A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO AMBIENTE ESCOLAR

Por Nelmara da Costa Rocha | 24/10/2019 | Educação

A IMPORTANCIA DA FAMILIA NO AMBIENTE ESCOLAR

ALUNO

NELMARA DA COSTA ROCHA

RESUMO

A temática desta intervenção socio escolar é a relação da família com a escola para desenvolver este tema foi preciso entender a visão dos teóricos sobre a escola a função da família, Objetivamos neste estudo mostrar que a aproximação entre escola e família pode contribuir para uma aprendizagem significativa na formação dos alunos, Neste contexto, procuramos, com a realização desta intervenção socio escolar, responder a seguinte indagação: Em que medida a aproximação da família e escola é necessária para o aprendizado do aluno? Esta questão nos conduziu todo o percurso investigativo. Para a abordagem do tema recorreu-se a pesquisa bibliográfica na qual se obteve embasamento nos seguintes teóricos: Tiba (1996) Perrenoud (2000, p. 46), Freitas (2011, p. 20) Tedesco (2002, p. 36). Bock,(1999, p.267) Paro (1997, p. 30), Silva (2008, p. 01), Kramer; Leite, (1998, p. 37).    e entre outros como sujeito, de pesquisa utilizou professores, pais, alunos e a comunidade

Palavras-chave: Família. Escolar. Aprendizagem.

Introdução

Este trabalho de intervenção socioescolar tem como objeto de estudo a importância da família no contexto escolar e um dos motivos que levou a pesquisar esse tema consistem, a nosso ver, numa questão que consideramos imprescindível nos dias atuais. A ausência da família na escola. Objetivamos, neste estudo, mostrar que a aproximação entre escola e família pode contribuir para uma aprendizagem significativa na formação dos alunos, além de se buscar promover uma integração entre estas duas instituições. Todavia, não se pretende aqui esgotar o assunto, mas apenas apontar alguns caminhos que a nós parecem relevantes para o enfrentamento das dificuldades encontradas nesse processo, ou seja, dificuldades de relacionamento entre a Família e a escola, às quais nos deparamos ao longo de nosso trabalho, realizado com os alunos, suas famílias e seus professores

Neste contexto, procuramos, com a realização desta intervenção, responder a seguinte indagação: Em que medida a aproximação da família é necessário com a escola para o aprendizado do aluno? Esta questão nos conduziu todo o percurso investigativo. Os teóricos que fundamentam este trabalho são os seguintes: Tiba (1996) Perrenoud (2000, p. 46), Freitas (2011, p. 20) Tedesco (2002, p. 36). Bock,(1999, p.267) Paro (1997, p. 30), Silva (2008, p. 01), Kramer; Leite, (1998, p. 37). 

Durante essas observações de campo Como sujeitos, trabalhamos com professores, pais, alunos. Como único instrumento de recolha de dados, realizamos uma palestra intitulada “a família no ambiente escolar” a qual consistiu o foco da desta intervenção. Por isso, nasceu o interesse de entender qual é a participação que a escola espera da família e o que a família espera da escola. Percebe-se desta forma que a interação família/escola é necessária, para que ambas conheçam suas realidades e suas limitações, e busquem caminhos que permitam e facilitem o entrosamento entre si, para o sucesso educacional do filho/aluno.

Para Perrenoud (2000, p. 46),

A escola é um lugar onde o educando tem direito a ensaios e erros, onde expõe suas dúvidas, explicita seus raciocínios e toma consciência de como se aprende, permitindo tornar visíveis os processos, os ritmos e os modos de pensar e de agir.

Para o autor a escola é onde o aluno tem o direito tanto de erra como de acerta por que está no ambiente de aprendizagem, é onde vai apontar seus entendimentos e exibir suas dúvidas, e desperta seu modo de pensar e agir tornando um cidadão crítico.

Desenvolvimento

Nestes últimos anos a família tem sido, motivo de grande preocupação por todos aqueles que fazem a escola, sobretudo os professores. Estamos nos referindo não só da família em si, mas do papel dela na escola, a sociedade vem passando por diversas mudanças, que tem afetado a estrutura familiar. A escola de forma lenta tem tentado se adaptar a essas mudanças. Porém ainda é um jogo de empurra- empurra entre escola, pais, professores. A causa deste acontecimento é a confusão que fazem entre educação, criação, formação.

Freitas destacar que;

Historicamente, até o século XIX, havia uma separação das tarefas da família e da escola: a escola cuidava do que se chamava “instrução”, ou seja, a transmissão dos conhecimentos/conteúdo da educação formal e a família se dedicava à educação informal: o que podia-se definir como o ensinamento de valores, atitudes e hábitos. No mundo moderno, a educação passa também a ser objeto de atenção das famílias, que, apesar de ser preocuparem com a qualidade do ensino, transferem à escola competências que deveriam ser suas tão somente. Não veem a escola como segunda etapa da educação, mas criam nela toda a expectativa de que será responsável, a vida toda, pela educação de seus filhos. E, em muitas vezes, esquecem de fazer sua parte (FREITAS, 2011, p. 20).

