A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NO SEU APRENDIZADO
Por Walter Ap. Gonçalves | 23/06/2011 | EducaçãoIMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZADO DA CRIANÇA
Walter Ap. Gonçalves
wgoncalves67@hotmail.com
Maurício Vasconcelos de Brito
mauricio_cedic@hotmail.com
Resumo
Neste artigo pretendemos colaborar com a discussão e reflexão sobre a importância do brincar e da brincadeira no desenvolvimento da criança, verificar o papel da família no desempenho escolar das crianças e no processo de inclusão do brincar no quesito educacional, e a influência de seus valores no desempenho escolar do aluno. Além disso, apresentar a influência do brinquedo e as vantagens que a brincadeira traz para o desenvolvimento da criança ao longo de sua vida; localizar as dificuldades encontradas pelos educadores em utilizar a brincadeira como ferramenta pedagógica e se a brincadeira pode propiciar as condições para um desenvolvimento saudável da criança. Além de incentivar a conscientização dos pais e educadores sobre um trabalho conjunto para a introdução do brinquedo na aprendizagem da criança, e compreender o papel do brinquedo no desenvolvimento infantil, bem como a utiliza-lo como ferramenta pedagógica.
Palavras ? Chave: Criança, Brinquedo, Ensino.
Abstract
In this article we intend to collaborate with the discussion and reflection on the importance of play and play in child development, verifying the family's role in school performance of children and the inclusion process of playing the educational aspect, and the influence of their values in student's academic performance. In addition, present the influence of the toy and the benefits that play brings to the development of the child throughout his life: find the difficulties encountered by educators in using blogging as a pedagogical tool and if the game can provide the conditions for sustainable healthy child. Besides encouraging the awareness of parents and educators working together to introduce the toy child learning, and understand the role of toys in child development, as well as use it as a teaching tool.
Key - words: Children, Toy, Education.
Introdução
A sociedade brasileira tem sofrido uma inversão de papeis e valores. Mais informação do que podemos absorver, a mulher passou a ser mais independente, trabalhando fora, a tecnologia tem avançado cada vez mais, a criança, família, e a escola também têm sofrido mudanças.
As mudanças tecnológicas transformaram as formas do brincar das crianças, e que trocaram as brincadeiras na rua, para o mundo virtual dos jogos de computador e vídeos games, e essas mudanças nos levaram a escolher este tema que trata da importância do brincar, ou ainda, como o lúdico interfere no desenvolvimento de uma criança.
Este desenvolvimento se dá através de um intercâmbio entre ambientes físicos e sociais, sendo que os membros desta cultura, como pais, avós, educadores e outros, ajudam a proporcionar à criança participar de diferentes atividades, promovendo diversas ações, levando a criança a um saber construído pela cultura e modificando-se através de suas necessidades biológicas e psico-sociais. Por isso, a importância da brincadeira, pois é a criação de uma nova relação entre situações do pensamento e situações reais. Brincar é coisa muito séria.
A criança precisa brincar
Toda criança precisa poder brincar. A brincadeira contribui para o processo de socialização das crianças, oferecendo-lhes oportunidades de realizar atividades coletivas livremente, além de ter efeitos positivos para o processo de aprendizagem e estimular o desenvolvimento de habilidades básicas e aquisição de novos conhecimentos.
Sendo aprendizagem é constituída pela assimilação e acomodação, ponderando que grande parte das dificuldades acadêmicas se deve a falta de equilíbrio entre esses movimentos e notando a importância do brincar para a elaboração de novos conhecimentos é que se propõe o uso de jogos e brincadeiras no trabalho psicopedagógico.
"O quanto se faz necessário, para a psicopedagogia, incluir o jogar não apenas, nem principalmente como técnica de trabalho, mas como aquilo que é o terreno do qual poderá libertar-se a inteligência!" (FERNANDEZ, 2001, p. 128)
As brincadeiras aparentemente simples são fontes de estímulo ao desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança e também é uma forma de auto expressão. Poucos pais sabem o quanto é importante o brincar para o desenvolvimento físico e psíquico dos seus filhos. A ideia difundida popularmente limita o ato de brincar a um simples passatempo, sem funções mais importantes que entreter a criança em atividades divertidas. A partir de muitos referenciais teóricos, será possível observar uma série de conceitos importantes, visando o bom desenvolvimento da aprendizagem da criança de 0 a 6 anos e o papel de pais e educadores nesta função tão importante que é educar uma criança.
Parolin afirma que o brincar faz parte do desenvolvimento da criança. A criança brinca para entender o seu mundo, para expressar-se, para organizar-se e, principalmente, para socializar-se. Os jogos, as brincadeiras e os brinquedos são atividades fundamentais para uma infância sadia e um desenvolvimento adequado. As atividades lúdicas, sejam elas jogos ou brincadeiras, viabilizam que a criança se desenvolva sob os aspectos da organização das coisas relacionadas ao seu cotidiano, desenvolvem a linguagem e seus significados, as estruturas do pensamento, a criatividade, a concentração, enfim, os inúmeros aspectos da ordem do desenvolvimento e, portanto, da aprendizagem. (PAROLIN, 2005, p. 139)
Para a maioria dos educadores que trabalham com este assunto, ressalta-se a importância da brincadeira no processo de aprendizagem e socialização. Infelizmente, observa-se que a brincadeira não faz parte do projeto pedagógico da escola e da ação do professor.
Piaget (1976) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma:
O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. (Piaget 1976, p.160).
Wallon fez inúmeros comentários onde evidenciava o caráter emocional em que os jogos se desenvolvem, e seus aspectos relativos à socialização. Referindo-se a faixa etária dos sete anos, Wallon (1979) demonstra seu interesse pelas relações sociais infantis nos momentos de jogo:
A criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos a que pode entregar-se com seus camaradas de grupo, e também das contestações, dos conflitos que podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas. (Wallon p.210)
Entre as concepções sobre o brincar, destaca-se as de Fröbel, o primeiro filósofo a justificar seu uso para educar crianças pré-escolares. Fröbel foi considerado por Blow (1991) psicólogo da infância, ao introduzir o brincar para educar e desenvolver a criança. Sua Teoria metafísica pressupõe que o brinquedo permite o estabelecimento de relações entre os objetos do mundo cultural e a natureza, unificados pelo mundo espiritual.
Um tipo especial de jogo está associado ao nome de Maria Montessori. Trata-se dos jogos sensoriais. Baseado nos "jogos Educativos" pensados por Fröbel - jogos que auxiliam a formação do futuro adulto. Montessori elaborou os "jogos sensoriais" destinados a estimular cada um dos sentidos. Para atingir esse objetivo, ela necessitou pesquisar uma série de recursos e projetou diversos materiais didáticos para possibilitar a aplicação do método.
Durante muito tempo confundiu-se "ensinar" com "transmitir" e, nesse contexto, o aluno era um agente passivo da aprendizagem e o professor um transmissor. A ideia de um ensino despertado pelo interesse do aluno acabou transformando o sentido do que se entende por material pedagógico. Seu interesse passou a ser a força que comanda o processo da aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor de seu progresso e o professor um gerador de situações estimuladoras e eficazes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Editora 34, 2002.
BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. 16ª Edição. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
Educação infantil no Brasil: Situação atual / MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Departamento de Políticas Educacionais. Coordenação Geral de Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF/DPE/EDI, 1994. 44p.
FRIEDMANN, Adriana. A arte de brincar. Petrópolis: Vozes, 2004.
FERNÁNDEZ, Alicia. O saber em jogo: A psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
MACGREGOR, Cynthia. 150 jogos não competitivos para crianças. São Paulo: Madras, 2004.
MOYLES, Janet R. Só Brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. VYGOTSKY - Aprendizado e desenvolvimento: Um processo sócio histórico. São Paulo: Scipione, 2003.
PAROLIN, Isabel. Professores Formadores: a relação entre a família, a escola e a
aprendizagem. Curitiba: Positivo, 2005.
PIAGET, Jean. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
ROSA, S. S. Brincar, conhecer, ensinar. São Paulo: Cortez, 1998.
ROSAMILHA, N. Psicologia do jogo e aprendizagem infantil. São Paulo: Vega/Universidade, 1979.Pioneira, 1979.
SANTOS, S. M. P. Brinquedo e infância: um guia para pais e educadores em creche. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
WINICOTT, Donald Woods. O Brincar & a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
ZAN, Betty & DEVRIES, Rheta. A ética na Educação Infantil: O ambiente sócio-moral na escola. Porto Alegre: Artemed,1998.
WALLON, Henri, (1975). Psicologia e Educação da Infância. Lisboa: Estampa. (1979). Lisboa: Moraes.