A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO

Por Denis Douglas Gonçalves Martins | 05/06/2023 | Filosofia

DENIS DOUGLAS GONÇALVES MARTINS

Licenciatura em Filosofia

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO

FEIRA DE SANTANA

2023

O estudo acerca da importância do ensino da filosofia no ensino médio, nos permite considerar os benefícios da disciplina, suas contribuições para a formação do indivíduo e para a sociedade como um todo. Este artigo visa avaliar a importância do ensino da filosofia como disciplina no ensino médio, estabelecendo uma conexão entre o aluno e o docente. Para tanto, adotou-se uma metodologia qualitativa e interdisciplinar, através de um levantamento bibliográfico exploratório em livros e artigos acadêmicos oriundos do Google Acadêmico, do Scielo, periódicos da Capes e Research Gate, que permitiu considerar que a filosofia pode ajudar os alunos a desenvolverem habilidades críticas e reflexivas, além de prepará-los para lidar com os desafios da vida adulta. Além disso, o estudo da filosofia contribui para a reflexão de questões fundamentais da existência humana.

Palavras-chave: Filosofia; Ensino médio; Sociedade; Reflexão.

 

1. INTRODUÇÃO

Diante de um contexto marcado por transformações no cenário econômico, político e social e por consequência, da necessidade de um olhar crítico frente a sociedade, é importante discutir e entender a importância do ensino da filosofia no ensino médio.

Nesse sentido, a palavra “filosofia”, deriva de dois vocábulos gregos que tem sentido de “amando a sabedoria”. Este era o conceito que havia na mente dos antigos, logo o papel primário da filosofia é moral, virtuoso e ético (GEISLER e FEINBERG, 1996). Assim, ao estudar filosofia, observa-se a oportunidade de desenvolver habilidades e competências essenciais para a vida em sociedade, como por exemplo a capacidade de pensar criticamente, argumentar com base em evidências, analisar e interpretar textos e contextos.

A filosofia é, possivelmente, o campo de saber mais plurívoco e, portanto, aberto e suscetível de muitos equívocos. Não se pode falar em ‘filosofia’ de forma geral, sem dizer de que filosofia falamos. Da mesma maneira, não se pode falar em ‘ensinar filosofia’ como se se tratasse de algo geral e universal. Enunciando de forma um pouco diferente o que foi afirmado acima, falar em ensinar filosofia é falar em ensinar uma determinada filosofia, ou ensina-la a partir de uma determinada perspectiva. (GALLO, 2012, p.38)

Logo, pensar na implantação, do ensino desta disciplina, contribui para a formação de uma cultura humanística, valorizando a reflexão sobre a história da humanidade, a arte, a cultura e a ciência. Isso é fundamental para a formação de uma sociedade mais justa, plural e inclusiva, capaz de valorizar a diversidade e o respeito às diferenças.

Assim, o objetivo do presente estudo compreende-se em: Avaliar a importância do ensino da filosofia como disciplina no Ensino Médio. Quanto aos objetivos específicos busca-se: Conhecer a história da filosofia no ensino médio brasileiro. Identificar quais fatores estão

relacionados a importância do estudo da filosofia no ensino médio. Avaliar, à luz da bibliografia utilizada, a importância do ensino da filosofia na formação crítica do aluno.

Assim, este artigo apresenta uma abordagem teórica sobre a a importância do ensino da filosofia no ensino médio e como questão norteadora: Qual a importância do ensino da filosofia na construção do pensar crítico em alunos do ensino médio? Para o presente estudo, tomou-se como base pesquisas em livros e artigos acadêmicos oriundos do Google Acadêmico, do Scielo, periódicos da Capes e Research Gate, visando investigar a importância da filosofia na contribuição da formação de uma cultura humanística dos alunos de ensino médio.

 

2. DESENVOLVIMENTO (ou RESULTADOS E DISCUSSÃO)

2.1 A Filosofia como Disciplina

A filosofia é uma disciplina que se dedica à reflexão crítica sobre questões fundamentais da existência humana. Busca busca compreender a realidade por meio do uso da razão e da análise conceitual, e se caracteriza pela busca incessante pelo conhecimento e pela verdade. Pin (2019), ainda destaca que esta disciplina é importante na formação da consciência crítica do ser humano, possui caráter interdisciplinar e contribui para o diálogo entre as várias disciplinas.

