A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Por alessandra aparecida avelino dos santos custodio | 14/02/2025 | Educação

 

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL


 


 

Andrea Barreto Rodrigues 


 

Resumo

O estágio curricular na formação de professores para a Educação Infantil é um elemento indispensável para a articulação entre teoria e prática, possibilitando ao futuro docente vivenciar a complexidade do ambiente escolar e construir sua identidade profissional. Fundamentado em autores como Pimenta e Lima (2012), Freire (1996) e Tardif (2002), o texto explora o estágio como um espaço de reflexão crítica e ressignificação das práticas pedagógicas, especialmente em um contexto historicamente marcado pela desvalorização da Educação Infantil, conforme apontado por Kramer (2011). A Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) reforça a relevância dessa etapa educacional, destacando aspectos como o brincar e as interações, que o estágio permite vivenciar na prática. Assim, conclui-se que o estágio não é apenas uma exigência curricular, mas um momento formativo essencial para preparar professores éticos, sensíveis e comprometidos com a promoção de uma educação infantil de qualidade e transformação social, a qual será tratada por meio de uma revisão bibliográfica trazendo considerações e conceitos sobre o tema.


 

Palavras-chave: Estágio Curricular. Educação Infantil. Professores. 


 

Introdução 


 

O estágio docente é uma etapa crucial na formação de professores, desempenhando um papel fundamental na integração entre teoria e prática, onde esta fase não apenas permite que os futuros educadores coloquem em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do curso, mas também oferece uma oportunidade valiosa para moldar e afirmar a identidade profissional dos professores, especialmente no contexto da Educação Infantil e compreender a importância do estágio e suas implicações na construção da identidade docente é essencial para aprimorar a formação de educadores e garantir a qualidade da educação oferecida às crianças pequenas.

A formação integral do docente é um aspecto fundamental para a qualidade da educação, especialmente no contexto da educação infantil, onde as bases do aprendizado são estabelecidas, sendo nesse cenário, o estágio emerge como uma experiência essencial, que vai além de um mero requisito curricular. Ele se configura como um espaço privilegiado para a articulação entre teoria e prática, permitindo que os futuros educadores desenvolvam não apenas habilidades pedagógicas, mas também uma identidade profissional sólida. 

A vivência do cotidiano escolar possibilita aos estagiários observar e interagir com as dinâmicas sociais e educativas que permeiam a infância, promovendo uma reflexão crítica sobre sua prática docente. Assim, o estágio se torna um componente vital na formação de professores, capacitando-os a atuar com empatia e responsabilidade, e preparando-os para os desafios de sua futura profissão. Portanto, compreender a importância do estágio na formação docente é fundamental para a valorização da educação infantil e para a construção de uma prática pedagógica consciente e transformadora.

Os estágios são uma parte importante da formação inicial de professores, especialmente na educação infantil, e são reconhecidos como uma plataforma válida para troca de ideias e práticas. Este programa de treinamento proporciona aos futuros professores experiência real em um ambiente escolar, o que ajuda a criar o aprendizado e a reflexão necessários para construir sua identidade profissional. Segundo Libâneo (2013), a docência é um lugar onde o conhecimento sobre as ciências pedagógicas pode ser transferido, estudado na universidade, realizado trabalho prático em sala de aula, sendo uma base necessária para a formação de professores com capacidade de pensamento e mudança

Nos anos iniciais, na Educação Infantil, a necessidade de treinamento é clara, porque nessa área os professores não só precisam ser tecnicamente qualificados, mas também devem ser atenciosos ao atender às necessidades das crianças. Segundo Kramer (2011), o jardim de infância é um lugar único para aprendizagem e socialização, e o professor atua como um facilitador no desenvolvimento da criança. Nesse caso, futuros professores podem ver e experimentar métodos de ensino que ajudam a construir relacionamentos positivos e a criar um ambiente de aprendizagem divertido e significativo, configurando uma oportunidade para os alunos refletirem sobre seu trabalho acadêmico e as reais necessidades da indústria, ao qual segundo Nóvoa (1992), o ensino identitário não é algo fixo, mas é construído ao longo do tempo, a partir da experiência, da reflexão e da interação com o contexto escolar. 

