A Idade Média.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 05/07/2013 | HistóriaA Idade Média.
Um longo período de mil anos, desde a queda do império romano do ocidente em 476 até a tomada de Constantinopla em 1453. Esse período foi marcado pelo estabelecimento da religião monoteísta, antes se acreditava nas diversidades dos deuses.
A fé cristã foi predominante no ocidente, à época caracteriza ainda pelo esforço de conciliação da fé com a razão. A renascença o tempo em que corresponde entre a metade do século XV e o final do século XVI.
Nesse tempo desenvolveu-se uma Filosofia cujo objetivo fundamental foi libertar-se da religião transformando o homem no próprio centro da realidade política.
Durante muitos anos a Filosofia iluminista desenvolveu a concepção em que defendia o pressuposto que a Idade Média teria sido um momento de trevas a respeito ao desenvolvimento do saber.
No entanto, essa acepção não corresponde à objetividade da verdade, ao final da Idade Média, nasceu uma reflexão em que o homem passa gradativamente ser o centro da realidade do próprio mundo.
Do ano 1000, a Filosofia começa a desenvolver a partir exatamente, da perda da cultura grega, pelo seguinte motivo, as invasões bárbaras, a alta Idade Média, que vai do século V ao X, nessa época é abandonada a hegemonia da razão, o que não significa o total obscurantismo.
O fortalecimento do cristianismo que possibilitou uma nova visão do mundo, que consiste basicamente em outros conceitos, como por exemplo, a ideia de um Deus único, perfeito, transcendente, todo poderoso, a principal ideologia do tempo em referência.
Outras noções como a salvação ao que se refere ao conceito da alma, aos poucos foi substituindo uma visão física pela metafísica, o sentido da vida, seria de fato a outra vida, não a vida real nesse mundo, que, aliás, tinha pouco significado.
O conceito do cosmo grego, fundamentado numa visão naturalista, foi, portanto alterado, buscando uma compreensão do universo inteiramente voltado para o transcendente, à finalidade da vida, seria de fato a salvação da alma.
O ser humano medieval pensa se como criação de Deus, do ponto de vista positivo, seria entendido como reflexo de Deus, negativamente como pecador, cheios de erros, portanto, era fundamental ser reparado.
Com efeito, a mentalidade da Idade Média, a verdade sempre fora divina e era revelada por Deus, não eram possíveis outras verdades, todas as coisas eram sinais de Deus.
A razão livre desses preceitos culturais era apenas um instrumento ímpio contra ao próprio homem, pois o mesmo se obedecesse outras regras teria como castigo a condenação ao inferno.
No século XII, anuncia-se um novo tempo, com a figura de santo Anselmo 1033-1109, formula uma teoria cultural colocando a Filosofia como serva da Teologia demonstrando que a razão por si só poderia evidenciar a existência de Deus.
Abelardo 1079-1142, outro filósofo, procura mostrar o valor do conceito nominalista contra o fundamento da Filosofia realista, as ideias gerais não representam as realidades práticas, são simples palavras distantes daquilo que o mundo aparenta ser.
Com o surgimento do comércio entre ocidente e oriente, a partir exatamente do século XII, A Filosofia se renova, sobretudo, com os trabalhos de Aristóteles, o grande mestre medieval.
Ressurge particularmente com seus comentadores, Avicena e Averróis, como também Maimônides, os textos traduzidos chegam ao mercado cultural europeu.
As universidades surgem no século XIII, com base no pensamento traduzido de Aristóteles e até mesmo modificado re-platonizado, o latim é a língua oficial do mundo intelectualizado, nesse momento a Europa permite o desenvolvimento do saber como algo indispensável ao mundo.
É importante entender a importância da Filosofia árabe, particularmente Averrois 1226-1198 porque o Aristóteles original sofre modificações, reelaborado racionalmente no atendimento as perspectivas das necessidades aos fundamentos racionais do alcorão.
Alberto Magno, professor de Tomás de Aquino contribuiu para difusão das obras de Averróis e de Aristóteles. Mas foi Tomás de Aquino que ficou muito famoso, pelo seu trabalho de conciliação da fé com a razão.
Surgiu a segunda escola, a Escolástica, aquela que superou a Patrística, Tomás procurou distinguir as verdades da razão e as verdades da fé, proclama a autonomia da Filosofia, pelo menos em parte, cria os preceitos da investigação racional.
Já no século XIV marcado pela emancipação da Teologia, Guilherme de Ockmam, filósofo nominalista rejeita a teoria dos universais defende a valorização do individuo.
Com a reforma desenvolvida por Lutero 1483-1546, ao afirmar que a salvação é um ato da graça ele coloca o ser humano numa relação direta com Deus, libertando da instituição católica base de sustentação ideológica do modelo Feudal.
Com o renascimento, ao libertar o pensamento de toda autoridade a fim de possibilitar o desenvolvimento do pensamento crítico, portanto, a reforma foi um movimento indispensável à formulação da Filosofia Iluminista.
Mas a mesma chegou ao seu auge libertando também dela, a reforma possibilitou por outro lado, a elaboração para o pensamento ateu, já com a criação do Estado liberal burguês, o que determina a formação do pensamento pós-contemporâneo.
Edjar Dias de Vasconcelos.