A IMPORTÂNCIA DOS DIVERSOS SABERES À FORMAÇÃO ACADÊMICO...
Por Fernanda Alves Vieira de Carvalho | 21/03/2017 | AdmA IMPORTÂNCIA DOS DIVERSOS SABERES À FORMAÇÃO ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE CONTADORES
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho pretende tratar dos sete principais saberes necessários à educação,
os quais, segundo Morin (2000), podem contribuir para o educador redefinir sua posição nas
instituições de ensino e nas relações com os estudantes, bem como a estrutura curricular, as
disciplinas e as avaliações. Tais saberes consistem em: as cegueiras do conhecimento: o erro e
a ilusão; os princípios do conhecimento pertinente; ensinar a condição humana; ensinar a
identidade terrena; enfrentar as incertezas; ensinar a compreensão; a ética do gênero humano,
e qual é a importância desses saberes na educação atual, uma vez que são problemas centrais
ou fundamentais que permanecem totalmente ignorados ou esquecidos e subestimados, mas
que são necessários para se formar a educação do futuro.
O texto de Morin (2000) tem o mérito de introduzir uma nova e criativa reflexão no
contexto das discussões que estão sendo feitas sobre a educação para o século XXI. O livro
propõe uma revisão nas práticas pedagógicas da atualidade, tendo em vista a necessidade de
situar a importância da educação na totalidade dos desafios e incertezas dos tempos atuais.
Seus capítulos expõem a genialidade, clareza e simplicidade do filósofo Morin, num texto
dedicado aos educadores, em particular, mas acessível a todos que se interessam pelos
caminhos a trilhar em busca de um futuro mais humano, solidário e marcado pela construção
do conhecimento.
O objetivo desse trabalho é demonstrar que os parâmetros curriculares devem ser
tomados com quem ensina e com quem aprende. São sete os saberes utilizados para o próprio
indivíduo se entender como sujeito em conhecimento.
Este trabalho está organizado em quatro partes: na primeira será abordada uma síntese
do livro a partir das respostas às perguntas segundo o edital; na segunda, será apresentada
uma resenha do livro Os sete saberes necessários a educação do futuro, de Edgar Morin; na
terceira parte será tratado entrevistas com profissionais formados em ciências contábeis; na
última parte breves considerações acerca do estudo realizado.
4
2 DISCUSSÃO E SÍNTESE DAS RESPOSTAS DADAS ÀS QUESTÕES DE
3.1.1.1 A 3.1.1.6
Morin (2000) aborda algumas insuficiências no processo de transmissão do
conhecimento, os quais ele denomina buracos negros. O primeiro que ele aponta, diz respeito
ao conhecimento em si, porque, naturalmente, o ensino fornece o conhecimento; porém,
apesar de sua crucial importância, nunca se ensina o que é, de fato, o conhecimento.
O conhecimento não é espelho da realidade, muito menos da verdade absoluta e do
mundo externo, mas sim a construção de linguagens e pensamentos que os caracteriza. O
conhecimento é importante, pois amplias as perspectivas e possibilita a “visão”, entretanto,
também o cega, uma vez que pode causar equívocos, e estimular decisões e pensamentos
errados, por não ser objetivo.
O conhecimento permite entender e conhecer o mundo, seu contexto e suas partes,
podendo diferenciar e, consequentemente, salientar imperfeições. É importante ensinar que o
conhecimento pode ser ilimitado, mas, ao mesmo tempo, pode ser segmentado em áreas e
características. Ele pode reformar o pensamento e mudar uma sociedade, e este ainda está
sujeito a mudanças. Por isso, é necessário que se aprenda o conhecimento, uma vez que ele
proporciona o diálogo com o outro, além do indivíduo adquirir habilidades de ouvi-lo e
questioná-lo.
As falhas no aprendizado do conhecimento são um problema de toda a sociedade e
cada membro deve leva-los em conta e explorar as possibilidades de erro para poder absorver
a realidade e compreender o todo.