Assim, durante o treinamento, os futuros professores têm a oportunidade de integrar os valores, crenças e práticas que orientam seu trabalho e estabelecem a base de seu trabalho como professores no momento de criar e definir um plano de ensino. Ao vivenciar situações reais da vida escolar cotidiana, enfrentando os desafios, situações e aspectos únicos do trabalho com crianças, você ganhará não apenas habilidades técnicas, mas também segurança e clareza em seus programas educacionais. Dessa forma, a formação de professores será fortalecida, oportunizando a formação de professores comprometidos com a educação de qualidade, conforme previsto no Referencial Curricular Nacional (BNCC, 2017).


 

Desenvolvimento 


 

A formação docente é um processo complexo e multifacetado, que exige a articulação entre teoria e prática. Nesse contexto, o estágio assume um papel fundamental, não apenas como um componente curricular, mas como uma experiência formativa que contribui para a construção da identidade do professor de educação infantil. A relevância do estágio na formação de professores se manifesta em diversas dimensões, incluindo a vivência prática, a reflexão crítica e a interação com a realidade escolar.

Em primeiro lugar, o estágio proporciona ao futuro educador a oportunidade de vivenciar o cotidiano escolar. Segundo Tardif (2002), a prática docente deve ser alimentada por experiências concretas que permitam ao professor compreender o ambiente em que atuará. Essa imersão não apenas facilita a aplicação de teorias aprendidas em sala de aula, mas também possibilita a observação de dinâmicas sociais, culturais e pedagógicas que influenciam o aprendizado das crianças. Assim, o estágio se torna um espaço de aprendizagem ativa, onde o futuro docente pode experimentar e adaptar diferentes abordagens pedagógicas.

O estágio supervisionado oferece ao futuro professor a oportunidade de integrar os conhecimentos teóricos adquiridos durante o curso com as práticas vivenciadas no cotidiano escolar. Trata-se de um momento único para observar, planejar, executar e refletir sobre as atividades pedagógicas, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de competências profissionais e para o fortalecimento de uma postura crítica e reflexiva frente às demandas educacionais (LIBÂNEO, 2013, p. 174).


 

Além disso, o estágio é um momento propício para a reflexão crítica sobre a prática pedagógica e de acordo com Pimenta e Lima (2012), a reflexão é um elemento essencial na formação docente, pois possibilita ao professor entender suas ações, avaliar suas escolhas e repensar sua prática. Essa reflexão crítica durante o estágio permite que os educadores em formação construam uma identidade profissional mais sólida, baseada em experiências reais e no diálogo constante entre teoria e prática. Ao confrontar suas expectativas com a realidade escolar, os futuros professores desenvolvem um olhar crítico que é crucial para sua atuação na educação infantil.

Entretanto, a fragmentação entre teoria e prática é um desafio comum nos cursos de formação de professores, onde muitas vezes, os cursos de Pedagogia enfocam teorias prescritivas e metodologias que são aplicadas somente no estágio, o que pode resultar em uma lacuna significativa entre o conhecimento acadêmico e a realidade prática das salas de aula. No entanto, o estágio surge como um momento privilegiado para superar essa fragmentação, oferecendo um espaço onde os futuros professores podem experimentar a aplicação concreta de suas competências teóricas (Drumond, 2019).

Neste ambiente, eles têm a oportunidade de refletir sobre suas práticas, fazer ajustes e construir um entendimento mais profundo sobre o papel do educador. No contexto da Educação Infantil, o estágio é ainda mais relevante devido às características específicas desse nível de ensino. A formação de professores para a Educação Infantil exige uma abordagem diferenciada que respeite as peculiaridades e os direitos das crianças pequenas. 

O estágio por sua vez, permite que os futuros professores vivenciem essas particularidades, desenvolvendo estratégias pedagógicas que são sensíveis às necessidades e interesses das crianças. Essa experiência prática é crucial para a construção da identidade docente, pois ajuda os estagiários a internalizar os valores e práticas que definem a profissão de educador infantil.

Outro aspecto importante a ser considerado é a construção da identidade profissional do docente. O estágio não apenas fornece experiências práticas, mas também promove a socialização com colegas, professores supervisores e a comunidade escolar. Segundo Nóvoa (1992), a identidade do professor é moldada por suas experiências, interações e pela cultura da escola onde atua. Dessa forma, o estágio se configura como um espaço de troca e construção de saberes, onde o futuro professor começa a delinear sua identidade, reconhecendo-se como um agente de transformação na educação infantil. Assim, 

A identidade profissional dos professores não é um dado estático, mas um processo dinâmico que se constitui ao longo da formação inicial e continuada. Durante o estágio, os futuros docentes vivenciam situações reais que desafiam suas concepções iniciais e promovem a reconstrução de valores e práticas. É nesse contexto que os professores começam a dar sentido à sua profissão, compreendendo o impacto de seu papel na formação dos alunos e na transformação da sociedade (Nóvoa, 1992, p. 25).


 

Assim, a experiência do estágio é vital para a formação de professores competentes e comprometidos. Através da vivência prática, da reflexão crítica e da construção da identidade, os futuros educadores se preparam para enfrentar os desafios da profissão. Como afirma Freire (1996), a educação é um ato de amor, e é fundamental que os professores desenvolvam uma identidade que os permita atuar com empatia, ética e responsabilidade. Portanto, a valorização do estágio na formação docente é imprescindível para a formação de educadores que compreendam e respeitem a singularidade da educação infantil.

Diante do contexto, o estágio desempenha um papel crucial na formação do professor de educação infantil, contribuindo para a articulação entre teoria e prática, promovendo a reflexão crítica e favorecendo a construção de uma identidade profissional sólida. Essa experiência não deve ser encarada apenas como um requisito curricular, mas como uma oportunidade essencial para o desenvolvimento de uma prática pedagógica consciente e transformadora.

Segundo Pimenta (2012), o estágio também é um espaço de formação contínua, onde os futuros professores podem explorar diferentes abordagens pedagógicas e métodos de ensino. Ao interagir com crianças, observar seu comportamento e responder a suas necessidades, os estagiários têm a oportunidade de construir uma prática pedagógica que é adaptada às realidades do ambiente escolar. Esse processo de adaptação e ajuste é essencial para o desenvolvimento de uma identidade docente sólida e eficaz. 

Assim, a experiência prática permite que os professores em formação compreendam melhor como equilibrar teoria e prática, e como personalizar seu ensino para promover um ambiente de aprendizagem enriquecedor. Além disso, o estágio proporciona um contato direto com a realidade das instituições educativas, revelando os desafios e as complexidades do trabalho com crianças pequenas (Drumond, 2019).

Este contato é fundamental para que os futuros professores desenvolvam uma compreensão realista e crítica de suas futuras responsabilidades. Portanto, a reflexão sobre essas experiências ajuda a consolidar a identidade profissional dos estagiários, permitindo que eles reconheçam e valorizem as competências necessárias para a docência na Educação Infantil.

A formação docente para a Educação Infantil exige uma articulação entre teoria e prática, sendo o estágio curricular um componente essencial nesse processo. Ele representa um momento ímpar na formação inicial, permitindo que o futuro professor experimente a realidade escolar, desenvolva saberes específicos e construa sua identidade profissional. Essa experiência é fundamental para preparar o educador para lidar com as peculiaridades dessa etapa educacional, marcada pela especificidade das interações e práticas pedagógicas voltadas ao desenvolvimento integral das crianças.

De acordo com Pimenta e Lima (2012), o estágio deve ser compreendido como um espaço privilegiado de articulação entre os conhecimentos acadêmicos e a prática pedagógica. Ele vai além da simples observação ou aplicação de técnicas; constitui-se como um momento formativo que possibilita ao estudante refletir sobre a profissão docente. Assim, 

O estágio, mais do que um momento de aplicação de técnicas ou de reprodução de práticas previamente aprendidas, deve ser compreendido como uma atividade reflexiva e investigativa. Nele, o futuro professor se depara com a realidade complexa e dinâmica da escola e da sala de aula, sendo desafiado a articular os conhecimentos teóricos adquiridos durante a formação inicial com as demandas concretas da prática pedagógica. Essa vivência permite não apenas a formação de competências, mas também a construção de uma identidade profissional fundamentada na ética, na autonomia e no compromisso com a educação de qualidade (Pimenta; Lima, 2012, p. 45).


 

Logo, no contexto da Educação Infantil, essa reflexão é ainda mais relevante, considerando que essa etapa é frequentemente marcada pela subvalorização histórica e social, como também pontua Kramer (2011), que identifica na política educacional brasileira uma desvalorização crônica das práticas voltadas à infância. Dessa forma, o estágio emerge como uma oportunidade para resignificar essas concepções e compreender a relevância do trabalho pedagógico com as crianças pequenas.