 

A relação entre escola e família vem sendo muito discutida nos últimos tempos, a grande dúvida é saber os limites entre os deveres da família e os da escola. Como se sabe, não é a escola e sim a família que proporciona as primeiras experiências educacionais à criança.

Nesta relação uma depende da outra, a família precisa da escola e a escola precisa da família, uma interagindo com a outra, sendo que cada uma cumpra seu papel dentro desta junção. A união da escola e família tem a intenção de aproximar de maneira significativa e sustentável, podemos também considerar que a criança ou adolescente ao ir à escola não significa que o mesmo está totalmente apto à aprendizagem. Ou seja, é necessário que no momento do início da escolaridade, ela tenha a presença carinhosa dos pais ou de pessoas da família de modo a apoia-la, ajudá-la e acompanhá-la, no processo educativo que será finalizado qualitativamente pela escola. Podemos dizer que a relação entre escola e família está presente, de forma obrigatória, desde o momento em que a criança é matriculada no estabelecimento de ensino. De maneira direta ou indireta, essa relação continua viva e influente na familiaridade da sala de aula. Assim, sempre que a escola se perguntar o que fazer para apoiar os professores na relação com os alunos, provavelmente surgirá a necessidade de alguma interação com as famílias.

Os pais precisam estar mais atentos as dificuldades pelas quais as crianças passam, o professor tem um papel importantíssimo neste processo, pós será necessário que ele ensine esta criança a reconhecer sua própria identidade. Havendo uma participação maior dos pais em relação à vida escolar de seus filhos seria mais fácil para o professor detecta as dificuldades dos alunos, entender por que muitas vezes encontram desmotivadas das aulas.

Bock diz que;

A escola surgiu para responder a necessidades sociais de preparo do indivíduo para a vida pública. A família ficou apenas com a formação moral de seus filhos. Hoje, a escola ocupa grande parte da vida de seus alunos. Ensina técnicas, valores e ideais, ou seja, vem cada vez mais substituindo as famílias na orientação para a vida sexual, profissional, enfim, para a vida como um todo. A escola está preparada para essa tarefa? Os professores dispõem de métodos e técnicas adequadas para cumprir tal função (BOCK, 1999, p. 267).

Quando a escola surgiu o seu dever era só de ensinar ler e escrever, e a formação moral era tarefa da família com o passar do tempo houve algumas transformações a escola passou a trabalhar com tempo integral onde o aluno passa a maior parte do seu tempo e o que antes era só ler e escreve hoje ensinar técnicas para a vida sexual e profissional, de uma certa forma a escola si preparou para essa tarefa e capacitou os professores para que eles preparam métodos e técnicas para exercer tal papel.

Tiba ressaltar que;

Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo, e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que frequentam (TIBA, 1996, p. 111).

A participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser constante e consciente, é importante que pais, professores, filhos/alunos participem das experiências, entendam e trabalhem as questões envolvidas no seu cotidiano sem cair nas críticas.

Tedesco afirma que;

Essa erosão do apoio familiar não se expressa só na falta de tempo para ajudar as crianças nos trabalhos escolares ou para acompanhar sua trajetória escolar. Num sentido mais geral e mais profundo, produziu-se uma nova dissolução entre família e escola, pela qual as crianças chegam à escola com um núcleo básico de desenvolvimento da personalidade caracterizado seja pela debilidade dos quadros de referência, seja por quadros de referência que diferem dos que a escola supõe e para os quais se preparou (TEDESCO, 2002, p. 36).

Sendo assim, o que se vê hoje são crianças chegando à escola e desenvolvendo suas atividades escolares sem qualquer ajuda familiar, entende-se que a família deve, portanto, se esforçar para estar mais presente em todos os momentos da vida de seus filhos, exclusive, da vida escolar, O papel dos responsáveis, portanto, é dar continuação ao trabalho da escola, criando condições para que seus filhos apresentem sucesso na sala de aula, assim como na vida fora da escola.

 

Como bem diz Paro (1997, p. 30),

A escola por sua maior aproximação às famílias constitui-se em instituição social importante na busca de mecanismos que favoreça um trabalho avançado em favor de uma atuação que mobilize os integrantes tanto da escola, quanto da família, em direção a uma maior capacidade de dar respostas aos desafios que impõe a essa sociedade.

A parceria entre família é escola sempre será fundamental para o sucesso da educação de todo sujeito, A família e a escola formam uma equipe, é fundamental que ambas acompanhem os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em relação aos objetivos que desejam atingir.

 

Segundo Silva (2008, p. 01),  

Aí entra a parceria família/escola. Uma conversa franca dos professores com os pais, em reuniões simples, organizadas, onde é permitido aos pais falarem e opinarem sobre todos os assuntos, será de grande valia na tentativa de entender melhor os filhos/alunos. A construção desta parceria deveria partir dos professores, visando, com a proximidade dos pais na escola, que a família esteja cada vez mais preparada para ajudar seus filhos. Muitas famílias sentem-se impotentes ao receberem, em suas mãos os problemas de seus filhos que lhe são passados pelos professores, não estão prontas para isso.