É justamente o fato do conhecimento não ser totalmente baseado na realidade, que ele
está sujeito a erros e ilusões, consequentemente, subestima-los é um problema, pois o
reconhecimento deles não é visível e muito menos absoluto, podendo assim influenciar a toda
sociedade. A razão do erro da percepção, juntamente com o erro intelectual é a má
interpretação dos sentidos que é mais vulnerável ao erro, pois o ódio, amor e a raiva podem
nos cegar e influenciar nas decisões e pensamentos, sendo ao mesmo tempo prejudiciais e
benéficos ao conhecimento.
5
O fato é que não é possível distinguir a alucinação da percepção, a fantasia e o
imaginário. A mentira torna-se retórica, engana a si mesmo; sendo ela forte, permanente e
interminável fonte de erros e ilusões. Mas a memória também pode ser fonte de erros e
ilusões, pois ela tem tendência a selecionar e gravar é conveniente e apagar o que for
desfavorável, deformando as recordações, criando falsas lembranças que muitas vezes
julgamos ter vivido. Tendo com isso a memória que julgamos ser fonte da verdade também
está sujeita a erros e ilusões. Tais que também pode ser causados por algumas lógicas e
doutrinas, por serem fechadas e absolutamente convencidas da verdade e invulneráveis a
criticas de seus erros.
A condição planetária, sobretudo na era da globalização do século XX, em que tudo
está conectado, é um dos aspectos importantes sobre o que o ensino ainda não tomou
providencia. Entre eles esta a aceleração histórica e a quantidade de informações que não
conseguimos absorver. Assim foi criada uma consciência planetária que afirma que a
distância é fundamental para que possamos compreender melhor, mas com a alta aceleração
do mundo é quase impossível e a maior dificuldade tem sido essa. Não adianta reduzirmos
todos os problemas do planeta em um só, a fim de solucioná-los com mais eficiência, pois,
todos os problemas estão interligados uns aos outros.
O ser humano não pode ser percebido como apenas indivíduo, dissociado de sua
espécie ou da sociedade na qual está inserido. Ele é formado pela junção dos três elementos –
indivíduo-sociedade-espécie, que coexistem e se correlacionam mutuamente. Nesse sentido, a
ética indivíduo/espécie necessita do controle mútuo da sociedade pelo indivíduo e do
indivíduo pela sociedade. A ética não poderia ser ensinada por meio de lições de moral. Deve
formar-se nas mentes com base na consciência de que o humano é, ao mesmo tempo,
indivíduo, parte da sociedade, parte da espécie. O homem carrega esta tripla realidade. Desse
modo, cabe ao ser humano desenvolver, ao mesmo tempo, a ética e a autonomia pessoal (suas
responsabilidades pessoais), além de desenvolver a participação social (as responsabilidades
sociais), ou seja, envolvimento integral do gênero humano, pois se compartilha um destino
comum.
A antropo-ética instrui a assumir a missão antropológica do milênio: trabalhar para a
humanização da humanidade; efetuar a dupla pilotagem do planeta: obedecer à vida e guiar a
vida. Alcançar a unidade planetária na diversidade; respeitar nos outros as diferenças e a
6
identidade individual; desenvolver a ética da solidariedade e da compreensão; ensinar a ética
do gênero humano. Ela compreende a esperança na completude da humanidade, como
consciência e cidadania planetária, mas também aposta no incerto. Ela é consciência
individual além da individualidade.
Assim, a antropo-ética é importante para a educação, pois concorrerá para a formação
de um novo homem, consciente da necessidade de repensar a ordem vigente que está
degradando o planeta, o destino final.
7
3 ANÁLISE E SÍNTESE DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS
PROFISSIONAIS DE DIVERSAS ÁREAS DE CONHECIMENTO SOBRE A
IMPORTÂNCIA DOS DIVERSOS SABERES À SUA FORMAÇÃO
ACADÊMICA E SUA ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Ao serem questionados sobre os conteúdos e disciplinas que foram e são pertinentes
para sua atuação profissional, Rogério1
e Otacílio2 disseram que a formação específica no
geral, trata-se da capacidade formativa de nossa profissão, ou seja, todas as disciplinas
acadêmicas são importantes. Rogério1
destaca que para que ser um bom profissional nos
novos tempos, o fator humano é preponderante juntamente com as disciplinas, Ética e
Relações humanas são essenciais neste contexto. Como conteúdos complementares, não
podemos nunca deixar de nos aliar à área da tecnologia da informação, que sem sombra de
dúvida tem sido de grande valia para que a área de atuação seja mais bem explorada e
valorizada. Podendo contar também com as novas normas aplicadas para a contabilidade
internacional que fazem parte da realidade da profissão. (Informação verbal1
); (Informação
verbal2).
Segundo Márcio3, Poueri4
e Mauro5
as disciplinas mais pertinentes são: Filosofia,
Sociologia, Psicologia, Administração Geral, Teoria da Contabilidade, Contabilidade Fiscal e
Tributária. (Informação verbal3
); (Informação verbal4
) e (Informação verbal5
).
Alexandre
6
, Lauro7
e Gil8 afirmam que a Contabilidade de Custos, análises de
balanços e Auditoria, são as disciplinas que possuem maior peso na sua profissão.
(Informação Verbal6
); (Informação Verbal7
) e (Informação verbal8
1
Entrevista realizada com Rogério Cézar, contador, em 25 abr. 2013.
2 Entrevista realizada com Otacílio Lacerda, contador, em 01 maio 2013.
3 Entrevista realizada com Márcio Fernando, contador, em 15 abr. 2013.
4 Entrevista realizada com Poueri do Carmo, professor e consultor, em 05 maio 2013.
5 Entrevista realizada com Mauro Roberto, contador, em 13 abr 2013.
6 Entrevista realizada com Alexandre Augusto, contador, em 30 abr 2013.
7 Entrevista realizada com Lauro Wilson, contador, em 19 abr 2013.
8 Entrevista realizada com Gil Carlos, contador, 26 abr 2013.
9 Entrevista realizada com Rubens Miranda, professor e consultor, em 09 maio 2013.
10 Entrevista realizada com Jaime Lacerda, contador, em 06 abr 2013.
8
Rubens9 e Jaime10 abordam que todas as disciplinas são de igual importância, pois o
mercado exige uma maior especialização, novos conhecimentos e cada dia mais alternativas.
(Informação Verbal9
); (Informação verbal10).
As dúvidas e incertezas enfrentadas pelos contadores são os desafios da profissão, os
quais exigem decisões e ações imediatas. Rogério1 cita a famosa frase “correr atrás”,
independente da maneira e como se obter o resultado positivo, posicionando-se atrás da
solução. (Informação verbal1
).
Otacílio2
, Márcio3, Poueri4
e Alexandre
6
, afirmam que a pesquisa, o estudo e o
esclarecimento sobre tal, são os únicos meios de resolução. (Informação verbal2
); (Informação
verbal3
); (Informação verbal4
) e (Informação verbal6
).
Lauro7
e Rubens9
admiram a troca de informações com outros colegas contadores
sobre determinados assuntos que surgem no cotidiano de atuação no mercado, para reduzir as
incertezas. (Informação verbal7
) e (Informação verbal9
).
Gil8
e Jaime10 afirmam que procurar informações e melhorias de conhecimentos
diversos com o diálogo e o aprimoramento do geral é fundamental. (Informação verbal8
);
(Informação verbal10).
Mauro5 esclarece que resolve os problemas com muita tranquilidade, calma e
paciência. A Pesquisa, o raciocínio, o diálogo e o convívio entre as pessoas da mesma área
são bem esclarecedores. (Informação verbal5
).
O cotidiano proporciona informações sobre vários temas, inclusive de diversos setores
da atividade profissional. Rogério1 e Lauro7
citam a contabilidade como profissão global,
1
Entrevista realizada com Rogério Cézar, contador, em 25 abr. 2013.
2 Entrevista realizada com Otacílio Lacerda, contador, em 01 maio 2013.
3 Entrevista realizada com Márcio Fernando, contador, em 15 abr. 2013.
4 Entrevista realizada com Poueri do Carmo, professor e consultor, em 05 maio 2013.
5 Entrevista realizada com Mauro Roberto, contador, em 13 abr 2013.
6 Entrevista realizada com Alexandre Augusto, contador, em 30 abr 2013.
7 Entrevista realizada com Lauro Wilson, contador, em 19 abr 2013.
8 Entrevista realizada com Gil Carlos, contador, 26 abr 2013.
9 Entrevista realizada com Rubens Miranda, professor e consultor, em 09 maio 2013.
10 Entrevista realizada com Jaime Lacerda, contador, em 06 abr 2013.
9
atuando na área fiscal, de recursos humanos, de tributação, de apropriação de custos e na
contabilização em geral. O serviço diário é dividido em vários setores do escritório com
profissionais competentes, nascendo assim a globalização do curso. (Informação verbal1
);
(Informação verbal7
).