Freire (1996) ressalta, em Pedagogia da Autonomia, que a prática educativa deve ser fundamentada na ética, na autonomia e na reflexão crítica. Esse princípio aplica-se diretamente ao estágio, pois é nele que o futuro docente vivencia situações concretas da sala de aula e começa a consolidar uma postura reflexiva e investigativa. Essa postura é indispensável para enfrentar os desafios do cotidiano escolar e para adaptar a prática pedagógica às necessidades das crianças, respeitando suas singularidades e o contexto em que estão inseridas. Nesse sentido, o estágio não é apenas um momento de aplicação de teorias, mas também de transformação e construção de saberes.

Segundo Tardif (2002), os saberes docentes são construídos em diferentes esferas, incluindo a formação inicial, a prática e as experiências pessoais. O estágio funciona como um catalisador que integra essas diferentes dimensões, permitindo que o futuro professor aprofunde sua compreensão sobre o papel do educador na Educação Infantil. Ao lidar com situações reais, o estagiário tem a oportunidade de experimentar as práticas pedagógicas, refletir sobre elas e ajustá-las às necessidades dos alunos, contribuindo para a formação de uma identidade profissional sólida e coerente. Essa identidade não se dá de maneira espontânea, mas é construída gradualmente, conforme o educador consolida suas crenças, valores e práticas.

A Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017) reforça a importância de uma formação docente voltada para o desenvolvimento integral das crianças na Educação Infantil, destacando aspectos como o brincar, as interações e a valorização das experiências infantis. O estágio, nesse contexto, assume um papel central, pois permite que o futuro professor vivencie e compreenda essas diretrizes na prática, desenvolvendo competências necessárias para planejar e implementar propostas pedagógicas significativas e alinhadas aos direitos de aprendizagem das crianças.

Além disso, o estágio contribui para que o estudante desenvolva uma visão crítica sobre o sistema educacional e as políticas públicas voltadas para a infância. Como apontado por Nóvoa (1992), a formação docente deve promover uma análise aprofundada das condições de trabalho dos professores e das estruturas institucionais em que estão inseridos. Essa compreensão é essencial para que o futuro educador possa atuar de maneira consciente e comprometida, contribuindo para a valorização da Educação Infantil como um direito fundamental e uma etapa crucial do desenvolvimento humano.

Libâneo (2013) argumenta que a formação docente precisa estar alicerçada em uma didática que integre os diferentes saberes pedagógicos e privilegie a prática reflexiva. Nesse sentido, o estágio proporciona ao futuro professor a oportunidade de experimentar a complexidade do trabalho docente, que vai além da simples transmissão de conteúdos. Ele aprende a planejar, executar e avaliar práticas pedagógicas, sempre considerando o contexto sociocultural das crianças e a importância das interações afetivas no processo de ensino-aprendizagem.

Drumond (2019) também destaca que o estágio na Educação Infantil permite ao futuro professor compreender as particularidades dessa etapa, como o trabalho com o brincar, as interações e as relações com as famílias. Essas experiências são fundamentais para que o educador desenvolva uma prática pedagógica que respeite a especificidade da infância, promovendo o desenvolvimento integral das crianças em todas as suas dimensões: física, cognitiva, emocional e social.

Em conclusão, o estágio curricular desempenha um papel indispensável na formação do professor de Educação Infantil, contribuindo para a construção de sua identidade profissional e para a consolidação dos saberes necessários à prática pedagógica. Ele possibilita a vivência da realidade escolar, promove a reflexão crítica sobre o fazer docente e fortalece a compreensão sobre a importância da Educação Infantil. Dessa forma, o estágio não é apenas um requisito curricular, mas um momento formativo essencial para que o futuro educador esteja preparado para atuar com competência, ética e sensibilidade no contexto da educação das crianças pequenas.


 

Considerações Finais 


 

Diante das análises, observa-se que o estágio na formação docente emerge como uma experiência indispensável que vai além da mera aplicação de conhecimentos teóricos, servindo como um elo vital entre a teoria e a prática, permitindo que os futuros educadores de educação infantil desenvolvam uma compreensão mais profunda de seu papel, ao mesmo tempo em que constroem sua identidade profissional. A vivência no ambiente escolar proporciona uma imersão nas dinâmicas sociais e pedagógicas que caracterizam o ensino infantil, possibilitando uma formação mais integrada e contextualizada.