Nesse contexto, para Geisler e Feinberg (1996):

A filosofia é uma disciplina que se dedica à reflexão crítica sobre questões fundamentais da existência humana, tais como a natureza do ser, o sentido da vida, a relação entre o homem e o mundo, a moralidade, a política, a arte, a ciência, entre outras. A filosofia busca compreender a realidade por meio do uso da razão e da análise conceitual, e se caracteriza pela busca incessante pelo conhecimento e pela verdade (GEISLER e FEINBERG, 1996).

 

No ensino médio, o conceito de filosofia na visão de Freitas e Maquine (2018), volta-se para a ideia de que ao se escolher o conceito de filosofia que se vai trabalhar no ensino médio, essa escolha não deve ser aleatória nem sem significado para o professor, pois a escolha do conceito de forma consciente permite ao professor definir tanto para os alunos, quanto para si mesmo, a identidade e a perspectiva filosófica com a qual se vai trabalhar. Gallo (2012), ainda completa:

 

Sabemos que há diversas filosofias. A primeira tarefa do futuro professor é saber localizar-se nessa multiplicidade e escolher sua perspectiva. Quando ensinamos filosofia, nós o fazemos desde uma determinada perspectiva. O risco é ensinar a perspectiva como se fosse a toda a filosofia, ou como se fosse a única filosofia, ou ainda como se fosse a melhor das filosofias. A melhor maneira de escapar dessa armadilha, parece-me, é ter clareza em relação a que perspectiva de filosofia adotamos e deixar claro para os nossos alunos que ensinamos a partir dessa perspectiva, sem com isso querermos esgotar o campo filosófico Gallo (2012, p.129)

 

Assim, a escolha de um conceito de filosofia para se trabalhar no ensino médio, tem a intenção meramente de deixar claro para o aluno sobre a identidade filosófica do professor e de qual perspectiva se propõe e se ensina a filosofar (FREITAS e MAQUINE, 2018). A filosofia, por sua vez, é uma disciplina que possibilita ao aluno a reflexão crítica sobre esses aspectos da vida.

Considera-se ainda, que por haver diversas filosofias e cada filósofo ter construído um conceito próprio de acordo com as suas perspectivas teórica dos conceitos, o docente precisa localizar-se nessa multiplicidade e escolher sua própria perspectiva teórica através do conceito que vai adotar em suas aulas, para que não venha posteriormente cair em um ecletismo absurdo, sem direcionamento, em que nem o professor nem o aluno conseguem se entender (FREITAS e MAQUINE, 2018).

Dessa forma, a Filosofia compreende-se como uma disciplina que busca interpretar os problemas e questões fundamentais da existência humana, como a natureza da realidade, da verdade, da moralidade e da consciência. Ela é uma atividade crítica e reflexiva que se baseia na argumentação e no diálogo, buscando sempre a compreensão mais profunda da realidade.

 

 

2.2 O Ensino da Filosofia no Brasil

A filosofia no Brasil é uma disciplina presente na educação brasileira desde a época colonial, com a chegada dos jesuítas e a introdução dos primeiros cursos de filosofia nas escolas religiosas. Durante muito tempo, a filosofia no Brasil esteve ligada à tradição tomista e às correntes filosóficas europeias, tendo influência principalmente de filósofos como Descartes, Kant, Hegel e Marx.

No século XX, a filosofia no Brasil passou por um processo de renovação, com a introdução de novas correntes e escolas de pensamento, bem como a busca por uma filosofia que levasse em consideração a realidade brasileira. Destacam-se nesse contexto os movimentos de filosofia da libertação e de filosofia brasileira, que buscaram uma reflexão crítica sobre a realidade social, política e cultural do país.

Para Fávero et al (2004), desde 1985, com a chegada ao Brasil do programa de "Filosofia para Crianças", criado por Mathew Lipman, algumas escolas em sua maioria particulares adotam a filosofia como disciplina em seus currículos desde o ensino fundamental.