Alexandre6
diz que a importância da informação é justamente os diversos temas
tratados diretamente ou indiretamente na área, dando uma continuidade ao trabalho.
(Informação verbal6
)
Otacílio2
, Márcio3
, Poueri4
e Rubens9
, dizem que a informação é criteriosa, já que os
clientes são de diversos setores e estas informações diversificadas auxiliam na orientação
adequada a eles. Entretanto, disseram que o multiconhecimento ou conhecimentos gerais são
de fundamental importância, pois são mais usados no dia a dia. (Informação verbal2
);
(Informação verbal3
); (Informação verbal4
) e (Informação verbal9
).
Gil8
, Jaime10, Mauro5
dizem que a informação é de grande valia. O profissional precisa
estar bem informado sobre tudo ou quase tudo, pois fazem parte de uma área que possui
assuntos amplos. (Informação verbal8
); (Informação verbal10) e (Informação verbal5
).
O relato sobre as relações interpessoais com os colegas de graduação no processo de
formação acadêmica é de extrema importância. Rogério1, Otacílio2
, Márcio3
, Alexandre6
e
Rubens9
admiram a intensa interação com os colegas durante e após a graduação, pois a boa
convivência gera intimidade, assim o rendimento nos estudos é maior e por consequência a
dedicação. Assim, as dúvidas são retiradas com mais clareza. Após o curso a experiência é
bem vinda, consequentemente a motivação, o companheirismo e o incentivo são processos
determinantes. (Informação verbal1
); (Informação verbal2
); (Informação verbal3
); (Informação
verbal6
) e (Informação verbal9
).
1
Entrevista realizada com Rogério Cézar, contador, em 25 abr. 2013.
2 Entrevista realizada com Otacílio Lacerda, contador, em 01 maio 2013.
3 Entrevista realizada com Márcio Fernando, contador, em 15 abr. 2013.
4 Entrevista realizada com Poueri do Carmo, professor e consultor, em 05 maio 2013.
5 Entrevista realizada com Mauro Roberto, contador, em 13 abr 2013.
6 Entrevista realizada com Alexandre Augusto, contador, em 30 abr 2013.
7 Entrevista realizada com Lauro Wilson, contador, em 19 abr 2013.
8 Entrevista realizada com Gil Carlos, contador, 26 abr 2013.
9 Entrevista realizada com Rubens Miranda, professor e consultor, em 09 maio 2013.
10 Entrevista realizada com Jaime Lacerda, contador, em 06 abr 2013.
10
Poueri4
, afirma que sua turma foi bem significativa, pois todos assumiam o
compromisso de estudarem e se dedicarem ao curso. (Informação verbal4
)
Lauro9
afirma que os colegas possuem livre arbítrio durante a graduação, ampliando
assim a sua experiência com cursos extras, trocando companheirismo e experiência.
(Informação verbal9
).
Gil8
, Jaime10 e Mauro5
afirmam que as trocas de experiências, conhecimentos,
informações e interações entre os grupos de trabalhos, são superimportantes para o
crescimento de ambos, tanto durante a graduação, como depois. (Informação Verbal8
);
(Informação Verbal10) e (Informação Verbal5
).
Ao serem questionados sobre a sociedade empresaria e a função em que atua o
profissional contador, Lauro7
, Alexandre6 e Otacílio2 consideram que o contador hoje é peça
fundamental em uma empresa de pequeno, médio ou grande porte, devendo exercer as suas
atividades com dedicação, honestidade, pontualidade e competência. (Informação Verbal7
);
(Informação verbal6
) e (Informação Verbal2
).
Rogério1, Márcio3
, Gil8
, Jaime10 e Mauro5 mostram a imagem arcaica que o contador
possuía, de Tecnocrata. Na contemporaneidade o contador é visto como auxiliador na gestão
corporativa, pois detém uma grande quantidade de informações e de qualidade que
influenciam e auxiliam as tomadas de decisões. (Informação Verbal1
); (Informação Verbal3
);
(Informação Verbal8
); (Informação Verbal10
) e (Informação verbal5
).
Poueri4
, Rubens9
, não atuam na função empresarial, são professores da UFMG e do
IBMEC e atuam também na área de consultoria. Afirmam que o contador possui uma
1
Entrevista realizada com Rogério Cézar, contador, em 25 abr. 2013.
2 Entrevista realizada com Otacílio Lacerda, contador, em 01 maio 2013.
3 Entrevista realizada com Márcio Fernando, contador, em 15 abr. 2013.
4 Entrevista realizada com Poueri do Carmo, professor e consultor, em 05 maio 2013.
5 Entrevista realizada com Mauro Roberto, contador, em 13 abr 2013.
6 Entrevista realizada com Alexandre Augusto, contador, em 30 abr 2013.
7 Entrevista realizada com Lauro Wilson, contador, em 19 abr 2013.
8 Entrevista realizada com Gil Carlos, contador, 26 abr 2013.
9 Entrevista realizada com Rubens Miranda, professor e consultor, em 09 maio 2013.
10 Entrevista realizada com Jaime Lacerda, contador, em 06 abr 2013.
11
profissão de extrema responsabilidade e comprometimento, por isso possui a função de gestor
administrativo. (Informação Verbal4
) e (Informação Verbal9
).
A contabilidade contribui para o desenvolvimento pessoal de cada contador, e para
Rogério1 e Alexandre6
, tal desenvolvimento é representado em uma só palavra: Desafios. Os
quais alavancam e os estimulam a prosseguir, aliando assim entre eles aptidões que os
favoreçam. Diversos cursos complementares ligados à área de pessoas contribuíram e muito
para o desenvolvimento profissional e pessoal de ambos, em que puderam abrir novos
horizontes e interagir com diversos grupos de pessoas. (Informação verbal1
) e (Informação
verbal6
).
Para Márcio3, Poueri4
e Lauro7
a atuação da área profissional deve ser com muita
dedicação, presteza e colaboração com os colegas, clientes e terceiros que os procuram para a
prestação de serviços. No planejamento pessoal e financeiro utilizam diretrizes da
contabilidade, que está diretamente ligada à forma de agir, contribuindo assim positivamente
para um melhor controle e gestão dos recursos pessoais. (Informação verbal3
); (Informação
verbal4
) e (Informação verbal7
).
Otacílio
2
afirma que a cada dia recebe novas informações e isso o torna um
profissional com grandes conhecimentos. (Informação verbal2
).
Rubens9
afirma que a contabilidade contribui para a sua vida, quando ele percebe uma
realidade completamente diferente da que ele imaginava e esperava. (Informação verbal9
).
Gil8
, Jaime10 e Mauro5
afirmam que a contabilidade e a informação contribuem
consideravelmente para a interação e socialização entre as pessoas com as quais convivem.
(Informação verbal8
); (Informação verbal10) e (Informação verbal5
).
1
Entrevista realizada com Rogério Cézar, contador, em 25 abr. 2013.
2 Entrevista realizada com Otacílio Lacerda, contador, em 01 maio 2013.
3 Entrevista realizada com Márcio Fernando, contador, em 15 abr. 2013.
4 Entrevista realizada com Poueri do Carmo, professor e consultor, em 05 maio 2013.
5 Entrevista realizada com Mauro Roberto, contador, em 13 abr 2013.
6 Entrevista realizada com Alexandre Augusto, contador, em 30 abr 2013.
7 Entrevista realizada com Lauro Wilson, contador, em 19 abr 2013.
8 Entrevista realizada com Gil Carlos, contador, 26 abr 2013.
9 Entrevista realizada com Rubens Miranda, professor e consultor, em 09 maio 2013.
10 Entrevista realizada com Jaime Lacerda, contador, em 06 abr 2013.
12
Karl Marx afirma que os processos ligados à produção são transitórios como as ideias
e os conhecimentos e, portanto, transfere um conceito para o ambiente do profissional em
contabilidade, mostrando assim a sua importância. Márcio3
, Lauro7
e Otacílio2
afirmam que o
mundo esta em constante mudança e assim é necessário perceber, acompanhar e antecipar as
mudanças determinando o sucesso do profissional que atua no exercício de muitas profissões,
e na contabilidade essa percepção é fundamental, por atravessarem constantes transições em
todo momento. (Informação verbal3
); (Informação verbal7
) e (Informação verbal2
).
