A IMAGEM QUE FAZEMOS UNS DOS OUTROS
Por Marcelo Gonçalves Pereira | 31/01/2018 | CrescimentoVivemos tempos difíceis. Tempos de indefinições e intolerâncias nas mais variadas formas, seja no campo da política, da economia, das religiões, mas principalmente no que diz respeito ao contexto único do ser humano. É fato que, todos nós não nascemos prontos, e nesse sentido, precisamos uns dos outros, seja na afetividade ou no debate para então evoluirmos.
Debates acalorados, fazem parte cada vez mais do cotidiano, principalmente nas redes sociais. É comum nos dias de hoje e até vejo com bons olhos, a facilidade com que todos (em grande parte) se posicionam a respeito desse ou daquele assunto. Esse movimento demonstra que a população, enfatizo aqui (em grande parte) já não mais se encontra tão letárgica como no passado.
Muito disso se deve a velocidade com que as informações são disponibilizadas, mas principalmente pelo fato de que cada vez mais o ser humano tem a necessidade de se estar bem informado e, portanto, ser capaz de argumentar sobre algo que não mais lhe soa como desconhecido ou que não esteja a seu alcance intelectual, mesmo que ainda em certas ocasiões não se veja profundidade de conhecimento de causa no que é debatido.
Todo esse movimento pode ser visto como um grande avanço, porém, é importante mencionar a respeito do “efeito de manada”. É muito comum ainda nos dias de hoje, nos depararmos com inúmeras pessoas, que por não terem um conhecimento de causa mais aprofundado sobre o que é debatido, se deixam influenciar de forma plena por formadores de opinião, sendo que esses, em muitas das vezes estão em busca apenas de autopromoção.
Mesmo assim, é preciso refletir melhor ao julgar as pessoas. Mesmo se deixando influenciar por formadores de opinião, no fundo, cada um tem sua maneira de analisar as situações que o rodeiam. Na verdade, o que realmente importa nesse processo todo é o fato de se estar analisando fatos concretos e não apenas opiniões formadas. Veja a seguir, alguns pontos que entendo como sendo importantes neste contexto:
- Ao julgar o outro é preciso uma melhor reflexão sobre todo o contexto do julgamento colocado, com apontamentos mais variados, profundos e completos;
- É muito importante se falar mais sobre as percepções que nos envolvem em nossos relacionamentos. Essa atitude faz com que nos tornemos mais conscientes do que inconscientes;
- O foco está em articular e discutir tudo aquilo que está inserido no campo do relacionamento, deixando cada vez mais de lado as intuições, percepções e diplomacias;
- Ao fazer um julgamento, fuja da superficialidade. As pessoas são muito diversificadas e complicadas;
- O outro será apenas o outro, isso até tomarmos a decisão de quebrar as barreiras que nos separam. Ao julgarmos, nos colocamos na condição de sermos melhores do que aquele que é julgado. Entenda: não somos melhores e nem piores. Somos diferentes;
- A busca por avanços pode sim nos levar a julgamentos. No entanto, é importante compreender que não existe avanço sem união e essa união se faz com a presença do outro junto a nós, sendo que o outro, é peça fundamental nesse processo.
A condição que nos une, essa que chamamos de relacionamento, é única. Não se pode brincar com ela. Aceitando ou não, precisamos uns dos outros. Isso é fato. A questão é estabelecer a melhor forma de encarar e aparar as arestas que constantemente nos fazem entrar em atrito. Somos totalmente responsáveis por nossos atos. Sendo assim, ao tratar um ser humano, seja apenas outro ser humano.