Ademais, a reflexão crítica que ocorre durante o estágio é fundamental para que os educadores em formação possam ajustar suas práticas pedagógicas às realidades específicas que encontrarão. Essa capacidade de adaptação é especialmente relevante no contexto da educação infantil, onde as particularidades do desenvolvimento das crianças exigem sensibilidade e flexibilidade por parte dos professores.

Por outro lado, é imprescindível que as instituições formadoras reconheçam o estágio não apenas como uma etapa final da formação, mas como um processo contínuo de aprendizado e crescimento profissional. A valorização do estágio deve ser refletida em currículos que integrem teoria e prática desde o início do curso, criando um espaço onde os futuros professores se sintam apoiados e desafiados a desenvolver práticas educativas inovadoras e eficazes.

Logo, a construção de uma identidade docente forte, que promova valores como empatia, ética e responsabilidade, é essencial para a formação de educadores comprometidos com a transformação da educação. Portanto, ao priorizar a experiência do estágio na formação docente, estamos investindo não apenas na qualidade do ensino, mas também no futuro da educação infantil como um espaço de desenvolvimento integral e respeitoso das crianças.

Assim, ao refletir sobre a importância do estágio na formação de professores, conclui-se que ele é um componente crucial para a construção de profissionais capazes de atuar com consciência e sensibilidade, moldando a experiência educativa das futuras gerações. A formação contínua e a prática reflexiva devem ser sempre incentivadas, assegurando que os educadores estejam preparados para enfrentar os desafios de uma profissão tão significativa e transformadora.

O estágio supervisionado é um componente essencial na formação inicial dos professores, especialmente na Educação Infantil, sendo reconhecido como um espaço privilegiado para articular a teoria e a prática. Essa etapa formativa proporciona ao futuro docente a vivência real do ambiente escolar, possibilitando o desenvolvimento de competências pedagógicas e reflexivas fundamentais para a construção da sua identidade profissional. Assim, o texto mostra o estágio como sendo um momento que viabiliza a transição do conhecimento teórico, aprendido na universidade, para a prática efetiva em sala de aula, constituindo-se como uma ponte indispensável para a formação de professores capazes de atuar de forma crítica e transformadora.

Na Educação Infantil, a importância do estágio é ainda mais evidente, pois essa etapa exige dos professores não apenas habilidades técnicas, mas também sensibilidade para lidar com as especificidades da primeira infância, ao qual é vista na Educação Infantil como sendo um espaço singular de aprendizado e socialização, onde o professor desempenha o papel de mediador no desenvolvimento integral da criança. Nesse contexto, o estágio permite que os futuros educadores observem e experimentem práticas pedagógicas que favoreçam a construção de vínculos afetivos e a criação de um ambiente de aprendizagem lúdico e significativo.

Além disso, o estágio contribui significativamente para a formação da identidade docente, pois oferece ao estudante oportunidades de refletir sobre sua prática pedagógica e sobre as demandas reais da profissão. De acordo com a análise, a identidade docente não é algo pré-determinado, mas construída ao longo do tempo, a partir de experiências, reflexões e interações com diferentes contextos escolares. Durante o estágio, os futuros professores têm a oportunidade de consolidar valores, crenças e métodos que orientam sua prática, estabelecendo os alicerces de sua atuação como educadores.

Portanto, o estágio supervisionado na Educação Infantil vai além da simples observação e prática pedagógica; ele é um momento de construção e ressignificação da profissão docente. Ao vivenciar situações reais do cotidiano escolar, os estagiários se deparam com os desafios, as potencialidades e as singularidades do trabalho com crianças pequenas, adquirindo não apenas competências técnicas, mas também a segurança e a clareza de sua missão educativa. Assim, a formação docente se fortalece, contribuindo para a formação de professores comprometidos com uma educação de qualidade.


 

Referências
 

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
 

DRUMOND, V. ESTÁGIO E DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: QUESTÕES TEÓRICAS E PRÁTICAS, Universidade Federal do Tocantins (UFT), 2019.
 

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
 

KRAMER, S. A política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2011.


LIBÂNEO, J. C. Didática. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2013.


NÓVOA, A. Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.
 

NÓVOA, A. Os Professores e a Sua Formação. Lisboa: Educa, 1992.
 

PIMENTA, S. G.; LIMA, M. de F. G. de. Estágio e Docência: Formação e Prática Pedagógica. São Paulo: Cortez, 2012.
 

TARDIF, M. Saberes Docentes e Formação Profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.

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