A partir do momento em que escola e família sugerem um acordo na forma como irão educar suas crianças e adolescentes, muitos dos conflitos que ocorre em sala de aula hoje serão superados, para que isso possa ocorre é necessário que a família participe da vida escola dos seus filhos. Os países devem aparecer à escola não apenas nas reuniões de entrega de avaliações ou quando for chamada para resolver situações que já estiverem fora do controle.

De acordo com autor;

Criança pequena com agenda lotada. A televisão que se transforma em babá. Os pais ausentes. Carinho transformado em objeto. O tamagoshi é a afetividade objetivada. Erotização da infância. Sexualidade. Publicidade. Cultura do consumo. O outdoor anuncia: “Xtrim. Pra quem tem, beijinho, beijinho. Pra quem não tem, tchau, tchau!” Individualismo desencadeado pela ausência do outro. Apagamento da relação de autoridade. Criança sozinha. Criança que manda nos pais. Esses são apenas alguns dos fragmentos que compõem o contexto da infância contemporânea, dentre os quais destacamos a ruptura do contato e do diálogo entre adultos e crianças como questão que precisa ser analisada com maior profundidade (KRAMER; LEITE, 1998, p. 37).

 

 Sem diálogo entre pais e filhos à escola fica cada vez mais no meio desse fogo cruzado, sem saber se o problema com a criança pode ser resolvido com a ajuda dos pais. É uma maneira, talvez a mais eficiente, de criar unidade de ação entre família e a escola, unidade sem a qual, a educação se torna algo ineficiente e às vezes perigosa as famílias começam a depender das escolas para que acolham suas crianças enquanto elas trabalham. É na escola que a professora começa a ser vista como uma pessoa da família.

Conclusão

Durante a realização deste trabalho de intervenção sócio escolar, percebemos que a relação escola e família são indispensáveis para que ocorra uma educação de qualidade.

É necessário que as famílias criem o hábito de participar da vida escolar das crianças, que perceba a importância de se relacionar com a escola na busca de um objetivo em comum, educação de qualidade para as crianças. Por outro lado, a escola deve ser a responsável por criar meios de aproximação com as famílias e a comunidade, orientando e mostrando que educar não é papel exclusivo das escolas, é papel de todos.

Sabemos, portanto, que a escola deve ser um local onde se ensina e se aprende, mas também onde deve existir ajuda, colaboração, descobertas, amizades, brincadeiras, ou seja, a escola não deve ser estanque, tendo apenas o sentido de ensinar, deve sim ensinar, todo um conjunto de informações essenciais que leve a um bom desempenho final por parte do aluno. O trabalho que é começado em casa com as famílias deve continuar na escola e vice-versa, pois esta é uma tarefa conjunta e que deve ser desenrolada em perfeita união, para que as competências que são pedidas às crianças sejam aplicadas com uma maior perfeição.

Ainda percebemos que a parceria família-escola precisa ser cada vez maior, pois quanto melhor for à parceria entre ambas, mais positivos serão os resultados na formação da própria criança. Ainda existem muitas dificuldades nesta relação, tanto na escola, quanto na família os pais ainda não têm uma perfeita compreensão do que seja a atividade da escola. Por outro lado, a escola ainda não conseguiu conquistar a família para contribuir com o trabalho da escola.

Nesse ambiente os pais só frequentam quando são convidados para as reuniões, nem sempre periódicos, durante o ano letivo, ou para eventos ou festas comemorativas realizadas no ambiente escolar. Compreendemos que a importância da relação Família-Escola não é difícil, mas para que a mesma se concretize família e escola terá que se implicar em ações que tornem real a existência de uma relação forte, as duas terá de conhecer a função que lhes cabe na tarefa educativa sem a ignorar.

Nesse sentido, percebemos que esta é uma forma de analisar este tema, outras considerações apareceriam, se outro fosse o momento, se outras fossem as leituras, portanto este é um início para novos estudos sobre essa temática, que se faz tão importante no meio educacional. Enfim, a relação família e escola, é fundamental para o processo educativo, pois os dois possuem o papel de desenvolver a sociabilidade, a afetividade e o bem estar físico e intelectual os indivíduos, ou seja, o ideal é que família e escola se envolvam numa relação recíproca, pois as influências dos dois meios são importantes para a formação de sujeitos.

 

Referencias

BOCK, Ana Merces Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo da Psicologia. São Paulo: Saraiva, 1999.

FREITAS, Ione Campos. A educação não é uma prioridade para a sociedade. Disponível em: http://democracianaescola.blogspot.com/. Acesso em: 7 Abr. 2011.

KRAMER, S.; LEITE, M. I. F. P. (Orgs.). Infância e produção cultural. Campinas: Papirus,1998.

PARO, Vitor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. São Paulo: Ática, 1997.

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. RAMOS, Patrícia Chittoni (Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

SILVA, Vilma Correa Amancio da. Um caminho inovador: o projeto educacional da Escola Regional de Merity (1921-1937). 2008. Dissertação (Mestrado)–Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2008.

TEDESCO, J. C. O novo pacto educativo: educação, competitividade e Cidadania na sociedade moderna. São Paulo: Ática, 2002.

TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Editora Gente, 1996.

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