A imposição vem de qual lado da história?

Hodiernamente estamos lutando por um período da história que muitos almejam ser mercada positivamente. Apesar de estarmos vivenciando a democracia na segunda década do século XXI, muitos não compreendem a grande diversidade existente em nosso cotidiano e tendem a rejeitar. A adesão do ‘kit gay’ nas escolas públicas ocasionou uma grande agitação social negativa que, a meu ver, é algo desnecessário.

O governo federal desenvolveu o projeto Escola sem Homofobia com um dos objetivos: combater a homofobia. Todavia, acabou gerando mais reações homofobias entre a sociedade, o qual, intolerantes de forma pejorativa passaram a chamar de ‘kit gay’. Muitos alegaram que os materiais apresentavam conteúdos que interferissem na sexualidade. Argumento bastante pobre, visto que a sexualidade é algo bastante íntimo e acredito que ninguém tenha esse poder de interferência ou que um simples material que conscientize o significado de respeito para alunos de diferentes idades, na tentativa de eliminar o preconceito, não mudará a sexualidade de qualquer envolvido. Se um indivíduo é seguro em sua sexualidade, por que ele não pode aprender que o amor é independente do sexo e qualquer ser humano pode se apaixonar pelo mesmo sexo, vivendo em harmonia uns com os outros?

Muitos também alegam que esses materiais não podem ser apresentados as crianças, para não interferirem na “opção” sexual delas. Mas se os mesmo, alegam que a sexualidade é uma opção, por que todas as crianças tem que ser héteras? Assim, podemos observar uma imposição existente na sociedade, a qual já tem a sexualidade estabelecida com a heteronormatividade. Ocasionando neste convívio social, a opressão de indivíduos que não se encontram nesta sexualidade já definida.

Como foi dito antes, o que não entendemos temos tendência a rejeitar. O fato é, que o ‘kit gay’ apenas traz conscientização para o respeito ao próximo e acaba com esses discursos de ódio. Temos a total liberdade de se relacionar com quem escolhemos. E nesse contexto de homofobia que estamos inseridos representados por conservadores e fundamentalistas religiosos, nos levam novamente para o período da santa inquisição. E antes que essa caça às bruxas se agrave mais, proponho para alguns professores, alunos e pais de alunos que se permitam a respeitar a diversidade e descontruam seus discursos de ódio e ao invés de se afastar do que não conhecem, procurem se informar melhor sobre o assunto, para que vejam que toda essa forma de preconceito esta envenenado a sociedade. Vamos nos unir por um futuro melhor sem violência, para não retroceder para os antigos tempos.