A IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DOS EDUCADORES
Por Josiane Griffo de Jesus Pereira Costalonga | 07/11/2016 | EducaçãoIntrodução
Compreender-se que o educador, é visto como “um sujeito, que junto com outros sujeitos, constrói em seu agir” (LUCKESI, 2001), entretanto o educador tem a capacidade de transformar vidas por meio da educação.
Portanto sua formação pedagógica reflete em sua prática de ensino, por isso, a importância da didática, como disciplina, em sua formação acadêmica dos futuros educadores.
Nessa prerrogativa da importância da didática na formação pedagógica dos educadores que abordaremos neste artigo, envolvendo o estudo sintetizado da contribuição da didática na prática pedagógica e a avaliação das diferentes tendências pedagógicas que influencia a didática dos educadores no âmbito escolar.
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A importância da didática na formação pedagógica dos educadores
A palavra didática origina-se do grego didaktiké, traduzido como “arte de ensinar”. A expressão didática passou por varias mudança com a contribuição de Comênio, com o método de ensino igualitário a todos; Rousseau ressaltava a criança, o aluno, como o
sujeito que aprende por métodos da criatividade estingando a curiosidade da criança para estimular ao conhecimento, já Herbart enfatiza o papel do professor no processo deensino, também tiveram a contribuição de muitos outros educadores até chegar ao contexto contemporâneo.
Presentemente, a didática é uma ramificação da pedagogia, sendo uma das disciplinas fundamentais na formação dos professores, denominada por LIBÂNEO (1990, p.25) como “teoria do ensino” por investigar os fundamentos, as condições e as formas de realização do ensino.
Segundo Luckesi (2001) a função da Didática é de criar condições para que o educador se prepare técnica, cientifica, filosófica e efetivamente para qualquer tipo de ação que irar exercer.Por sua vez, existem vários elementos que formarão a didática do professor, e cada classe turma exigirá uma prática educativa diferente.
Através da didática o educador poderá transformar os objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetos de ensino; selecionar conteúdos e métodos em função dos objetivos de ensino e também estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das capacidades dos alunos.
Os elementos da ação da didática constituem tradicionalmente em: professor, aluno, conteúdo, contexto e estratégias metodológicas (PACIEVITCH, 2012). Ou seja, para que um professor exerça uma didática em sala de aula carece a união de todos os elementos e principalmente da didática com metodologia de ensino.
Entre os elementos da didática encontramos o planejamento, a metodologia e a avaliação.Portanto, a metodologia e fundamental para propor o método mais adequado de ensino em sua pratica pedagógica.
Entretanto, os princípios, as normas e as técnicas de ensino são postos em prática por meio das atividades de planejamento, orientação e controle do processo ensino-aprendizagem.
De acordo a proposta pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação/96, consiste ao educador no ato do planejamento, zelar pela aprendizagem dos alunos, estabelecer estratégicas de recuperação para o aluno de menor rendimento escolar, entretanto, cabe também ao professor reorganizar o seu planejamento conforme as necessidades educacionais do aluno, visando o seu objetivo na preparação dos alunos para as condições de aprendizagem necessárias ao individuo para que ele possa sobressair de situações que exijam raciocínio lógico. Também, por meio do planejamento o professor tem a incumbência não só ministrar os dias letivos e horas estabelecidas, mas também participar de forma integral dos períodos dedicados ao planejamento, além de participar, da elaboração da proposta pedagógica da escola. Cabeo professor planejar suas aulas através de planos de alunas escolhendo os recursos didáticos a ser utilizados em sala de aula.
De acordo com PACIEVITCH (2012) afirma que a disciplina da didática deve desenvolver a capacidade crítica dos docentes, no intuito que possam avaliar de forma clara a realidade do ensino. Um dos desafios da didática é de articular os conhecimentos adquiridos sobre o como, para quem, “o que” ensinar e o “por que” ensinar.
De acordo com COMENIUS (2001, p.51) expõe que “os educadores são os especialistas que estão mais bem dotados para exercer a tarefa educativa, dado que, por um lado, detém o conhecimento e por um lado conhecem o método”.
Portanto, como a tarefa educativa é reponsabilidade dos educadores, compete aos professores à atualização constantemente, pois a competência de ensinar deve estar unida as de aprender.
