A IMPORTÂNCIA DO BRINQUEDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por adriana helena fernandes de carvalho | 19/09/2014 | EducaçãoA IMPORTÂNCIA DO BRINQUEDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Adriana Helena Fernandes de Carvalho Maria Carolina Gomes de Campos RESUMO Este trabalho dará ênfase nas idéias de alguns autores que valorizam os brinquedos e as brincadeiras como um método valioso de ensino e a importância do brinquedo como um dos recursos facilitadores na construção e apreensão do conhecimento, relatando também as formas de utilização do brinquedo e valorizando esse instrumento como um facilitador do convívio pessoal, do relacionamento com o outro e das varias características observadas pelo professor que a criança demonstra enquanto brinca e constrói o seu processo de aprendizado e reconhecimento do ambiente que a rodeia, apesar da seriedade da escola, mostrando que nas brincadeiras os aspectos cognitivos são apreendidos de forma prazerosa e que a postura lúdica do professor contribui para dinamizar o processo ensino aprendizagem. A IMPORTÂNCIA DO BRINQUEDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Definir o brinquedo somente como uma atividades para dar prazer a criança é menosprezar todo o desenvolvimento que o individuo apresenta durante essa ação, desde a linguagem, as imitações, as historias e a criatividade em produzir cenas vivenciadas e até mesmo inéditas para ela. Para Chimelli: brincar é uma palavra muito rica em conteúdo, é mais que uma palavra, é uma atividade, uma forma de ação e expressão (Chimelli, 1993, p. 61) As crianças querem se igualar ao mundo adulto, e através do brinquedo conseguem reproduzir a situação desejada, utilizando do mundo real para criar um mundo só seu, repetindo experiências de prazer. Segundo Bomtempo o brinquedo pode ser visto como objeto e como atividade: Como objeto: é quando o material oferecido a criança é industrializado; ou artesanal, quando é feito pela própria criança ou por adultos, ou ainda outros materiais entregues a crianças para a atividade de brincar como caixinhas, tampinhas, sucatas...Como atividade significa o ato ou efeito de brincar, distrair-se como o brinquedo ou o jogo.( Bontempo,1986, p. 203) Ao brincar, a criança aprende a exercitar muitos movimentos e modos operacionais dos quais necessitarão mais tarde para a vida. As crianças desenvolvem-se muito quando tem oportunidade de brincar, inventar seus brinquedos, construir maquetes, dar asas a imaginação, socializar-se seja no seu próprio quintal, a rua ou na escola.Para Winnicott: a criança adquire experiência brincando. O brinquedo contribui para a unificação e interação da personalidade, permitindo à criança o fascínio da criança pela repetição( Winnicott,1985 p. 203) O processo adaptativo de acomodação e assimilação é o meio pelo qual a realidade é transformada em conhecimento. No brinquedo a interação da criança com o objeto não é feita pela função que ela tem, mas com a função que a criança lhe atribui, não havendo necessidade de compromisso com a realidade. Vygotsky afirma que: é notável que a criança brinque com uma situação imaginaria, tão próxima da sua situação real, reproduzindo a própria situação real: casinha, escolinha, medico, repetindo com prazer, a mesma brincadeira muitas vezes. (Vygotsky,1989, p. 89) Sob o ponto de vista pedagógico, a criação de uma situação imaginaria pode ser considerada como uma forma de desenvolver o pensamento abstrato. O desenvolvimento correspondente às regras, conduz a uma diferenciação distinta entre o trabalho e o brinquedo, o que será fundamental na idade escolar. A essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo de significado e o campo de percepção visual, isto é, situações no pensamento e situações reais. Por isso a pratica pedagógica deverá pautar-se por atividades construtivas, criativas e embaladas pelo prazer. Para Vygotsky, o brinquedo é o principal meio de desenvolvimento cultural da criança: O brinquedo dirige o desenvolvimento. A imaginação é o brinquedo sem ação.(Vygotsky, 1986, p. 146) O processo de imaginação existente no brincar possibilita à criança conhecimento aprendidos, atuando, assim, na zona de desenvolvimento proximal e real, não se constituindo de forma alguma em uma atividade puramente mecânica, a criança percebe o que esta sendo aprendido, reproduz e imita. O brincar é uma forma de averiguar como a criança esta pensando, construindo seu conhecimento através das relações sociais. O brinquedo cria, então, na criança uma zona de desenvolvimento proximal, devido a situações imaginárias existentes, às regras de comportamento socialmente estabelecidas e à presença de uma situação social. É no brincar que a criança se comporta alem do seu comportamento habitual, segundo Vygotsky: As experiências vivenciadas no brincar pela criança propiciam desafios, situações novas, as quais possibilitam propostas por parte da criança de modificação do apresentado, visto que a brincadeira permite, alem da imitação, a imaginação e a regra.( Vygotsky, 1989, p. 146) Mas nem sempre nas brincadeiras são produzidos sentimento de positivos, visto que a criança passa a operar com as regras sociais, abandonando as regras individuais. As frustrações, o medo e a ansiedade encontram se presentes também no brincar, e através dos processos de intervenção realizados, fazem com que o sujeito trabalhe com seus sentimentos, problematizando-os, construindo, assim novas relações de enfrentamento dessas questões. Para Elkonin: São sempre os adultos que introduzem os brinquedos na vida das crianças, ensinando-as a brincar. Nesse sentido, a modificação do brincar esta associada ao processo de desenvolvimento cultural dos povos: a sociedade que determina os instrumentos lúdicos das crianças.(Elkonin, 1980, p. 35) Desse modo, cada sociedade constrói uma espécie de cultura lúdica, sendo processada de forma continuada, de geração a geração, sofrendo modificações e alteração devido as informações do momento. BIBLIOGRAFIA CHIMELLI, Mannoun. Gastando tempo com os filhos.São Paulo: Quadrante, 1993. BONTEMPO. E; HUSSEIN, C.L.E ZAMBERLAN, M. A. A psicologia do brinquedo: aspectos teóricos e metodológicos. São Paulo: Edusp/Nova Estela, 1986. WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Tradução José Octavio de Aguiar Abreu e Vanede Nobre. Rio de Janeiro: 1985. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. VYGOTSKY, L. S. Estudos sobre a forma de comportamento: símios, homem primitivo e criança. Porto Alegre : Artes Médicas, 1986. ELKONIN, D. B. Psicologia del juego. Madrid: Aprendizagem, Visor, 1980.