A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Ana Paula Martins Fabricia Oliveira de Almeida Roseli Bernardo dos Passos
Por Ana Paula Martins | 17/11/2014 | EducaçãoA IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Ana Paula Martins
Fabricia Oliveira de Almeida
Roseli Bernardo dos Passos
RESUMO:
Os jogos e brincadeiras é uma característica primordial na vida das crianças, de grande importância, pois através delas, além de desenvolver sua própria identidade, sua capacidade psicológica, psicomotora, a criança consegue desenvolver também sua capacidade cognitiva, física, social, emocional e cultural. Objetivou-se com a revisão bibliográfica, elencar a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento da criança, sobretudo na educação infantil, onde os jogos e brincadeiras contribuem com mais facilidade para o processo de ensino e aprendizagem.
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Os jogos juntamente com a recreação e o lazer para o desenvolvimento da criança é considerado um exercício de fundamental importância, pois tem como objetivo prepará-la para uma vida adulta mais saudável. Esses exercícios têm por finalidade fazer com que os alunos descubram e desenvolvam as suas verdadeiras potencialidades e habilidades, aprendendo assim a incorporar valores, desenvolvendo sua própria autonomia, criatividade, coordenação motora, além de melhorar o seu raciocínio lógico, aumento de atenção e concentração e principalmente ensina a lidar com as derrotas e vitorias aprendendo a ganhar e perder (LOPES, 2000).
De acordo com Oliveira (1992) citado por Silva et. al. (2010), o brincar é considerado uma fonte de lazer, mas é, respectivamente, fonte de conhecimento; é esta dupla natureza que se leva a considerar o brincar parte integrante da atividade educativa. Além de possibilitar o exercício daquilo que é próprio no processo de desenvolvimento e aprendizagem, brincar é uma situação em que a criança constitui significados, sendo formada tanto para a assimilação dos papéis sociais e compreensão das relações afetivas que ocorrem em seu meio, como para a construção do conhecimento. O jogo e a brincadeira são sempre condições em que a criança realiza, constrói e se adapta de conhecimentos das mais diversas ordens. Eles permitem, igualmente, a construção de categorias e a ampliação dos conceitos das várias áreas do conhecimento. Neste aspecto, o brincar assume papel didático e pode ser explorado no processo educativo (SILVA ET AL., 2010).
JOGOS
O jogo infantil é uma atividade física e mental que tem um papel fundamental para o desenvolvimento da criança, pois através da inserção dele a criança pode vivenciar inúmeras maneiras de aprendizagem de forma integral e harmoniosa. A criança evolui com o jogo e o jogo da criança vai evoluindo paralelamente ao seu desenvolvimento, ou melhor, dizendo, integrado ao seu desenvolvimento. Portanto deve ser incluído nas atividades realizadas como uma estratégia de ensino indispensável para a obtenção de novos conhecimentos, propiciando assim melhor aprendizagem por meio de brincadeiras, descontração e alegria (CAMPOS, 2005).
Segundo Rosário Ortega citado por Murcia (2005), quando a criança joga, ela conhece e compreende melhor o mundo, constrói valores e princípios que servirão para sua melhor formação como individuo, ou seja, jogando a criança explora suas possibilidades corporais, interage com outros sujeitos e incrementa seu desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo social.
De acordo com Braga (1977), os jogos quando aplicados possuem valores que são de grande relevância para o desenvolvimento da criança, dentre eles:
- · Valor Físico, nas quais se trabalha as propriedades motoras como a força, a resistência, a velocidade, a flexibilidade o equilíbrio e a coordenação da criança além de suas habilidades motoras básicas como a corrida o salto.
- · Valor Intelectual faz com que a criança analise e enfrente seus desafios e diversidades de problemas, faça sua própria construção de respostas e alternativas, estimulando assim as suas funções cognitivas.
- · Valor Social, faz com que a criança se relacione e conviva melhor com outros sujeitos que com ela brincam, obtendo assim melhor convívio e ampliando o seu espaço social.