Dessa forma, Silva (1986), destaca que a história da filosofia pode ser compreendida, como centro ou como referencial. A Filosofia como centro “significa localizar os sistemas e

autores na ordem histórica do seu desenvolvimento, visando a familiarizar os alunos com os problemas e as formas de encaminhamento das soluções”. Dessa forma, ocorreria assim, um mergulho dos alunos, através da orientação cuidadosa do professor.

Vale destacar, a Lei Nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, esta estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e em seu Artigo 36, inciso 12 IV, institui “serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio”. Assim, a partir da implantação dessa obrigatoriedade, a disciplina de Filosofia compõe parte do currículo do Ensino Médio.

Assim, observa-se que o ensino da filosofia no Brasil é uma questão complexa e controversa, que tem sido alvo de debates e discussões nos últimos anos. Segundo a legislação brasileira, a filosofia é obrigatória no ensino médio, mas sua implementação ainda enfrenta muitos desafios. De acordo com Chauí (2000), o ensino da filosofia no Brasil enfrenta dificuldades históricas e políticas, relacionadas à visão utilitarista da educação e à falta de investimentos e formação adequada dos professores. Ela destaca ainda que, muitas vezes, o ensino da filosofia é reduzido a uma mera transmissão de conteúdo, sem incentivar o pensamento crítico e reflexivo dos alunos.

Em contrapartida, o filósofo Ghiraldelli Jr. (2010), afirma que o ensino da filosofia pode ser um caminho para a formação de cidadãos mais críticos e conscientes, capazes de refletir sobre as questões fundamentais da vida e da sociedade.

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) em 2019, cerca de 98% das escolas públicas e privadas brasileiras oferecem a disciplina de filosofia no ensino médio. No entanto, o mesmo estudo aponta que o tempo dedicado à disciplina é bastante reduzido e muitas vezes não é suficiente para desenvolver as habilidades e competências necessárias.

Para enfrentar esses desafios, é necessário investir em políticas públicas que incentivem o ensino da filosofia, bem como promover a formação continuada dos professores e a produção de materiais didáticos adequados. Além disso, é preciso valorizar a filosofia como uma disciplina essencial para a formação dos cidadãos e para o desenvolvimento da sociedade.

 

2.3 A Importância do Ensino da Filosofia na Formação do Estudante/Cidadão

A inclusão da Filosofia no currículo do ensino médio é uma medida necessária para a consolidação dos objetivos e finalidades da educação. Tal medida fundamenta-se no entendimento de que a Filosofia e também a Sociologia possuem estatutos próprios e, enquanto

disciplinas, são análogas a qualquer outra, com saberes, corpo teórico, lógicas internas, técnicas e terminologias específicos (FÁVERO et al, 2004).

Nesse sentido, Pin (2016) ainda completa:

A Filosofia contribui para que se mantenha aberta e sempre presente a pergunta pelo sentido de como vivemos e do que fazemos. Por isso, a importância da Filosofia reside na sua potencialidade em construir conceitos, entendendo os conceitos como necessidades que brotam da experiência humana. Nesse sentido, o fazer filosófico trata dos acontecimentos e, estes, entendidos não como fatos, mas como devir (PIN, 2016, p. 13).

 

Assim, a filosofia no currículo do ensino médio, deve ter uma função de “articulação cultural”. Além disso, o tratamento interdisciplinar das disciplinas no ensino médio possibilita ao aluno a experiência de dar sentido ao conhecimento, estabelecendo relações com sua vida e a sociedade que o cerca. Assim, o desenvolvimento da disciplina enquanto um pensar e repensar da cultura, depende, em grande medida, das outras disciplinas, que formam a base cultural da escola. É sobre essa base cultural, como um sistema de referências, que se constitui a reflexão filosófica (TOMAZETTI, 2002).