Poueri4
, Rogerio1
e Alexandre6
, acreditam que todos os processos ligados à produção,
assim como as ideias e o conhecimento, não são transitórios, mas consequências naturais do
desenvolvimento da raça humana com sua capacidade e de estarem buscando sempre algo a
mais que lhes dê a condição não de raça desenvolvida, mas sim de raça sempre em
desenvolvimento. (Informação verbal4
); (Informação verbal1
) e (Informação verbal6
).
Gil8
, Jaime10, Mauro5
e Rubens9
expressam que o conhecimento só é gerado pelos
novos conhecimentos, habilidades, necessidades e possibilidades geradas a cada trabalho e
área. Necessitando assim estarem sempre atualizados. (Informação verbal8
); (Informação
verbal10); (Informação verbal5
) e (Informação verbal9
).
Karl Marx afirma ainda que somos seres alienados, ou seja, produzimos muito, mas
não adquirimos nem crescemos com esses bens. Lauro7
, Otacílio2
, Rogério1, Poueri4
e
Rubens9
afirmam, com total certeza e convicção, que na área de atuação de cada um isso não
ocorre, pois procuram tirar proveito de todas as informações por eles geradas e a partir daí
tentam aprimora-las, adicionando mais qualidades a estas. (Informação verbal7
); (Informação
verbal2
); (Informação verbal1
); (Informação verbal4
) e (Informação verbal9
).
1
Entrevista realizada com Rogério Cézar, contador, em 25 abr. 2013.
2 Entrevista realizada com Otacílio Lacerda, contador, em 01 maio 2013.
3 Entrevista realizada com Márcio Fernando, contador, em 15 abr. 2013.
4 Entrevista realizada com Poueri do Carmo, professor e consultor, em 05 maio 2013.
5 Entrevista realizada com Mauro Roberto, contador, em 13 abr 2013.
6 Entrevista realizada com Alexandre Augusto, contador, em 30 abr 2013.
7 Entrevista realizada com Lauro Wilson, contador, em 19 abr 2013.
8 Entrevista realizada com Gil Carlos, contador, 26 abr 2013.
9 Entrevista realizada com Rubens Miranda, professor e consultor, em 09 maio 2013.
10 Entrevista realizada com Jaime Lacerda, contador, em 06 abr 2013.
13
Já Mauro5
, Gil8
, Márcio3
e Alexandre6
concordam, pois por parte do fisco são
obrigados a entregar vários processos de acessória, em que, quase sempre há a mesma
informação. (Informação verbal5
); (Informação verbal8
); (Informação verbal3
) e (Informação
verbal6
).
Porém Jaime10 parte do principio de que ao mesmo tempo em que adquirimos e
crescemos com esses bens, isso não influencia, pois a área contábil exige uma maior
especificação e divisão do trabalho, mostrando que o profissional não esta preso a um serviço
repetitivo e limitado. (Informação verbal10).
O processo de produção e reprodução da vida através do trabalho é para Marx, a
atividade humana básica. Sobre esse pensamento, Otacílio2
, Lauro7
, Poueri4
, Márcio3
e
Alexandre6
afirmam que: a base de um continuo desenvolvimento é um bom trabalho. Todo
ser humano tem a necessidade de desenvolver tarefas e se tornar um profissional,
independente da área de atuação. E para que a empresa desenvolva um bom trabalho, é
necessário funcionários, sócios, diretores de bem com a vida e que gostem e admirem o que
fazem. Na área contábil precisamos prestar um bom serviço e agradar aos nossos clientes,
para isso devemos ser bem humorados. (Informação verbal2
); (Informação verbal7
);
(Informação verbal4
). (Informação verbal3
) e (Informação verbal6
).
Jaime10, Mauro5
, Rubens
9
, Gil8
e Rogério1
afirmam que é preciso ter pensamentos,
sonhos e realizações, pois esta é a maneira mais cordial e honesta de conseguirem se
desenvolver no meio em que trabalham, facilitando a produção do trabalho e fazendo com que
ele não se torne apenas uma profissão, mas sim ser visto como relações informais e de
comunicação entre os indivíduos, com o propósito de mudança, adaptação e interação;
fazendo do trabalho uma atividade necessária. (Informação verbal10); (Informação verbal5
);
(Informação verbal9
); (Informação verbal8
) e (Informação verbal1
).
1
Entrevista realizada com Rogério Cézar, contador, em 25 abr. 2013.
2 Entrevista realizada com Otacílio Lacerda, contador, em 01 maio 2013.
3 Entrevista realizada com Márcio Fernando, contador, em 15 abr. 2013.
4 Entrevista realizada com Poueri do Carmo, professor e consultor, em 05 maio 2013.
5 Entrevista realizada com Mauro Roberto, contador, em 13 abr 2013.
6 Entrevista realizada com Alexandre Augusto, contador, em 30 abr 2013.
7 Entrevista realizada com Lauro Wilson, contador, em 19 abr 2013.
8 Entrevista realizada com Gil Carlos, contador, 26 abr 2013.
9 Entrevista realizada com Rubens Miranda, professor e consultor, em 09 maio 2013.
10 Entrevista realizada com Jaime Lacerda, contador, em 06 abr 2013.
14
4 RESULTADO DAS DISCUSSÕES INTERGRUPAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA
DOS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS E DOS SABERES PERTINENTES DOS
CONTEUDOS PROGRAMÁTICOS DAS DISCIPLINAS PERÍODO 1°
Os setes saberes necessários a educação do futuro aborda problemas específicos a
respeito da carência de sabedoria sobre a educação nos dias atuais, no qual é apresentado sete
erros e dificuldades enfrentados. O conhecimento é amplo e abrangente, por ser considerado
uma fonte de sabedoria e de entendimento. Entretanto nunca se ensina de fato o que é
conhecimento, pois não apresenta um conceito concreto e eminente.
A educação consiste num processo pelo qual a pessoa adquire novos
valores, reconstrói suas experiências e aumenta o grau de
compreensão sobre si próprio e sobre a realidade em que vive
(MOTTA, 1991, p.19).
Contudo, todo conhecimento comporta um risco a erros, incertezas e ilusões, e este
está sujeito a tais falhas por estar inserido em diversos e múltiplos contextos: o global,
multidimensional e a segmentação de conhecimentos específicos, que é o caso da área
contábil que é um conhecimento específico e limitado. Sendo assim, está sujeita a tais erros e
ilusões, pois está limitada e especificada nas áreas: lógica, ilógica, racional, irracional,
humanas e exatas.
A importância dos setes saberes necessários à educação do futuro é de extrema
importância não só nas matérias estudadas no 1o período, mas para a toda continuidade do
curso, pois ele ensina o questionamento, aprimoramento e identificação dos problemas.
Incentivando uma formação completa e aprofundada para o profissional contábil.
Nas áreas de gestão empresarial, logística, econômicas e humanas, a abordagem é
sistematizada, uma vez que a área empresarial tem como objetivo mostrar como é administrar
e gerenciar uma organização através de metas, objetivos, políticas e identidade humana. A
área logística engloba o todo, desde as ciências humanas, tais como a administração, a
economia, a contabilidade, a estatística e o marketing; ao comportamento humano, a maneira
de raciocinar, as condições de trabalho, distribuição de contas e formulação das mesmas ate
os custos e recursos cabíveis a empresa.
15
O conhecimento pertinente é aquele que tange a amplitude do conhecimento e que
valoriza suas dimensões. Sua falha reside na não organização da multiplicidade e consequente
embaraço de conceitos.
O mundo formado pelo ensino interdisciplinar evidencia que disciplinas de toda a
ordem ajudam no avanço do conhecimento, portanto são insubstituíveis. O conhecimento
fragmentado deve ser substituído por um modo de conhecimento capaz de apreender o seu
conjunto, pois o conhecimento só se torna pertinente se a educação o torná-lo evidente.
O conhecimento pertinente é a capacidade de saber colocar o conhecimento no
contexto das informações ou dos dados isolados insuficientemente. Para que adquiram sentido
é preciso situar informações e os dados em seu contexto. Sobre isso, Pascoal afirma
“considerando ser impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, tampouco conhecer o
todo sem conhecer as partes.” (apud MORIN, 2000, p.37).
Outro aspecto é ensinar a identidade humana (compreensão humana). Compreender
significa não ter somente um elemento de explicação, mas sim vários. A compreensão
humana aborda mais que isso, porque na realidade, ela comporta uma parte de identificação e
empatia.
A grande inimiga da compreensão é a falta de preocupação em ensiná-la. Uma vez que
vive-se em uma sociedade individualista que favorece o sentindo de responsabilidade
individual, que desenvolve o egocentrismo, o egoísmo e que alimenta a justificação dos seus
próprios atos e a rejeição ao próximo. Mas, promover essa compreensão pode facilitar com
que a sociedade se torne solidária e responsável. “Precisamos doravante aprender a ser, viver,
dividir e comunicar como humanos do planeta terra, não mais somente pertencer a uma
cultura, mas também ser terrenos.” (MORIN, 2000, p.76).
As ciências permitiram que se adquirissem muitas certezas, mas igualmente revelaram,
ao longo do século XX, inúmeras zonas de incerteza. A educação deveria incluir o ensino das
incertezas que surgiram nas ciências físicas. Será preciso ensinar princípios de estratégia que
permitiriam enfrentar os imprevistos, o inesperado e a incerteza, e modificar seu
desenvolvimento em virtude das informações adquiridas ao longo do tempo. A ideia do
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filósofo grego Eurípedes, que data de vinte e cinco séculos, nunca foi tão atual "o esperado
não se cumpre, e ao inesperado um deus abre o caminho" (apud MORIN, 200, p.79).
A educação deve conduzir a "antropo-ética", levando em conta o caráter ternário da
condição humana, logo, deve formar-se nas mentes com base na consciência de que o humano
é, ao mesmo tempo, indivíduo, parte da sociedade, parte da espécie. Carregamos em nós esta
tripla realidade. Desse modo, todo desenvolvimento verdadeiramente humano deve
compreender o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações
comunitárias e da consciência de pertencer à espécie humana. Partindo disso, esboçam-se
duas grandes finalidades ético-políticas do novo milênio: estabelecer uma relação de controle
mútuo entre a sociedade e os indivíduos pela democracia e conceber a Humanidade como
comunidade planetária. A educação deve contribuir não somente para a tomada de
consciência de nossa "Terra-Pátria", mas também permitir que esta consciência se traduza em
vontade de realizar a cidadania terrena (MORIN, 2000).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho abordamos os buracos negros da educação apontados por Morin (2000),
Concluímos que os sete saberes: as cegueiras do conhecimento; o erro e a ilusão; os princípios
do conhecimento pertinente; ensinar a condição humana; ensinar a identidade terrena;
enfrentar as incertezas; ensinar a compreensão e a ética do gênero humano ser colocados no
centro das preocupações quanto à formação de uma sociedade desenvolvida e ainda com
intuito de criar indivíduos críticos e mais bem articulados.
Este trabalho foi de extrema importância para o nosso conhecimento, visto que nos
permitiu identificar que a educação ainda carece de reparos, e que é um entrave a ser debatido
e decidido coletivamente nas organizações de ensino. Na prática propõe-se uma redefinição
dos currículos, bem como uma interdisciplinaridade, que passem, portanto, a integrar as
disposições dos saberes e propiciem a formação de uma sociedade apta a transmitir,
questionar e adquirir novos conhecimentos e saberes.
Por fim o conhecimento deve ser tratado como alem daquilo que se ensina, escuta ou
percebe, mas como algo a ser alcançado, questionado e não ser tratado como absoluto e
concreto, o que não é.
Ao pensarmos em Ciências Contábeis, e traçarmos uma analogia com a teoria do
conhecimento apresentada, concluímos que ampliar os campos e fontes do saber na área,
muito contribuirá para maximixar o potencial do profissional contábil.
A busca pelo conhecimento é uma constante e contínua, e não deve ser limitada, mas
prover uma interelação entre o específico e o abrangente.