- · Valor Educacional, planejado por um adulto, faz com que crianças aprendam de forma intencional normas, valores e conteúdos.
Portanto ensinar por meio de jogos o educador desenvolve de forma mais interessante, tornando as atividades mais atraentes, descontraídas e dinâmicas, sendo que o jogo deve ser prazeroso para a criança, contribuindo assim para melhor formação de sua personalidade, bem como desenvolvimento de aspectos motor, intelectual, criativo, emocional, social e cultura da criança (PASQUALI et al., 2004).
BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A brincadeira ou ato de brincar é uma atividade natural, saudável garantida pela lei na declaração universal dos direitos da criança e pode ser encontrada em diversos grupos humanos, e em diferentes períodos históricos e estágios de desenvolvimento econômico. Considerado uma fonte de prazer para o dia-a-dia das crianças, como toda atividade humana, a brincadeira se estabelece na interação de vários fatores que marcam determinado momento histórico sendo transformado pela própria ação dos indivíduos e por sua produção cultural e tecnológica (OLIVEIRA, 2007).
Com a brincadeira a criança desenvolve a sua própria identidade, sua capacidade psicológica e psicomotora, projetando-se para o futuro por meio da imaginação. Portanto as brincadeiras ajudam a criança a ampliar a socialização, a fazer novas amizades e aprende a conviver respeitando o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo, além de desenvolver a criatividade e desenvolver suas potencialidades (OLIVEIRA, 2007).
A brincadeira e o jogo por ser uma atividade lúdica e gostosa estimulam o raciocínio e a imaginação, permitindo assim que a criança descubra diferentes comportamentos, situações, capacidades e limites. Devem ser realizada e aplicada de forma educativa, de modo que desperte nas crianças a sensação do prazer de estar fazendo a atividade sem se preocupar se será cobrado. Contudo, a brincadeira deve ser implantada de acordo com as necessidades e condições de cada criança, para que sejam obtidos na sua realização bons resultados. Sendo assim, aplicada de forma certa, levará a criança a adquirir conhecimento, porque é brincado que a criança se exercita e desenvolve as suas potencialidades (KISHIMOTO, 2006).
De acordo com Oliveira (2007), o ato de brincar e jogar para a criança não é apenas um momento de diversão, e sim também de educação, socialização, construção e desenvolvimento onde a criança aprende a participar das atividades, pelo prazer sem esperar algo em troca.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
O brinquedo é um instrumento educativo utilizado para dar suporte às brincadeiras, que são ações que a criança desenvolve ao realizar as regras do jogo. Segundo Kishimoto (2003), o brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens que invocam aspectos da realidade. Ao contrário do jogo, o brinquedo tem uma relação íntima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regra que organiza sua utilização.
Já as brincadeiras, é um processo de relações entre a criança e o brinquedo e das crianças entre si e com os adultos. É por meio dela que a criança pode desenvolver a sua própria liberdade e sua expressão, bem como sua criatividade ao manipulá-los. É na interação com os próprios brinquedos e o meio que as crianças vão construindo os seus conhecimentos, ou seja, através das atividades lúdicas dentro das suas variedades, elaborando e reelaborando (KRAMER, 1998).
De acordo com Oliver (2012), é por meio da brincadeira, que a criança pequena pratica capacidades nascentes, como as de representação o mundo e de distinção entre pessoas, possibilitadas especialmente pelos jogos de faz-de-conta e os de alternância respectivamente. Ao brincar, a criança compreende de forma mais objetiva as características dos objetos, sua funcionalidade, os elementos da natureza e os acontecimentos sociais. Contudo no mesmo momento a criança pode tomar o papel do outro na brincadeira, começando assim a perceber as diferenças perspectivas de uma situação, o que lhe facilita a elaboração do diálogo interior característicos de seu pensamento verbal (KISHIMOTO, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A infância é fascinante, durante a vida é neste período que exteriorizamos nossos sentimentos, nossas experiências e fundamentalmente nossa criatividade da forma mais espontânea que existe: BRINCANDO. Através do jogo a criança interage com a realidade e estabelece relações com o mundo em que vive.
