A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO NA ÁREA DE GESTÃO DE PESSOAS

Por Renata Meneghini | 16/10/2017 | Psicologia

INTRODUÇÃO A prática psicológica organizacional deve contar com seleção e recrutamento, cargos e salários, análise de perfil, avaliação, treinamento, etc.. Ao deparar-se com o ambiente de trabalho o aluno precisa pesquisar o acontece in-locus antes de realizar qualquer afirmação sobre as pessoas e o espaço social, intelectual e emocional. É importante observar na instituição o ambiente físico e social ou psicológico, tal como Chanlat (1994) coloca, se as relações são construídas de acordo com o Homo Economicus, Simbolicus, Humanus, demonstrando se há valorização das pessoas e suas particularidades, ou apenas da execução de tarefas. As práticas organizacionais pedem objetividade, força de trabalho, clareza, liderança e reconhecimento, bem como boa comunicação, relações interpessoais positivas e adaptabilidade. Entretanto não devemos agir segundo a teoria mecanicista onde executam-se técnicas em busca de respostas certas (Chiavenatto, ....... O contexto organizacional é muito mais que isto, ele envolve seres humanos biopsíquicos- sociais convivendo em um ambiente complexo, onde há o embate das relações em busca de resolução de problemas, metas e interesses econômicos e culturais (Fiorelli, 2014). Neste cenário à Psicologia Organizacional que deixou de tratar a gestão de pessoas de maneira mecanicista para atentar-se às pessoas e suas características específicas, busca valorizar o recurso humano perante outros recursos disponíveis. Segundo a Profª Maria Tereza Leme Fleury a gestão invovadora implica a superação do modelo Taylorista da separação dos que pensam e executam para entrar num processo coletivo do pensar e aprender. Para isto é necessário criar-se um ambiente de trabalho em equipe, autonomia delegada, diminuição dos níveis hierárquicos, abrindo para o desenvolvimento da co-responsabilidade em busca de objetivos comuns. Segundo Rosa Maria Fischer (1992), é necessário preocupar-se como as organizações estão buscando mudanças e que processos utilizam para reflexão sobre o desenvolvimento das pessoas, a capacidade de internalizarem os valores transformandoos em ações concretas. A mudança na organização não pode derrubar por terra a identidade já existente, mas investindo-se no modelo que existe, criando-se um processo gradual de reflexão. Atualmente nas organizações é preciso pensar em gestão de pessoas e não apensas em um departamento pessoal executor de tarefas e controle centralizado; gerir 3 pessoas envolve participação e conhecimento. A gestão de pessoas envolve espaço para o desenvolvimento de um colaborador participativo cooperativo, que tenha maior autonomia e facilidade de interação e decisão. Desse modo é preciso haver a valorização das pessoas que formam um capital intelectual. Alguns autores como Fernanda Sovienski e Robson Stigar partem da premissa humanística de que “o ser humano é o sujeito, fundamento e fim da vida social”, sendo necessário reconhecer o potencial das pessoas para os objetivos da instituição. O treinamento é a melhor maneira de desenvolver o potencial humano de modo que contribua para o indivíduo e a organização, ele depende da necessidade institucional, dos recursos disponíveis. Vale no treinamento criar nas equipes uma consciência profissional, resgate da auto-estima intervindo nos próprios ambientes de trabalho. O trabalho começa com divulgação de objetivos, coleta de dados, feedback e reavaliação constante das práticas. Com isto espera-se que as pessoas tenham consciência de deveres e direitos, participando ativamente do processo organizacional, com comprometimento, transparência, colaboração, comunicando-se e fazendo diferença na equipe. De modo algum espera-se que esta vertente da Psicologia Organizacional dê conta de toda a demanda existente na empresa, mas somando-se às outras partes, se complementem e ajudem na integração dos múltiplos fatores existentes neste contexto. O objetivo deste estágio foi colocar os estagiários de 4º de Psicologia da Universidade de Taubaté (período noturno) em contato com seleção (entrevistas, dinâmicas de grupo e testes) e treinamento de equipes. O enfoque foi treinamento, pautado na dialética – onde a relação entre sujeito e objeto é dinâmica, valoriza a contradição do fato observado e da atividade criadora do sujeito (oposições entre o todo a parte e os vínculos do saber e do agir); vincula-se ainda a uma visão sistêmica da organização estudada, solidificando um olhar para o recurso humano dotado de razão, inteligência, emoção e sentimentos. Espera-se que o aluno, ao assumir o recurso humano de uma organização possa empenhar-se em promover, planejar, coordenar atividades de seleção, orientação, avaliação do desempenho, capacitação e qualificação funcional e comportamental; se desenvolva quanto a visão sistêmica da organização, trabalho em equipe, adaptação e flexibilidade, iniciativa e dinamismo.

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