A História e a Evolução da Fisioterapia Oncológica
Por daniel xavier | 25/04/2009 | SaúdeOs avanços tecnológicos associado à melhor prestação de serviços em oncologia aumentaram significativamente as taxas de sobrevida de pacientes acometidos por esta terrível patologia.
Em todos estes pacientes, o câncer e sua intervenção terapêutica necessária muitas vezes produzem significativa perda funcional permanente ou a longo prazo, requerendo reabilitação para retorno do indivíduo à independência funcional e para melhorar a sua qualidade de vida.
Como em outras áreas de medicina física e reabilitação, a meta ao se tratar pacientes com câncer é alcançar seu mais pleno potencial físico, psicológico, social, profissional, educacional e geral. Estas metas devem ser realistas e consistentes com as limitações fisiológicas e ambientais. É preciso que se de atenção ao local anatômico afetado, histologia, estádio do câncer, tratamento usado, possíveis metástases, idade do paciente e tratamento ao se estabelecerem metas. Por conta do grande número de problemas em pacientes com câncer, é necessária uma abordagem multidisciplinar abrangente com os demais profissionais da saúde, usando suas habilidades técnicas e psicológicas, a fim de se atingirem resultados ótimos. É necessária a reabilitação preventiva, bem como a definitiva, para reduzir o grau de deficiência e o tempo necessário para alcançar as metas funcionais.
Dietz e colaboradores observam que precisam ser estabelecidas metas terapêuticas tão cedo quanto possível e sugere três categorias: restaurativa, de apoio e paliativa. A categoria restaurativa tem em vista um paciente que retorne às condições pré-mórbidas sem deficiência residual notável. A de apoio implica que o paciente possa esperar eliminar tanta quantidade quanto possível através de treinamento e tratamento apropriados, e a paliativa tem em vista um paciente com deficiência crescente por doença progressiva e uma diminuição associada na capacidade funcional, mas que, com o fornecimento apropriado de tratamento, eliminará ou reduzirá algumas das complicações em potencial.
O desenvolvimento de programas de reabilitação no câncer tem sido muito lento. Em 1965, o congresso dos Estados Unidos aprovou o programa médico regional, que dava ênfase a cardiopatias, acidente vascular encefálico e câncer. Embora fossem observadas atividades significativas na reabilitação profissional de cardiopatia e de AVE, poucos pacientes com câncer se beneficiaram.
O ato nacional sobre o câncer de 1971 deu ênfase à reabilitação oncológica, com verbas a serem empregadas no desenvolvimento de projetos de treinamento, demonstração e pesquisa em reabilitação. Apesar do aumento da ênfase legislativa e apesar da necessidade demonstrada por programas que trouxeram benefícios na reabilitação do câncer, eles ainda não alcançaram o estado ótimo em qualidade e quantidade.
R.Lee Clark observou, em 1967, que barreiras temíveis precisariam ser transpostas para implementar um programa efetivo de reabilitação para pacientes com câncer. Ele identificou a barreira primária como uma atitude derrotista ou negativa por parte dos médicos, e do público em geral, para resolver este problema. Sugeriu então um programa de educação em massa sobre o significado e o potencial no incremento da qualidade de vida que representaria a reabilitação em pacientes oncológicos.
Outros problemas prontamente sugeriram uma falta de preparo, conhecimento e encaminhamento adequado por parte dos médicos, o que de sobremaneira diminuíam a possibilidade de êxito dos programas de reabilitação.
Harvey, em 1982, observou que o sucesso dos esforços em reabilitação de pacientes com câncer dependia diretamente dos padrões de encaminhamento, comunicação entre os membros da equipe multidisciplnar e processos de fisioterapia mais adequados
Dietz, em 1969, desenvolveu e demonstrou um programa para câncer em dois hospitais em cooperação, um para tratamento de afecções agudas e o outro para a reabilitacão. Ele descobriu ser essencial estabelecer um reconhecimento precoce da deficiência do paciente e o seu potencial, assim como estimular o pronto encaminhamento à assistência em reabilitação.
Os problemas encontrados nos pacientes oncológicos são multifatoriais e complicados pela evolução inexorável da doença subjacente e seu tratamento. Como por exemplo, fraqueza geral, o segundo problema mais comum de reabilitação identificado por Lehmann em 1992, e poderia ser decorrente como resultante de inúmeros fatores, incluindo os seguintes: efeitos mecânicos causados pelo tumor primário ou suas metástase no sistema nervoso central ou periférico, efeitos provenientes da radioterapia, quimioterapia, hormonoterapia, problemas nutricionais relacionados ao câncer, síndrome do imobilismo e disfunções de caráter psicológico.
www.fisioterapiamanaus.com.br