A importância da leitura como influência no processo educativo da sociedade

Por INDAJAIA CARLOS PIRES | 05/03/2021 | Educação

‘’A leitura do mundo precede a leitura da palavra'', afirma o educador e filósofo brasileiro Paulo Freire, em sua obra publicada em novembro de 1981 a Importância do Ato de Ler. Diante a isso, o autor mostra como o ato de ler é resultado benéfico para o desenvolvimento social em todo o mundo. Nesse viés, na atual conjuntura brasileira, a universalização ao acesso a creches e a pré-escolas é fundamental para o processo infantil, pois estimula a interação e troca de experiências entre as crianças. Entretanto, no que assegura o Artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente, toda criança e adolescente tem acesso à escola pública e gratuita próxima a sua residência, mediante a conquista de uma vaga no estabelecimento, porém, a falta de incentivo e estimulo dos pais e instituições como a falha da garantia da lei tem corroborado gradativamente ao desestimulo de um hábito crucial para a população, sendo cada vez mais escasso.

Primeiramente, vale ressaltar como a omissão da família ganha grande destaque para esse agravo. Considerando que, o processo de formação social e econômico é pautado principalmente na manutenção das estruturas que reproduzem o privilégio, ou seja, os pais por viverem em um mundo capitalista passam mais tempo trabalhando ao invés de participarem do processo socioeducativo dos filhos, consequentemente deixando de instruí-los à criação de um costume saudável e essencial. Tal problemática pode gerar um grande efeito negativo nas diversas creches espalhadas pelo Brasil, visto que, os genitores raramente se preocupam com uma aprendizagem significativa para os seus filhos, deixando com que futuramente gere sequelas irreversíveis em seu meio, como por exemplo a falta do senso crítico, o não conhecimento e o não aprimoramento do seu vocabulário.

Outrossim, conforme o Artigo 205 da Constituição Federal de 1988, a educação é um direito de todos e dever do Estado. Contudo, a realidade é justamente o oposto do que se prevê, e o resultado desse contraste é claramente refletido no número de analfabetos no Brasil, aliada a desigualdade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente soma 11 milhões de pessoas que não sabem ler e nem escrever pelo país inteiro, portanto, o analfabetismo limita a inclusão do sujeito na vida social e o compromete em seu desenvolvimento, pois as demandas exigem, de forma cada vez mais complexa e rígida, o domínio da leitura e da escrita. Sendo assim, a luta contra o analfabetismo ainda é grande, logo, o Plano Nacional de Educação (PNE) tem como diretrizes em seu Artigo 2 inciso I e III, a erradicação do analfabetismo e a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação.

Diante do exposto, é indubitável que o desenvolvimento de um país está diretamente ligado à educação e medidas devem ser tomadas. Nesse prisma, é primordial que o Ministério da Educação em parceria com a Academia Brasileira de Letras, crie oficinas mediante a exposição de livros gratuitos e de baixo custo, em todos os municípios, principalmente em regiões de baixa renda para aqueles desprovidos de seu direito como previsto na Constituição, a fim de divulgar a importância da leitura e erradicar a taxa de analfabetismo no país. Além disso, os pais e os professores, por sua vez, devem incentivar e efetivar seus filhos e alunos desde a infância a lerem, promovendo a autoestima e fazendo com que reconheçam sua potencialidade, afim de evitar a evasão dos alfabetizando, pois, só assim, a educação e cultura terão cumprido seu papel transformador na sociedade contemporânea.


  1. Indajaia Carlos Pires - Graduado em História: Professor na Rede Particular de Ensino na cidade de Campo Grande.
  2. Jane Gomes de Castro- Gradua em Ciências Biológica; com Especialização em Ecoturismo Ambiental; Professora na Rede Municipal de Ensino na    cidade de Rondonópolis.
  3. Adriana Peres de Barros- Graduada em Pedagogia Plena; com Especialização em Educação Infantil e Alfabetização e em Psicopedagogia; Professora na Rede Municipal de Ensino na cidade de Rondonópolis.
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