A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
Por MONIQUE FERREIRA MONTEIRO BELTRÃO | 22/06/2017 | Educação
Alex Sandra Pereira dos Santos*
RESUMO
O presente artigo foi elaborado visando uma contribuição e reflexão para os profissionais da Educação, em relação à inclusão de alunos com Necessidade Educacionais Especiais (NEE), no que diz respeito a uma inclusão significativa, tendo como objetivo geral, refletir sobre a necessidade de uma inclusão significativa dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais. E como objetivos específicos, abordar a importância de uma inclusão significativa, para que a mesma não se torne exclusão. E destacar o papel da escola e do professor frente à inclusão de alunos com NEE.
PALAVRAS-CHAVE: Inclusão. Necessidades Educacionais Especiais. Reflexão.
INTRODUÇÃO
Em sala de aula, o professor pode encontrar uma grande diversidade de situações, incluindo as dificuldades relacionadas à inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Contudo, se faz necessário que o professor saiba diferenciar os distúrbios de dificuldades de aprendizagem, assim como as possíveis deficiências de seus alunos.
Assim, após se atentar com a grande diversidade de situações e fazer um primeiro diagnostico de sua turma, o professor poderá preparar suas aulas, escolhendo o melhor caminho para a inclusão desses alunos.
Não existe uma fórmula única para que a inclusão aconteça, deve-se levar em consideração que cada um possui uma necessidade diferente, cada um é único, o que pode dar certo com um, pode não dar certo com o o
DESENVOLVIMENTO
Ao iniciar-se a reflexão em relação à inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), se faz necessário entender alguns conceitos. Assim, de acordo como dicionário Aurélio (p. 334) inclusão significa o “ato de incluir, introduzir, inserir, pôr uma coisa dentro da outra”, mas vale destacar que a inclusão não é apenas inserir os alunos com NEE, não é somente garantir sua permanência física no espaço escolar, junto com os demais alunos, é garantir que os mesmos possam se desenvolver em seus aspectos físicos e cognitivos, levando sempre em consideração as especificidades de cada um.
Com isso, teremos uma inclusão significativa, incluindo todos no processo de aprendizagem, promovendo a socialização, interação e desenvolvimento de todos, fazendo com que a inclusão não se transforme em exclusão.
Partindo para outro conceito, o das Necessidades Educacionais Especiais, Scussel (2012, p. 4-6) relata que,O inicio dos estudos das Necessidades Educacionais Especiais partiu do conceito que os estudiosos tinham de criança com lesão cerebral. Mas [...] as Necessidades Educacionais Especiais ganham outra visão, além da visão neurológica, constatam-se a inferência da questão educacional, pois, na realidade, os investigadores observam uma variedade de problemas presentes em crianças de inteligência normal, que parecem intervir na aprendizagem.
Após as definições, observa-se que as Necessidades Educacionais Especiais englobam todas as possibilidades que possam intervir no desenvolvimento da aprendizagem, sendo elas as dificuldades físicas, dificuldades de aprendizagem, distúrbios de aprendizagem e deficiência de aprendizagem. Assim, a inclusão desses alunos, de acordo com Veríssimo (2014, p. 4) é
[...] a garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade, devendo esta se orientar por relações de acolhimento à diversidade humana, de aceitação das diferenças individuais, de esforço coletivo na equiparação de oportunidades de desenvolvimento, com qualidade, em todas as dimensões da vida.
A perspectiva de inclusão desses alunos é ofertada em atendimento na classe comum, juntamente com a atuação de um professor de educação especial, e nas salas de AEE (Atendimento Educacional Especializado), onde o professor de educação especial complementa o currículo, utilizando equipamentos e materiais específicos adequados sempre à necessidade de cada aluno.
Mas para que esse atendimento ocorra de modo significativo e que potencialize o desenvolvimento dessas crianças, Scussel (2012, p. 10) destaca que a uma “[...] necessidade do educador em se aprofundar nos estudos de cada característica para, então, poder auxiliar o aluno, bem como a família do mesmo”, isso para que não ocorra uma rotulação, ou até mesmo um equívoco em relação às necessidades de cada um.
A inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais é pautada por grandes fundamentos legais, que dão subsídios para a inclusão escolar. Dentre esses fundamentos estão a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 208, inciso III e Artigo 227. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96) em seu capítulo V, artigo 58, 59 e 60, o ECRIAD (Estatuto da Criança e do Adolescente 8069/90) em seu artigo 208-III.
Portanto, a escola deve favorecer o processo de inclusão, fazendo com que a estrutura educacional existente seja eficiente para atender a todos. A escola também deve se adequar quanto ao seu espaço físico, para que possa atender as necessidades de cada um.
Todos devem estar envolvidos no processo. E o professor é o profissional que de acordo com Scussel (2012, p. 1) “sempre deve procurar diferentes formas e diferentes focos de compreender e surpreender aqueles com os quais se relaciona e interage em seu contexto de vida”. Ele é o mediador do processo, por isso deve ser reflexivo, saber observar, investigar e analisar, para que se obtenham avanços, não só dos alunos com NEE, mas de todos os outros alunos.
É necessário dar a oportunidade do aluno se desenvolver, pois se o aluno nunca tem a oportunidade apropriada para que possa desenvolver suas capacidades, o mesmo torna-se “deficiente”, deixando de aprender e complementar o que já trás ancorado em sí, pois independente de suas limitações, não são folhas em branco, de alguma maneira possuem conhecimentos, basta que estimulem o desenvolvimento dele.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desse artigo foi trazer uma reflexão em relação à necessidade de uma inclusão significativa dos alunos com Necessidades Educativas Especiais, para que essa inclusão não se transforme em exclusão. E mostrar a importância da escola e do professor frente à inclusão desses alunos.
O presente artigo chama a escola e os professores a desenvolverem seu trabalho de modo significativo e reflexivo, para que possam potencializar o desenvolvimento desses alunos, que de alguma maneira necessitam de ajuda para que possam se desenvolver, tanto fisicamente, quanto cognitivamente, sendo capazes de se enxergar como cidadãos.
A inclusão dessas crianças é pautada em leis, que garantem o verdadeiro acesso e sua permanência nas escolas, garantindo assim seu bem estar e desenvolvimento.
Para que haja uma boa qualidade no atendimento a essas crianças, o professor deve colocar o aluno com Necessidades Educacionais Especiais como eixo central da sua atuação pedagógica, lembrando sempre que o mesmo esta amparado por leis que garantem sua permanecia na escola.
Um profissional reflexivo, observar, investigador, pode promover uma educação de qualidades para todos, tanto os ditos “normais” quanto aqueles que necessitam de atendimento especial para se desenvolverem.
Por se tratar de um tema amplo, deixo o presente artigo em aberto para futuras pesquisas relacionadas aos conceitos de dificuldade de aprendizagem, distúrbios de aprendizagem e deficiência de aprendizagem, que possuem várias descrições, causas, incluindo fatores hereditários e influências ambientais.
REFERÊNCIAS
Constituição Federal de 1988.
Dicionário Aurélio.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 9394/1996.
SCUSSEL, Denise Rodovalho. Necessidades Educacionais Especiais: o que são? Por quê? Como trabalhar? São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.
VERÍSSIMO, Ana Maria Roriz. Políticas Públicas em Educação Especial. Slide de apresentação, FESAV, 2013.
*Graduanda em Pedagogia pela Faculdade de Estudos Sociais de Viana – FESAV. Artigo publicado como avaliação na Disciplina de Didática I da Professora Doutora Monique Ferreira Monteiro Beltrão.