Assim, Freitas e Maquine (2018), destacam que a filosofia como disciplina no ensino médio deve ser tomada da seguinte forma:

É preciso um pensamento consistente, rigoroso, que consiga ir além do ilusório, do fantasioso, do aparente. O rigor, portanto, é uma das características do pensamento filosófico consistente, sistemático. É uma reflexão de conjunto, porque toda a reflexão filosófica está baseada no contexto social, histórico, político, económico, cultural e na própria tradição em que o problema se apresentou (FREITAS e MAQUINE, 2018, p. 140).

 

A filosofia, portanto, como disciplina deve apresentar uma reflexão crítica a respeito da ação, ou seja, do agir humano. Vale destacar ainda, outra área da filosofia, que é a ética, onde se trata da questão da moral e da conduta do homem dentro do contexto social, político, cultural e econômico que o mesmo está inserido. O conceito dado pelos Parâmetros Curriculares, também apresenta a filosofia como fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas, ou seja, em algum sentido podemos apresentar a filosofia como fundamento do saber. Não de um saber estático e alienante, manipulado e conduzido pela máquina estrutural do Estado, mas de um saber que se negue a dizer que sabe tudo (FREITAS e MAQUINE, 2018).

Ribeiro (2015), em seu livro "A Sociedade Contra o Social: O Alto Custo da Vida Pública no Brasil", destaca a importância da filosofia na formação do estudante como sujeito crítico e atuante na sociedade. Segundo ele, a filosofia é essencial para desenvolver a capacidade de reflexão crítica sobre os problemas sociais e políticos que afetam a vida em sociedade.

Savater (2019) em seu livro "O valor de educar", completa que a filosofia é uma disciplina que contribui para a formação ética do estudante, pois permite que ele compreenda os

valores e princípios que norteiam sua conduta na sociedade. Através do ensino da filosofia, o estudante pode desenvolver uma visão crítica sobre a realidade e compreender a importância de atuar de forma ética e responsável.

Assim, na visão de Gramsci (1987), a filosofia é uma disciplina que pode contribuir para a formação de uma sociedade mais crítica e reflexiva. Permitindo que o indivíduo compreenda a realidade social e política em que vive, e assim possa participar ativamente da construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

 

2.4 Desafios enfrentados pelo ensino da filosofia no ensino médio

O ensino da filosofia no ensino médio enfrenta diversos desafios, que vão desde questões curriculares até problemas mais amplos da sociedade contemporânea. Muitas vezes, a filosofia é vista como uma disciplina secundária ou desnecessária para o currículo escolar, o que pode levar a uma falta de clareza sobre a sua função e importância.

A filosofia lida com questões políticas e ideológicas, o que pode gerar conflitos e desafios para os professores que desejam promover um ensino crítico e reflexivo. Assim, a filosofia é uma disciplina que lida com questões políticas e ideológicas, o que pode gerar conflitos e resistências por parte dos alunos e da sociedade em geral. No entanto, é justamente essa dimensão crítica da filosofia que a torna fundamental para a formação de cidadãos conscientes e participativos (CHAUÍ, 2000).

Assim, o conceito de filosofia que será apresentado aos alunos para trabalhar durante um ano letivo tem que estar de acordo com a identidade filosófica do professor, que expressará os conteúdos e conceitos que serão trabalhados a partir desta ideia. Uma vez que caso ocorra o contrário poderá ocorrer uma espécie de “salada de frutas”, que poderá apenas gerar confusão na cabeça dos alunos ao invés de contribuir na formação de um estudante consciente frente a sociedade e as demais sociais que o cerca (FREITAS e MAQUINE, 2018).

Vale destacar ainda, o desinteresse dos alunos pela filosofia: Muitos alunos consideram a filosofia uma disciplina enfadonha e pouco prática, o que pode afetar sua motivação e interesse pelo aprendizado. Como aponta Antiseri (2018, p. 77), "a filosofia pode parecer inútil e pouco relevante para a vida cotidiana, o que pode desestimular os alunos a se engajarem com a disciplina". Nesse contexto, o currículo escolar muitas vezes não permite um tempo adequado para o estudo da filosofia, o que pode afetar a profundidade e a abrangência do ensino.