Em um jogo, pode parecer que há um único vencedor, mas nestes jogos todos ganham. Não há quem consiga chegar ao fim de cada jogo sem ter aprendido um pouco mais sobre números e operações. Com a prática, há cada vez mais facilidade de cálculo e memorização de alguns conceitos importantes. Com isso, o objetivo de usar o jogo como um recurso pedagógico é alcançado. Os jogos são mais uma ferramenta de que dispomos para o ensino aprendizagem. Eles permitem aos alunos experimentar o “sabor” da descoberta, participando ativamente da construção do seu conhecimento. Relatos de experiência utilizando esta prática pedagógica mostram o sucesso da mesma. Em alguns casos, a disciplina de matemática passou a ser uma das preferidas dos alunos.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, Matemática, [Brasil, página 42], “... conhecer diversas possibilidades de trabalho em sala de aula é fundamental para que o professor construa sua prática. Dentre elas, destacam-se a História da Matemática, as tecnologias da comunicação e os jogos como recursos que podem fornecer os contextos dos problemas, como também os instrumentos para a construção das estratégias de resolução.” Essa prática é prazerosa pelo fato de que o relacionamento professor-aluno se faz em todos os momentos. A brincadeira acontece onde quer que a criança se encontre, independente do local. Basta um pequeno estímulo para que sua imaginação a leve para um mundo repleto de criatividade e movimento, expressando o seu interior. E por que não em sala de aula? Diariamente nos deparamos com os mais diversos tipos de relações e estas são inerentes ao meio em que vivemos.
O ser humano por sua natureza é expressivo, afetivo e relacional, mas muitas vezes, por algum motivo, essas qualidades são bloqueadas. É necessário trabalhar as emoções, independente da idade. Sendo nós, adulto, um educador, deveremos procurar ter consciência de suas limitações a fim de superá-las. Um adulto bem informado e preparado terá condições de intervir e proporcionar com maior intensidade o desenvolvimento da criança. E ter momentos maravilhosos de brincadeiras e aprendizado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Braga, C. F. Recreação e jogos: informações técnico-pedagógicas. Brasilia [s,n,], 1977,
CAMPOS, M. C. R. M., A importância do jogo na aprendizagem. (artigo publicado). 2005. Disponível em: http://www.psicopedagogiaonline.com.br Acesso em: 18 de Marc. 2013.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 7ª Ed. São Paulo: Cortez, 2003.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.). O jogo e a educação infantil. In: Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2006. p. 13-43.
KRAMER, S.; LEITE, M. I. F. P. (orgs.) Infância e produção cultural. Campinas-SP, Papirus, 1998.
Lopes, Maria da Gloria. Jogos na Educação: criar, fazer, jogar. 3ª Edição. São Paulo. Editora Cortez: 2000.
MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Tradução: Maria Adriana Veronese. Porto Alegre: Artmed, 2002.
Murcia, J.A.M. (Org.). Apredizagem através do jogo. Porto Alegre: Artmed, 2005.
OLIVER, Gabriella Chaves. A importância do brincar na Educação Infantil. Rio de Janeiro, 2012. 33 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Faculdade de Pedagogia, Universidade Veiga de Almeida, 2012. Pedagogia em Foco, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/>. Acesso em: 19 de mar. 2013.
OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação infantil: fundamentos e métodos. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
PASQUALI, G.F.; LAVISON, C.C.; MACHADO, R.L.B. A importância dos Jogos e Brincadeiras na Educação Infantil. Disponível em: <http:// www.slideshare.net/ce faprodematupa/artigo-cientifico-aimportanciadosjogosebrincadeirasnaei>. Acesso em: 19 mar. 2013.
SILVA, J.F.R.A.; CAIXETA, P.P.; Educação infantil: tempo de brincar, criar e recriar. 2010. 52p. Monografia (Graduação em Pedagogia), Unidade Universitária de Caldas novas, Universidade Estadual de Goiás, Caldas novas, 2011.