A importância do atendimento realizado pelo profissional psicólogo...

Por Ana Luzia Sabino Braz | 10/11/2016 | Psicologia

A importância do atendimento realizado pelo profissional psicólogo em Unidade de Terapia Intensiva - UTI

Rejarley Vieira de Lima¹

Ana Luzia Sabino Braz²

Pompilio Arlindo Sousa Guimarães³

Geórgia Maria Melo Feijão

RESUMO

A Unidade de Terapia Intensiva-UTI é um ambiente hospitalar diferenciado dos demais espaços do hospital, que visa à manutenção da vida e recuperação da saúde de pessoas que necessitam de um acompanhamento mais intensivo do seu estado de doença. Objetivou-se com esse estudo, Conhecer a importância do profissional psicólogo como ferramenta para um serviço hospitalar de saúde, além identificar qual o papel do psicólogo em um ambiente hospitalar e perceber como é desenvolvida a prática do profissional psicólogo em uma Unidade de Terapia Intensiva, Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e com abordagem qualitativa. Baseia-se em uma vivencia realizada durante o estágio supervisionado do curso de Psicologia da Faculdade Luciano Feijão na Santa Casa de Misericórdia da cidade de Sobral/Ce. Durante o estágio foram realizadas atividades como: entrevista inicial, consulta ao paciente, consulta ao familiar/acompanhante, acompanhamento de procedimentos, comunicação de diagnóstico com a equipe, interconsulta, discussão de caso com a equipe do setor. Obtivemos resultados significativos na medida em que eram realizados os atendimentos em psicologia, pois tanto pacientes como familiares, que traziam estigmas acerca do adoecimento e da hospitalização, puderam elaborar outros sentidos e significados para tais realidades vivenciadas em contexto hospitalar. Foi possível perceber que a equipe ainda tem sua pratica voltada para salvar vidas e essa realidade institucional e ética, pode proporcionar o “afastamento equipe-paciente” de forma a criar uma lacuna e atividade pautada no mecanicismo. Nesse sentido, a atuação realizada pelo profissional psicólogo voltada para familiares e pacientes em uma Unidade de Terapia Intensiva – UTI é de suma importância para que os sujeitos envolvidos possam sentir-se acolhidos e participantes ativos do processo de reestabelecimento da saúde de seu ente.

Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva; Psicologia; Humanização da Assistência Hospitalar.

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¹ Acadêmico do Curso de Psicologia da Faculdade Luciano Feijão – Sobral/CE. E-mail: rejarley_vieiralima@hotmail.com

² Acadêmica do Curso de Psicologia da Faculdade Luciano Feijão – Sobral/CE

³Acadêmico do Curso de Psicologia da Faculdade Luciano Feijão – Sobral/CE

4Psicóloga Supervisora do Estágio Supervisionado em Psicologia Hospitalar da FaculdadeLuciano Feijão – FLF – Sobral/CE. E-mail: georgiafeijao@hotmail.com

INTRODUÇÃO

A Unidade de Terapia Intensiva-UTI é um ambiente hospitalar diferenciado dos demais espaços do hospital, que visa à manutenção da vida e recuperação da saúde de pessoas que necessitam de um acompanhamento mais intensivo do seu estado de doença. As pessoas que se internam em UTI são em geral enfermos com estado de saúde muito grave, dependentes e sentem-se impotentes, sem controle sobre suas vidas e sem autonomia sobre seus corpos.

Para Oliveira (2006), a UTI é uma unidade que concentra recursos tecnológicos e humanos especializados para o atendimento de pacientes críticos.

Para esses pacientes, a internação na UTI é um momento em que é, compulsoriamente ou não, afastado do contato dos seus familiares e adentra um espaço estranho, onde os recursos tecnológicos estão presentes de forma acintosa. Através de equipamentos específicos, o cotidiano da equipe da UTI tem a maior parte do seu tempo reservado para o desenvolvimento de técnicas (tecnologia dura) e cognitivas (tecnologia leve-dura) e menos ainda para a utilização das tecnologias das relações (tecnologia leve), como o acolhimento, com o paciente e menos ainda com a família. Para os familiares é um momento de extrema angústia, pelo afastamento progressivo do seu ente querido, para um espaço também desconhecido, que tem uma representação de profunda ambivalência.

A respeito das tecnologias, Coelho e Jorge (2009), ressaltam:

As tecnologias podem ser classificadas como leve, leve-dura e dura. Todas tratam a tecnologia de forma abrangente, mediante análise de todo o processo produtivo, até o produto final. As tecnologias leves são as das relações; as leve-duras são as dos saberes estruturados, tais como as teorias, e as duras são as dos recursos materiais.

Por um lado, a pessoa que adentra aquele espaço, ali chega “porque está muito mal”; por outro lado, ali estão os últimos ou únicos recursos com os quais ele pode contar para sua recuperação e ali reside a sua última esperança, ao mesmo tempo. O afastamento progressivo, a redução do contato físico, visual, verbal tem um efeito importante na vida do conjunto paciente-família/amigos/contexto sócio familiar.

Neste contexto de incertezas, de angústias, de isolamento, de ruptura de laços entre enfermo e família e de extrema vulnerabilidade é que se faz necessária a atenção da equipe multiprofissional da UTI, trabalhando em rede para reduzir os danos inerentes à situação peculiar e garantir uma atenção humanizada de qualidade.

O profissional psicólogo surge no sentido de dar a esse enfermos e também a seus familiares uma condição mais humanizada do serviço de saúde hospitalar, ele vem como um sujeito passivo, quando se propõe a ouvir o paciente e seus familiares, e como um sujeito ativo, quando repassa a estes alguma informação que possa trazer conforto.

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