Além do desinteresse dos alunos, a ausência de formação específica dos professores de filosofia, também é um fator que não pode ser desconsiderado. Em muitos casos, os professores

de filosofia no ensino médio não têm formação específica na área, o que pode prejudicar a qualidade do ensino. Segundo Ribeiro (2014), a maior dificuldade para o ensino da filosofia no Brasil é a formação dos professores.

Vale salientar ainda, a falta de livros, apostilas e outros materiais didáticos específicos para o ensino de filosofia no ensino médio, o que dificulta o trabalho dos professores e pode comprometer a aprendizagem dos alunos. Existe uma carência de material didático adequado para o ensino de filosofia no ensino médio (CHAUÍ, 2013).

 

2.5 Propostas para o fortalecimento do ensino da filosofia no ensino médio

O fortalecimento do ensino da filosofia no ensino médio é uma questão de grande importância para a formação dos estudantes e cidadãos críticos e reflexivos. Investimento na formação de professores, é fundamental. Para tanto, é necessário investir em cursos de formação continuada e em programas de pós-graduação em filosofia para professores.

Elaboração de materiais didáticos adequados, também configura-se como um fator crucial, haja vista que são importantes que sejam elaborados materiais didáticos específicos para o ensino de filosofia no ensino médio, que contemplem os temas mais relevantes e os conceitos fundamentais da disciplina. Segundo, Safatle (2019), a elaboração de materiais didáticos adequados é um passo importante para a valorização do ensino de filosofia no ensino médio.

Para Chaui (2018), a ampliação da carga horária destinada à disciplina permitirá que a filosofia tenha uma carga horária adequada em relação a outras disciplinas. Isso permitiria aos professores abordarem temas mais aprofundados e complexos, contribuindo para o desenvolvimento crítico dos alunos.

Tais medidas, permitirão o estímulo ao pensamento crítico: é importante que o ensino de filosofia no ensino médio tenha como objetivo principal estimular o pensamento crítico dos alunos. Através de metodologias ativas e participativas que permitam aos alunos se envolverem ativamente na construção do conhecimento, tornando-os cidadãos críticos e conscientes do papel que podem desempenhar na sociedade.

 

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS (ou CONCLUSÃO)

Em síntese, este artigo destacou a importância do ensino da filosofia no ensino médio, ressaltando seus benefícios para o desenvolvimento dos estudantes e para a formação de cidadãos críticos e reflexivos. Ao longo do texto, foram apresentados diversos argumentos que sustentam a relevância dessa disciplina no currículo escolar.

O ensino da filosofia no ensino médio proporciona aos alunos uma oportunidade única de refletir sobre questões fundamentais da existência humana, como o sentido da vida, a natureza do conhecimento, a ética, a política e a justiça. Essa reflexão filosófica estimula o pensamento crítico e a capacidade de argumentação, permitindo aos estudantes desenvolverem sua própria visão de mundo e participarem de forma ativa na sociedade.

Além disso, a filosofia contribui para a formação integral dos estudantes, ao promover o desenvolvimento de habilidades cognitivas, como a análise, a interpretação e a síntese de informações, bem como a capacidade de formular questionamentos e buscar respostas fundamentadas. Essas habilidades são essenciais para a vida acadêmica e profissional, preparando os jovens para lidar com os desafios e demandas de um mundo em constante mudança.

Outro aspecto relevante é o papel da filosofia na formação de uma consciência ética e cidadã nos estudantes. Por meio da reflexão filosófica, eles são incentivados a questionar valores e preconceitos, a compreender diferentes perspectivas e a respeitar a diversidade. Essa formação ética e cidadã contribui para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e democrática.

Em suma, é importante ressaltar que o ensino da filosofia no ensino médio não se limita a um mero acúmulo de conteúdos teóricos, mas deve ser orientado por práticas pedagógicas que estimulem a participação ativa dos estudantes, o debate de ideias e a reflexão conjunta. O diálogo entre professor e alunos é essencial para o sucesso desse processo, permitindo a construção coletiva do conhecimento e o fortalecimento das habilidades argumentativas.

 

REFERÊNCIAS

 

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CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2000.

 

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FREITAS, F. L. C. e MAQUINE, L. S. O conceito de filosofia como problema filosófico no

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GALLO, Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: uma didática para o ensino médio.

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