A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA RECUPERAÇÃO DOS ADOLESCENTES PARTICIPANTES...

Por flavia canavez batista | 10/10/2016 | Psicologia

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA RECUPERAÇÃO DOS ADOLESCENTES PARTICIPANTES DA ONG PROREAVI

Resumo:

O tema que se apresenta trata da importância da família na recuperação dos adolescentes que integram a Ong Proreavi. Utilizamos o método dedutivo, pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e coleta de dados com a aplicação de questionários e entrevista. Através das analises dos resultados foi possível perceber que o convívio familiar é um direito fundamental, conferido a todas as pessoas, e viver no seio de uma família capaz de proporcionar afeto, carinho e cuidado é necessários para se viver com dignidade e é de grande importância para recuperação desses adolescentes.

Introdução

A pesquisa teve como tema a importância da família na recuperação dos adolescentes participantes da ONG PROREAVI, onde conhecemos o trabalho realizado pela instituição com o adolescente em situação de risco.

É comum encontrarmos dentro de um grupo familiar a constante perda da vivência entre os membros; são conflitos internos e externos que afetam e prejudicam as relações e afeto familiar. Diante de um quadro de relações conturbadas e imerso em toda a crise provocada pelos processos de mudanças da adolescência, os filhos se deparam com uma situação para a qual não foram orientados ou preparados. 

O objetivo desta pesquisa foi conhecer o trabalho realizado pela instituição com o adolescente em situação de risco e com sua família e a realidade das famílias auxiliadas pelo projeto, bem como utilizar de dinâmicas, filmes, documentários e jogos, onde tivemos a oportunidade de interagir pais e filhos, colocando-os para trabalhar em equipe, e enfatizando a importância de refazer os laços afetivos. 

A pesquisa contribuiu por trocas de aprendizagem, de conhecimento e a necessidade acadêmica de compreender melhor a respeito da influencia do apoio familiar durante a adolescência, pois foi nossa primeira oportunidade de atuar contribuindo com a instituição e com as famílias atendidas por ela, buscando resgatar os vínculos desses adolescentes com os familiares, e mostrando a eles que há caminhos melhores para serem seguidos e o quanto é importante manter o relacionamento familiar durante toda essa caminhada. 

Desenvolvimento 

Na ONG Proreavi, estamos em contato com vários adolescentes que passaram por descobertas, ou que alguém próximo passou, transferindo a eles o fator de risco, colocando-os mais próximos dos problemas.

Quando pensamos em adolescentes, pensamos também na fase do não saber o que vai ser quando crescer, do que eu sou o que devo fazer, é a fase das dúvidas, onde a descoberta causa prazer, a vontade de conhecer o que o mundo tem a oferecer se torna ainda maior.  A família é de suma importância nesse processo, pois é através dela que chegamos aos adolescentes e suas necessidades.

A fase do adolescente em busca de sua identidade faz com que a vontade de experimentar novas coisas se torne cada vez maior, os conselhos dos pais já não são tão ouvidos, e as opiniões de amigos são valorizadas.

          Segundo FORD (1944), quando o adolescente não tem nenhum vínculo positivo que o ligue à sua família, ele se volta ainda mais para os amigos e para as outras pessoas, pois ele acredita que eles estão certos em relação ao mundo, sendo ai um dos fatores de risco.

Além desse fator HUTZ complementa o que pode estar classificado como fator de risco para os adolescentes dentro da família: 

               “Fatores de risco são condições ou variáveis que estão associadas a uma alta probabilidade de ocorrência de resultados negativos ou indesejáveis. Dentre estes, incluem os comportamentos que podem comprometer a saúde, o bem estar ou o desempenho social do individuo” (HUTZ, 2002, P.10) 

“Dentre outras situações que caracterizam famílias pobres e que operam como fator de alto risco pode citar: baixa remuneração parental, baixa escolaridade, família numerosa e ausência de um dos pais”. (HUTZ, 2002, P.10)

A família que não sabe lidar com seus adolescentes fica sem saber o que fazer quando esta liberdade foge do controle, perde-se o vinculo, já não resta mais o que fazer a não ser contar com ajuda de instituições de apoio para poder tentar disciplinar e resgatar novamente o controle da situação. “A relação entre pais e filhos adolescentes muitas vezes é tão atribulada que fica fácil esquecer-se de relaxar, se desligar e se divertir juntos.” (FORD, 1944, p.22).

Criar os filhos de forma respeitável influencia no desenvolvimento do caráter do adolescente, porém os pais tendem a deixar seus filhos sozinhos em casa para trabalhar.

A ausência dos pais ou responsáveis podem ser ainda mais prejudiciais quando o adolescente se revolta contra essa situação e busca em outros modos encontrar o que lhe falta dentro de casa, ou podendo mesmo agir de maneira contraria ao que sempre foi lhe dito, para que assim consiga a atenção dos que residem junto a ele.

Mais importante que passar o tempo com os filhos, é a qualidade desse convívio, que deve ser marcado pelo afeto, presença educativa e pelo sentimento de segurança.

Em uma relação familiar não basta estar presente, é preciso educar e apoiar da melhor forma possível.

“Se por um lado, a hostilidade e a negligencia parental contribuem para este quadro, por outro, bom funcionamento familiar, vinculo afetivo, apoio e monitoramento parental são indicados como fatores projetivos, ou seja, reduzem a probabilidade de que os adolescentes se engajem em comportamentos delinquentes”. (HUTZ,2002,P.12). 

O jovem no inicio da adolescência sabe o que é certo e o que é errado, mas nem sempre eles agem da forma correta, às vezes agem contrariando os seus próprios conceitos, valores morais e familiares, sendo que, para eles algumas normas são fáceis de serem obedecidas, outras não são, pois pode causar certo sofrimento e frustração.

A família muitas vezes na ânsia de educar ou até mesmo de ajudar age de maneira inadequada, causando assim danos futuros na formação da pessoa. Como exemplo pode-se dizer, que pais muito protetores, que não deixam que seus filhos conheçam o mundo em que vive e o que ele tem para oferecer, criando assim uma pessoa sem informações reais, e o deixando cada vez mais dependente. Outra forma de atrapalhar o desenvolvimento do filho, é achando que liberar ele para tudo o que ele deseja, sem orientar, apenas ceder às vontades, é uma maneira de educar. Os pais geralmente erram com a vontade de acertar, não passando assim pela moderação.

O relacionamento entre pais e filhos tem sido cada vez mais como de amigos, causando assim certa perda no processo de educar. Pais tem medo de ser duros com os filhos, deixando assim, uma falta de limites posto pelos responsáveis. Os vínculos formados na família é o primeiro grupo social que uma pessoa faz parte, é onde o aprendizado tem inicio. “Vínculos são mais importantes do que qualquer norma, lei ou regulamento, se considerarmos o direito à vida à liberdade como valores fundamentais da humanidade” (MOREIRA, p. 96).

                O desenvolvimento de uma criança para adolescência é um período conturbado, cercado de duvidas, e quando os pais não se põem a disposição para o esclarecimento, eles buscam em outras maneiras tentarem se encontrar, sendo pelos grupos sociais de qual ele faça parte.

[...]

Artigo completo: