A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA SUCESSÃO FAMILIAR

Por Mateus Frota | 14/12/2016 | Adm

RESUMO

Apesar de inúmeros estudos realizados sobre a sucessão na empresa tanto em grandes quanto microempresas, essa questão continua sendo uma das mais criticas enfrentadas pelas em presas familiares, a partir de contexto o referente trabalho tem como tema: A importância do planejamento para sucessão família, tendo como objetivo mostrar que o ato de planejar preveni conflitos e garante a estabilidade da empresa no mercado competitivo. O estudo direcionado a empresa boutique G em Massapê foi desenvolvido através de um estudo bibliográfico descritiva baseado em diversos autores renomados que fundamentaram a pesquisa, que divide-se em quatro capítulos no primeiro aborda: Empresa familiar características da empresa familiar, no segundo, processo sucessório plano de sucessão no terceiro faz-se uma breve estudo sobre processo sucessório, plano de sucessão e finaliza como tipos de sucessão. Para completar os estudos foram coletados dados através de questionário no intuito de discutir sobre o tema com o fundador, herdeiro e funcionários.


1. INTRODUÇÃO

Uma boa parte do mercado nacional é formado por empreendedores de sucesso, seguindo a linha da Gestão Familiar, assim sendo empresas familiares. Dividem-se em empresa de grande, médias e pequeno porte, ou grupos, que movimentam a economia. A pesquisa mostra que no Brasil há de 6 a 8 milhões empresas, sendo que 90% compõem-se de empresas familiares e, entre as pequenas e médias empresas estima-se que 99% sejam familiares (SEBRAE,2005).
Nas organizações familiares, a liderança é um fator chave para uma boa gestão e normalmente é realizada pelo grau hierárquico maior. Com isso honestidade, capacidade de delegar, comunicação, senso de humor, confiança, compromisso, atitude positiva, criatividade, intuição e capacidade de inovar são variáveis predominantes encontradas nesse tipo de organização. Com a falta dessas variáveis do futuro sucessor, o membro superior da família, pode apresentar desinteresse, com isso causando dificuldades na sucessão. Como mostra Um estudo de pesquisadores da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), envolvendo cem empresas familiares, concluiu que apenas 19% delas se preocupam em formar a nova geração, apesar de responderem por 70% do PIB da América Latina e 80% do setor produtivo brasileiro(Folha de S. Paulo 2008).
O processo sucessório em uma empresa familiar é uma fase que será inevitável no decorrer dos anos em de qualquer instituição. A partir do momento em que um empreendedor funda, lidera todo um conjunto de uma empresa, também há de existir um dia em que o mesmo tenha que sair de cena. E, consequentemente, é nessa hora que podem ocorrer tanto a continuidade do seu trabalho com sucesso para as gerações posteriormente, como também a destruição por falta de planejamento.
Apesar de inúmeros estudos realizados sobre a sucessão na empresa tanto em grandes quanto micro empresas, essa questão continua sendo uma das mais criticas enfrentadas pelas em presas familiares. Esse estudo analisa a importância do planejamento na sucessão nas empresas familiares e identifica como o uso do planejamento evita os conflitos existentes entre fundadores, herdeiros e funcionários.
O estudo direcionado a empresa Boutique G em Massapê mostra que durante o processo de sucessório é fundamental o diálogo e uma preparação para se tratar dessa transição de forma profissional, levando em consideração o sucesso e permanência da empresa.
5 O propósito geral deste trabalho é estabelecer as medidas para o momento certo da sucessão. Com isso os conteúdos apresentados fundamentam-se em materiais teóricos referentes à sucessão familiar. Uma pesquisa de campo foi realizada para analisar a realidade da empresa e a viabilidade de se implementar estrategicamente o processo sucessório.

2. REFERÊNCIA TEORICO

2.1 EMPRESA FAMILIAR

As empresas familiares precisam ter uma boa estrutura e contar com familiares que realmente estejam interessados em participar do desenvolvimento da mesma. A empresa no Plano de Sucessão Familiar, com os sócios fundadores, e/ou herdeiros e toda a linha de sucessão familiar e profissional. É um trabalho personalizado, que contém várias fases do processo sucessório considerando as práticas de governança e cultura da Empresa, do ponto de vista legal/tributário. É fundamental que os donos e/ou sócios conheçam e incorporem os valores da organização e, além disso, equilibrem três competências fundamentais: a técnica, a humana e a conceitual.

Martins et al. (1999) conceitua a empresa familiar com base na relação entre propriedade e controle. Assim, define como aquela em que um ou mais membros de uma família exerce(m) considerável controle administrativo sobre a empresa, por possuir (irem) parcela expressiva da propriedade do capital.
Existe estreita ou considerável relação entre propriedade e controle, sendo o controle é exercido justamente com base na propriedade. Leone (1992) trabalha seu conceito de Empresa Familiar agregando as três vertentes. A autora caracteriza a empresa familiar pela observação dos seguintes fatos: iniciada por um membro da família; membros da família participando da propriedade e/ou direção; valores institucionais identificando-se com um sobrenome de família ou com a figura do fundador e sucessão ligada ao fator hereditário.
Embora a condição de empresa familiar não esteja, necessariamente, ligada ao porte da empresa, a utilização em larga escala da mão-de-obra familiar é uma das principais características das PME's familiares.

2.2 CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA FAMILIAR

Para Passos et al. (2006), ao se tratar de empresas familiares, uma das características mais importantes é a interação entre as esferas de um sistema formado por três subsistemas: a família, o patrimônio e a empresa. Afirmam (2006) que investigar como eles se relacionam é passo fundamental no caminho a ser percorrido pela família empresária e, portanto no próprio plano de sucessão e sua continuidade.
Passos et al. (2006) defendem que na família deve-se lembrar que os herdeiros serão sócios da empresa e do patrimônio, com isto, não se pode descuidar do planejamento de sucessão e da continuidade. A interação dos três subsistemas que compõem a sociedade familiar, busca a geração do melhor caminho para o próprio planejamento da sucessão e da continuidade.
Neste contexto, empresa engloba lidar com variáveis como o "conflito" entre os envolvidos no processo de gestão. Desta forma, como se trata de uma variável que pode gerar.
O processo sucessório é definido por Macedo (2009) "como sendo a transferência de poder do dirigente máximo para outro líder da mesma família através das gerações". Para Lodi (1998)
"o processo sucessório nada mais é do que uma redistribuição do poder dentro da empresa".
Mas essa transferência de poder, nem sempre ocorre de maneira tranquila, devido à forte disputa entre os herdeiros, o que resulta muitas vezes em crises de difícil solução. O conflito familiar pode dificultar o processo sucessório, mas também há casos que podem transcorrer em perfeita harmonia, através de planejamento.Portanto a sucessão familiar, entendida como uma fase que termina com a transmissão do poder de decisão e da propriedade para a geração seguinte é um dos processos mais importantes e ao mesmo tempo mais críticos que uma empresa familiar deve realizar para garantir a continuidade nas mãos da família empresária.

2.3 PROCESSO SUCESSÓRIO

O processo sucessório representa um dos momentos mais importantes para que se otimize a continuidade da empresa familiar, não sendo um processo rápido (OLIVEIRA, 2006). Para que a sucessão aconteça, Leone (2005) defende que é necessário que haja um planejamento da sucessão, pois, por um lado, o sucessor deve se preparar para o cargo e por outro, o sucedido deve tornar esse processo mais claro, informando aos familiares detalhes de como está o encaminhamento para escolha do sucessor.
7 O processo sucessório é uma fase em que é preciso se ter grande cuidado quanto à sobrevivência e a continuidade das empresas familiares, de forma a não comprometê-las (COSTA; LUZ, 2003). São dois os tipos de sucessão, e cada um deles pode variar de acordo com as características de cada empresa.

2.3.1 PLANO DE SUCESSÃO

Bernhoeft (1995), Lodi (1978), os autores citam que para perpetuação da sociedade familiar deverá ser considerado a realidade dos grupos familiares a partir deste pressuposto o autor destaca que devem partir de alguns princípios enumerados. Dessa forma pode-se começar a entender onde estão os processos que não dão resultado, tentar se possível amenizá-los, e os pontos onde já se reconhece como sucesso, aperfeiçoá-los.
De acordo com Gonçalves (2002), desenvolver um plano de ação com a Empresa para a transição de comando, visando profissionalizar toda a linha sucessória e demais lideranças, no processo para administração da gestão. A transparência e divulgação do processo de transição garantirão sob medida, os resultados previstos e elaborados.
O papel da família, como representação dos interesses é importante ao mesmo tempo em que deixa suas características no ambiente de trabalho, seja na organização, nos relacionamentos, nos valores. São esses aspectos que fazem das organizações familiares diferentes em sua gestão.

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