O professor antes de exercer suas atividades de ensinar, deve optar por uma tendência pedagógica que orienta a sua pratica educativa, não se deve usar uma delas de forma isolada em toda a sua docência. Entretanto, procurar analisar cada uma e averiguar a melhor que convém ao seu desempenho acadêmico, com maior eficiência e qualidade de atuação. Atualmente, na pratica docente, existem uma mistura dessas tendências.
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As diferentes tendências pedagógicas incluídas na prática pedagógicas
De acordo com os educadoresLibâneo (1990) e Saviani (1997) onde faz uma analise demonstrando as principais tendências pedagógicas usadas na educação, que se dividem em duas grandes linhas de pensamento pedagógico. Sendo elas: Tendências Liberais e Tendências Progressistas.
A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar o indivíduo para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Para isso, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos vários valores e às normas vigentes na sociedade de classes, através de desenvolvimento da cultura individual. A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classes, pois, embora difundida a ideia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições.
(LIBÂNEO, José Carlos. 1990 pg. 22).
Existem quatro tendências pedagógicas liberais:
Tendência tradicional: tem como objetivo a transmissão dos padrões, normas e modelos dominantes. Os conteúdos escolares são separados da realidade social e da capacidade cognitiva dos alunos, sendo impostos como verdade absoluta em que apenas o professor tem razão. Sua metodologia é baseada na memorização, o que contribui para uma aprendizagem mecânica, passiva e repetitiva.
Tendência renovada: a educação escolar assume o propósito de levar o aluno a aprender e construir conhecimento, considerando as fases do seu desenvolvimento. Os conteúdos escolares passam a adequar-se aos interesses, ritmos e fases de raciocínio do aluno. Sua proposta metodológica tem como característica os experimentos e as pesquisas. O professor deixa de ser um mero expositor e assume o papel de elaborar situações desafiadoras da aprendizagem. A aprendizagem é construída através de planejamentos e testes. O professor passa a respeitar e a atender as necessidades individuais dos alunos.
Tendência renovada não-diretiva: há uma maior preocupação com o desenvolvimento da personalidade do aluno, com o autoconhecimento e com a realização pessoal. Os conteúdos escolares passam a ter significação pessoal, indo de encontro aos interesses e motivação do aluno. São incluídas atividades de sensibilidade, expressão e comunicação interpessoal, acentuando-se a importância dos trabalhos em grupos. Aprender torna-se um ato interno e intransferível. A relação professor-aluno passa a ser marcada pela afetividade
Tendência tecnicista: enfatiza a profissionalização e modela o individuo para integrá-lo ao modelo social vigente, tecnicista. Os conteúdos que ganham destaque são os objetivos e neutros. O professor administra os procedimentos didáticos, enquanto o aluno recebe as informações. O educador tem uma relação profissional e interpessoal com o aluno.
Logo, nas tendências pedagógicas progressistas analisam de forma critica as realidades sociais, cuja educação possibilita a compreensão da realidade histórico-social, explicando o papel do sujeito como um ser que constrói sua realidade. Ela assume um caráter pedagógico e político ao mesmo tempo. Libâneo (1990, p. 32) defende que a pedagogia progressista não tem como institucionalizar-se numa sociedade capitalista; daí ela ser um instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas sociais. É divida em três tendências:
Tendência libertadora: o papel da educação é conscientizar para transformar a realidade e os conteúdos são extraídos da pratica social e cotidiana dos alunos. Os conteúdos pré-selecionados são vistos como uma invasão cultural. A metodologia é caracterizada pela problematizarão da experiência social em grupos de discussão. A relação do professor com o aluno é tida como horizontal em que ambos passam a fazer parte do ato de educar.
Tendência libertaria: a escola propicia praticas democráticas, pois acredita que a consciência política resulta em conquistas sócias. Os conteúdos dão ênfase nas lutas sociais, cuja metodologia é está relacionada com a vivência grupal. O professor torna-se um orientador do grupo sem impor suas ideias e convicções.
Tendência crítico-social dos conteúdos: a escola tem a tarefa de garantir a apropriação critica do conhecimento cientifico e universal, tornando-se uma arma de luta importante. A classe trabalhadora deve apropriar-se do saber. Adota o método dialético, esse que é visto como o responsável pelo confronto entre as experiências pessoais e o conteúdo transmitido na escola. O educando participa com suas experiências e o professor com sua visão da realidade.
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