e o comércio estava nas mãos de comerciantes portugueses, mal vistos pelos brasileiros. A maçonaria era a divulgadora de ideias revolucionárias, o governo reage, um coronel foi morto por soldados e as ruas de Recife foram tomadas pela multidão e comerciantes portugueses precisaram fugir. Por dez semanas Pernambuco viveu como um país independente do Brasil, mas D. João VI enviou tropas e liquidou com os rebeldes. Este é mais um episódio, pouco lembrado, dentro do contexto de nossa independência.  

Em que pese todo o contexto da separação, infelizmente nossa história continua sendo contada na visão tradicional, sem mencionar que ela esteve e continua nas mãos da classe poderosa, onde o filho de D. João VI, seguindo os ditames de políticos sequiosos de poder, traça uma independência nos moldes coloniais, ou seja, permanece a estrutura de dependência, seja na questão de mão-de-obra, onde o trabalho escravo tem continuidade, bem como países, especialmente a Inglaterra, continuam tendo seus privilégios econômicos que afetam o avanço econômico da nação. Foi uma independência que não contou com ação popular e teve um custo elevado para o Brasil.

Em razões dos argumentos apresentados acima, bem como da conduta de D. Pedro I, deveríamos romper com a velha tradição de este ser um herói da nação, observe esta pequena ‘quadrinha’ recitada desde a Educação Infantil:

Nas colinas do Ipiranga,

D. Pedro, o bravo Regente,

Transformou a nossa Terra

Num país independente!

            Este imperador, após a independência, mostrou a sua verdadeira face, rompe com os constituintes, faz contar na carta magna todo o poder maior para o imperador (poder moderador), manda matar Frei Caneca, perde a província da Cisplatina, envolve-se na sucessão do trono português, não aceita oposição e a revolta da população é geral, não tendo alternativa a não ser a abdicação em 07/04/1831 em favor de seu filho, com cinco anos incompletos.

Artigo completo: