A Higiene Bucal nas Escolas
Por Manuela Rocha Paixão | 10/09/2009 | EducaçãoManuela Rocha Paixão
Professora de Geografia, licenciada pela Faculdade
de Tecnologia e Ciências - FTC/Ead e especialista em Educação Ambiental pela Unidade Baiana de Ensino Pesquisa e Extensão - UNIBAHIA
RESUMO
Este artigo tem como lócus de estudo a promoção de saúde bucal que acontece com os alunos de creches e escolas do ensino fundamental I (1º ao 5º ano) da rede pública do município de Poções, proporcionando uma análise avaliativa de tal processo. Visto que, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em sua abordagem à Promoção de Saúde em Escolas, visa a melhoria da saúde de toda a população escolar, através do desenvolvimento de ambientes favoráveis que conduzam à promoção de saúde, de forma a oferecer oportunidades e requerer compromissos para provisão de ambiente seguro e saudável melhorando o ambiente físico e social. Sendo, portanto, a educação fundamental para despertar nas pessoas o interesse em manter saúde, é mister introduzi-la em cuidados com a higiene bucal nos primeiros anos de vida escolar, através de atividades educativo-preventivo-curativas, estabelecendo a promoção, manutenção e motivação da saúde bucal em crianças matriculadas em escolas municipais de educação infantil a 4ª série do Ensino Fundamental, uma vez que valores e atitudes adquiridos durante os primeiros anos de vida ficam fortemente resistentes a mudanças e se tornam hábitos rotineiros (Faria, Oliveira, Pordeus, 1997).
Palavras-chave: promoção de saúde, saúde bucal, educação e saúde.
ABSTRACT
This article has the locus to study the promotion of oral health is happening with students from kindergartens and schools of basic education I (1 of the 5 th year) public network of the
Keywords: promotion of health, oral health, education and health.
INTRODUÇÃO
A II Conferência Mundial de Direitos humanos, em 1993 em Viena, sedimentou em caráter universal a necessidade de observação e preservação dos direitos humanos, onde se conclui que é necessário reafirmar o compromisso e a responsabilidade de todos os Estados, promover o respeito universal e a proteção de todos os direitos humanos, bem como a autodeterminação dos povos.
Nesta abordagem, a saúde é um direito universal do homem e consagrado no conceito das nações civilizadas. Embora a Constituição Brasileira de 1988 defina a saúde como um direito do cidadão e um dever do estado, na prática, o que se observa é que a saúde é um privilégio: só possui quem pode pagar por ela.
Em decorrência, a conceituação de saúde torna-se difícil uma vez que esta deve considerar a realidade vivida por cada indivíduo e o modo pelo qual ela é pensada e elaborada Desta forma, é mister o planejamento de programas educativos-preventivos em saúde, sendo que estes devem considerar as diferentes condições de vida e de conhecimento para que consigam atingir as reais necessidades do público alvo. Neste contexto se insere a saúde bucal.
Os últimos dados relativos ao perfil epidemiológico em saúde bucal da população brasileira colocam o Brasil, entre as nações de maior prevalência de cárie dentária em todo mundo (Ministério da Saúde. Brasília, 1988).
A necessidade de melhorar os índices epidemiológicos de saúde bucal e de ampliar o acesso da população brasileira às ações a ela relacionadas – quer em termos de promoção, quer de proteção e recuperação – impulsionou a decisão de reorientar as práticas de intervenção, valendo-se, para tanto, de sua inclusão na estratégia de saúde da família. Assim, pela Portaria de Normas e Diretrizes da Saúde Bucal, nº 267, de 06 de março de 2001, o Ministro de Estado da Saúde, José Serra, no uso de suas atribuições, considerando a necessidade de regulamentação da Portaria n.º 1.444/GM, de 28 de dezembro de 2000,criou o incentivo de saúde bucal destinado ao financiamento de ações e da inserção de profissionais desta área no Programa de Saúde da Família (PSF), bem como ampliação do acesso da população brasileira às ações de promoção e recuperação da saúde bucal, de prevenção de doenças e agravos a ela relacionados. (Diário Oficial da União de 07 de Março de 2001, Seção 1, página 67)
De dezembro de 2002 até dezembro de 2005 foram implantadas no Brasil, 8.341 novas Equipes de Saúde Bucal (ESB) na Estratégia de Saúde da Família, chegando a um total de 12.602 ESB, que representa um aumento de mais de 195% no número de equipes, atuando em 3.896 municípios. De acordo com o Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde as Equipes de Saúde Bucal fazem a cobertura populacional de pouco mais de 59 milhões de pessoas, de todas as idades, sexos e raças (Ministério da Saúde. Brasília, 2000).
Contudo, a doença cárie, ainda se caracteriza como um grande problema no que se refere à saúde bucal, por isso na prática odontológica atual, a prevenção têm se mostrado a melhor forma de abordagem visando a promoção de saúde. Para tanto, a educação e a motivação são ferramentas indispensáveis.
Baseados neste contexto, muitos trabalhos educativos-preventivos vêm sendo realizados dentro de instituições de ensino infantil e fundamental buscando transmitir informações e motivar as crianças a cuidarem de sua higiene bucal Entretanto, sabe-se que para a assimilação de informações e incorporação de hábitos saudáveis, de maneira ideal, deve-se realizar um programa contínuo, adequado à realidade do público a ser atendido, que também seja capaz de atingir e abranger todas as pessoas envolvidas com a população alvo para que essas possam interferir dentro da sua realidade cotidiana. Assim sendo, a incorporação da família e/ou professores dentro destes programas podem representar uma grande estratégia para seu sucesso.
Frente a isso, tal pesquisa proporciona uma análise quanto à promoção de saúde bucal que acontece com os alunos de creches e escolas do ensino fundamental I (1º ao 5º ano) da rede pública do município de Poções – Ba, sendo que o Programa Promoção de Saúde Bucal nessas escolas municipais é desenvolvido com parceria entre a Prefeitura Municipal, a SMS (Secretaria Municipal de Saúde) e a SMEC (Secretaria Municipal de Educação e Cultura), contando com a participação dos Agentes Comunitários, Diretores e Docentes dos estabelecimentos de ensino.
REFERENCIAL TEÓRICO
Da educação à promoção da saúde
Desenvolvimentos históricos na educação em saúde
O termo promoção de saúde foi usado pela primeira vez por Mark Lalonde, Ministro da Saúde e Bem – Estar do Canadá. No famoso documento "New Perspective on the Health of Canadians", ele argumentou que as principais causas da morte e doença não são as características biológicas, mas o meio ambiente e o comportamento dos indivíduos – estilo de vida (Lalonde, 1974). Embora fortemente tendencioso no sentido de colocar a responsabilidade nos indivíduos pela sua própria saúde, esse documento foi um passo muito importante porque pela primeira vez o governo de um país industrializado oficialmente reconheceu que para melhorar a saúde seria preciso interferir nos aspectos da política pública que afetam os comportamentos relacionados à saúde dos indivíduos (Lalonde, 1974).
A Organização Mundial de Saúde também começou a contribuir para o desenvolvimento do novo movimento de promoção da saúde, sugerindo que esta deveria basear-se num modelo sociológico, objetivando o desenvolvimento de estilos de vida saudáveis. A mudança de comportamento deve ser ligada à mudança socioeconômica (WHO, 1981).
Promoção de Saúde é basicamente uma atividade no campo social e não um serviço médico. Entretanto, os profissionais de saúde têm um papel importante em fomentar e facilitar a promoção de saúde. (WHO, 1984,1986,1988,1991).
Portanto, enquanto a meta na educação em saúde é tornar os indivíduos internamente melhor equipados para que possam fazer escolhas mais saudáveis. (Milio, 1993).
Breve histórico da promoção de saúde pública no Brasil
As ações de assistência à saúde no Brasil iniciaram-se em 1923, com as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), que eram organizadas por empresas com administração e financiamentos realizados por trabalhadores e empresários, sendo a assistência médica disponibilizada como instrumento fundamental do sistema previdenciário (Mendes, 1993; Cunha e Cunha, 1998). Em 1930 surgem os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), sendo organizados e controlados por categorias profissionais, com grande participação do Estado (Carvalho e Goularte,1998). São citados os institutos marinhos, dos comerciários, dos bancários, dos industriários e outros. Nessa fase há um grande ganho de capital com formações consideráveis de patrimônios institucionais (Farias, 1997; Cunha e Cunha,1998).
O relatório da VIII Conferência Nacional de Saúde destaca o conceito ampliado de saúde, colocando-a como direito de todos e dever do estado (Conferencia Nacional de Saúde, 1996). A consciência nacional, nesse momento, eleva a compreensão de que o controle pela sociedade tornar-se-ia o principal instrumento contra a má – utilização das verbas públicas, destinadas ao desenvolvimento social, contrapondo-se às vontades de governantes envolvidos em irregularidades administrativas (Carvalho e Goulart, 1998).
De acordo com Grindle e Thomas, apud Cortes (1988) consideram pouco provável a constituição de mecanismos formais e públicos e representação dos interesses das classes populares na América Latina, pois esses países possuem como características uma sociedade civil desorganizada, incapaz de equilibrar os poderes políticos, econômicos e militares das elites, em aliança com a burocracia estatal.
No entanto, com a Constituição de 1988, tais afirmações passaram a não ser a nossa total realidade, pois, com a organização dos serviços detalhados, por meio do artigo 198, e com o financiamento do sistema, nos termos do artigo 195, foi criado o Sistema único de Saúde (SUS) (Brasil,1988)..
O novo sistema traz a idéia de universalidade e de equidade com a participação popular, ou seja, a saúde como um direito de cidadania: é o sepultamento dos modelos anteriores em que somente contribuintes tinham direito á assistência. A cidadania, antes considerada regulada, passa a se aproximar da cidadania plena (Roncalli, 2000).
O modelo instituído faz a saúde brasileira ingressar em rumos sociais de maior integração do Estado e sua população, pois o controle social se faz necessário com a nova mentalidade que passa pela universalização social da saúde, com custos do setor público, tendo a sociedade direitos jamais adquiridos (Farias, 1997).Essas conquistas são garantidas pelo artigo 196 da Constituição:
A saúde é direito e dever do Estado, garantidos mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal igualitário ás ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
As formas de participação e de controle social, dentro da saúde pública no Brasil, concretizam-se com a Lei Federal 8.142/90 prevendo que os conselhos de saúde são órgãos permanentes com o poder de decisão e que servem para garantir a participação permanente e regular da sociedade:
üna elaboração das diretrizes gerais e políticas de saúde;
üna formulação de estratégias de implementação dessas política;
üno controle sobre a execução
üno controle sobre a utilização de recursos;
üna mobilização da população.
O Conselho Municipal de Saúde passa a ser assegurado no contexto dos três níveis de governo: Municipal, Estadual e Federal. A composição deve ser partidária com 50% distribuídos entre gestores, prestadores de serviços e trabalhadores de saúde (Brasil,1990). O direito sanitário assume autonomia na abordagem do direito á saúde, segundo princípios e métodos próprios, deparando-se com a difícil tarefa de analisar as dificuldades enfrentadas pela população brasileira na implementação de seus direitos. Enfim, apenas a Constituição de 1988 deu ao direito à saúde a dimensão de relevância pública, instituindo-o como dever do Estado (Dodge,1997).
Promoção de sáude pública no Brasil após a década de 90
O clássico modelo de assistência à saúde executado no Brasil até a década de 90 não era voltada ao atendimento integral e universalista da população. Com um conceito de saúde ultrapassado esta deixava de lado fatores importantes como a educação em saúde e promoção de saúde se baseando única e exclusivamente ao tratamento curativo, o que exigia alto custeio e provocava um efeito cíclico do sistema.
Na VIII Conferência Nacional de Saúde deram-se inicio a propostas que viriam a causar grandes mudanças dentro do modelo de saúde. Dessa reunião surgiram idéias que mais adiante seriam constitucionalizadas e formariam o projeto do SUS (Sistema Único de Saúde). Com essa nova proposta a forma de acesso a população passaria de um modelo curativo a uma abordagem que incluísse promoções e educação em saúde, num processo que conduziria a população a sua autonomia. Minimizando gastos com tratamentos, certamente mais custosos, e ampliando investimentos em ações que visam à manutenção da saúde do individuo, o estado pouparia suas reservas e teria maiores condições em atender uma maior parte da população.
Dentro desse contexto Promoção de Saúde é definida por WHO(1984,1986,1988,1991) basicamente uma atividade no campo social e não um serviço médico. Entretanto, os profissionais de saúde têm um papel importante em fomentar e facilitar a promoção de saúde.
Milio(1983) ainda acrescenta que, enquanto a meta na educação em saúde é tornar os indivíduos internamente melhor equipados para que possam fazer escolhas mais saudáveis, a promoção de saúde tenta fazer com que as escolhas mais saudáveis tornem-se escolhas mais fáceis.
Baseado nesses novos conceitos as Organização Nações Unidas (ONU) divulga seu novo conceito de saúde, não mais fundamentado a ausência de doença apresentada pelos indivíduos, mas sim o completo bem-estar físico, mental, moral e social do individuo.
O novo sistema de saúde exercido no país trazia a idéia de universalidade e de equidade com a participação e controle popular, ou seja, a saúde como um direito de cidadania, deveria ser um dever do estado e direito do cidadão garantido mesmo antes do seu nascimento, e não mais dentro dos modelos anteriores em que somente contribuintes tinham direito á assistência.
Esse novo modelo continuaria sobre o comando estatal, mas agora estaria sobre o julgo do controle social. Esse controle seria exercido através dos conselhos de saúde, principalmente os conselhos municipais, onde cada classe possui seus representantes.
Com o conceito da integralidade como base de fundamentação SUS, as diversas especialidades dentro da saúde passaram a funcionar de forma interdependente, e onde a saúde bucal também foi privilegiada, estando ao acesso da população. Essa novo método fica evidenciado com a criação dos PSF's. Estes são representados por unidades de saúde distribuídos com base na necessidade e facilidade de acesso dentro dos municípios. Priorizando as ações de proteção e promoção á saúde dos indivíduos e da família, tanto adultos, quanto crianças, sadios ou doentes de forma integral ou contínua.
Dessa forma, vai se construindo o novo modelo assistencial de saúde do país com pré-requisitos como universalidade, equidade com participação popular,ou seja , a saúde como um direito de cidadania. O SUS é um projeto dinâmico que visa dar atendimento de qualidade a toda população e, para tanto, é necessária a compressão de todos os indivíduos envolvidos nesse processo sobre o controle social que deve ser exercido a respeito deste, para que um dia possamos ter um sistema de saúde pleno e que atenda as reais necessidades da população.
Promoção de saúde bucal
A Estratégia de Saúde Bucal para a Inglaterra foi publicada em 1994, tendo como principais metas para melhorias a prevalência de cárie em crianças de 5 á 12 anos, doença periodontal em adultosde mais de 45 anos, e a perda de dentes e adultos. Nas duas estratégias, foi anunciado explicitamente que a responsabilidade em melhorar a saúde é primeiro do individuo, chamando a atenção para importância do estilo de vida pessoal. Educação para a saúde foi considerada essencial para aumentar o conhecimento e o entendimento. Ao mesmo tempo, Estratégia para Saúde apontou para a importância de os fabricantes de alimentos, assim como a indústria farmacêutica,"observarem seriamente a composição dos seus produtos e substituírem açúcares cariogênicos por adoçantes menos prejudiciais, ou retirarem qualquer tipo de adoçante" (Departament of Health and Social Security,1994).Além disso chamou-se a importânciapara a fluoretação da água.
Nesse histórico, nota-se que muito dos esforços para prevenir as doenças tem tradicionalmente se baseado em informar as pessoas sobre como evitar problemas específicos, e motivá-las para as mudanças de comportamento por meio de persuasão e técnicas de comunicação de massa (Naidoo e Wills,1994).
Promoção da saúde, no seu sentido mais amplo, e talvez o mais apropriado, é uma ação global objetivando a melhoria na qualidade de vida das pessoas. Saúde bucal é só uma pequena parte do todo. Da mesma forma, pode-se considerar que a prevenção específica ou o tratamento de qualquer doença constituem outras parcelas deste novo e amplo movimento (Ewlis e Simnet,1992; Adams e Pintus, 1994).
Saúde e doença são determinadas por fatores sociais, econômicos e psicológicos, sendo pouco influenciadas por serviços médicos, ou mesmo por medidas efetivas e saúde pública. Mais importante é a incorporação das preocupações com a saúde nas discussões de políticas macro e em nível local, tais como decisões nas áreas econômicas e política (Milio,1983).
Os cinco princípios da promoção da saúde definidos pela Organização Mundial da Saúde na Ottawa Charter for Health Promotion (Who, 1996), são: desenvolvimento de habilidades pessoais; ação comunitária; política pública saudável; existência de um ambiente de apoio adequado (supportive environment); reorientação dos serviços de saúde.
Esses princípios têm servido de guia para quase todas as ações de promoção á saúde, dentro do que se pode considerar como sendo, a nova saúde pública, na qual a saúde é cada vez mais buscada por meios de agencias outras que não o serviço médico, como por exemplo, a escola, o local de trabalho, o comércio e a indústria e a mídia.
Reorganização da ações de saúde bucal na atenção básica
Portaria de Normas e Diretrizes de Saúde Bucal
Portaria n.º 267, de 06 de março de 2.001
A publicação da Portaria Ministerial nº1.444,de 28 de dezembro de 2000, anunciou oficialmente a inserção de "profissionais de saúde"bucal no PSF.
Tradicionalmente, a prevenção das doenças bucais tem sido equacionada em três níveis (Leske,1993):
a)prevenção primária, relacionada à iniciação da doença;
b)prevenção secundária, quando se trata de impedir a progressão e recorrência da doença;
c)prevenção terciária, no momento em que se procura evitar a perda da função.
A universalização do acesso, a integralidade da atenção, a eqüidade, a descentralização da gestão, a hierarquização dos serviços e o controle social são princípios e diretrizes constitucionais e legais de funcionamento do Sistema Único de Saúde – SUS – que, para o seu cumprimento, requerem a reordenação das práticas sanitárias e, por via de conseqüência, a transformação do modelo de atenção prevalente.
O Programa de Saúde da Família – PSF – do Ministério da Saúde envolve um conjunto de açõesindividuais e coletivas que tem se mostrado eficaz para a reorganização da atenção básica, o quepossibilita, por conseguinte, o reordenamento dos demais níveis de atenção do sistema local de saúde.
A necessidade de melhorar os índices epidemiológicos de saúde bucal e de ampliar o acesso da população brasileira às ações a ela relacionadas – quer em termos de promoção, quer de proteção e recuperação – impulsionou a decisão de reorientar as práticas de intervenção neste contexto, valendo-se, para tanto, de sua inclusão na estratégia de saúde da família.
A) OBJETIVOS
O presente Plano tem por objetivos:
- melhorar as condições de saúde bucal da população brasileira;
- orientar as práticas de atenção à saúde bucal, consoante ao preconizado pelo Programa de Saúde da Família;
- assegurar o acesso progressivo de todas as famílias residentes nas áreas cobertas pelas equipes de saúde da família às ações de promoção e de prevenção, bem como aquelas de caráter curativo-restauradoras de saúde bucal;
- capacitar, formar e educar permanentemente os profissionais de necessários ao PSF, por intermédio da articulação entre as instituições de ensino superior e as de serviço do SUS;
- avaliar os padrões de qualidade e o impacto das ações de saúde bucal desenvolvidas, de acordo com os princípios do PSF.
B) BASES PARA REORIENTAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE BUCAL
A inclusão das ações de saúde bucal na estratégia de saúde da família deverá expressar os princípios e diretrizes do SUS e apresentar as seguintes características operacionais:
I. caráter substitutivo das práticas tradicionais exercidas nas unidades básicas de saúde;
II. adscrição da população sob a responsabilidade da unidade básica de saúde;
III. integralidade da assistência prestada à população adscrita;
IV. articulação da referência e contra-referência aos serviços de maior complexidade do Sistema de Saúde;
V. definição da família como núcleo central de abordagem;
VI. humanização do atendimento;
VII. abordagem multiprofissional;
VIII. estímulo às ações de promoção da saúde, à articulação intersetorial, à participação e ao controle social;
IX. educação permanente dos profissionais;
X. acompanhamento e avaliação permanente das ações realizadas.
Educação e saúde
Sempre foi reconhecida a grande influencia que a escola tem sobre a saúde dos jovens. Por isso, desde há muitos anos programas de educação em saúde tem existido em escola. Profissionais da área de educação e saúde desenvolveram o conceito de escola promotora de saúde, ou escolas saudáveis. Essa iniciativa teve origem no inicio da década de 80. Em 1992, sobre a coordenação OMS, foi iniciada a rede européia das escolas promotoras de saúde (The European Network of Health Promothing Scchools). Em 1996, já havia 38 países europeus, 5 mil escolas e cerca de 400.000 alunos participaram do projeto europeu escolas saudáveis. Cada país é responsável pela maior parte do próprio financiamento para esse projeto, mas algumas nações do leste europeu menos desenvolvido economicamente, recebem apoio financeiro da OMS.
A escola saudável tem como meta genérica atingir "estilos de vida saudáveis para uma população total da escola por meio do desenvolvimento de ambientes que apóiem e conduzam a promoção da saúde. Oferece oportunidade para a profissão de ambiente físico e social e seguro e que intensifiquem a saúde"(WHO,1995).
Cada país escolhe os atributos necessários para uma escola saudável de acordo com as necessidades nacionais e locais, mas a OMS tem uma lista de 12 critérios que envolvem desde a preocupação com o ambiente físico da escola, até o papel da merenda escolar no currículo de educação para saúde (WHO,1995).
Sendo a escola uma importante instituição de educação, que colabora na formação de cidadãos e que promove a melhoria na qualidade de vida da sociedade, a importância em promover saúde bucal nas escolas municipais de séries iniciais, está em concretizar o aprendizado, pois estas crianças estão em fase de descoberta do aprendizado, isto é, em idade propícia para incorporar as práticas de prevenção e hábitos de higiene bucal e corporal nas atividades diárias.
Portanto, não é possível à escola, alhear-se das condições sociais culturais, econômicas de seus alunos, de suas famílias, de seus vizinhos. A participação dos educadores no processo de formação de bons hábitos em saúde bucal é favorável, sendo mais um meio a ser utilizado para se alcançar melhores índices de saúde e higiene bucal na população brasileira. Um ambiente escolar saudável e exemplar incentiva as pessoas a agirem como agentes transformadores da realidade em benefício de suas próprias vidas
METODOLOGIA
Tal estudo de natureza quali-quantitativa visa verificar a promoção de saúde bucal que acontece com os alunos de creches e escolas de ensino fundamental I (1º ao 5º ano) da rede pública do município de Poções, por meio de pesquisa descritiva e exploratória, utilizando como instrumento, a coleta de dados, a partir de questionários de caráter objetivo e subjetivo, os quais foram aplicados aos seguintes representantes/entidades públicas do município de Poções: Secretária de Educação, Médica Odontóloga do município, Agente Comunitário de Saúde, Diretores e Professores de nove instituições de séries iniciais de ensino da rede pública, de diferentes bairros, entre estas, duas creches, uma creche-escola e seis escolas, e quarenta e oito docentes da área.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os questionários de entrevista realizados com os representantes/entidades públicos do município de Poções – Ba proporcionou uma análise do perfil da promoção de saúde bucal oferecida pelo município às creches e escolas do ensino fundamental I.
A Secretária de Educação, Lígia Maria Macedo Matos, afirma haver no município políticas pública de promoção de saúde, destinadas aos alunos de creches e escolas municipais do ensino fundamental, realizada pelos Agentes Comunitários de Saúde que visitam as escolas uma vez por semana e procedem a escovação e aplicação de flúor nos alunos. Há ainda, a preocupação por parte da Secretaria Municipal de Educação em fornecer ou orientar as escolas na utilização de produtos alimentícios saudáveis, diversificados e balanceados. Segundo a secretária, a adoção de tais promoções à saúde bucal, reflete positivamente para o município, pois além da parceria com a Secretaria de Saúde, existe a mobilização para que os alunos venham efetivamente a cuidar de si mesmos e da higiene bucal. Além disso, os alunos são multiplicadores do projeto em seus lares, proporcionando atingir os pais e demais membros da família quanto a higiene bucal, bem como a procura nos postos públicos de atendimento.
A Cirurgião-Dentista do município Dr. Simone Mocillin, destacou a cárie dentária, doenças peridontais (gengivite e periodonite) como as maiores doenças bucais atendidas em Poções - Ba. Sendo que, para prevenir tais doenças, o município dispõe do Programa de Saúde Bucal, o qual é uma ação conjunta entre os Cirurgiões-Dentistas (C.D) e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), o municípioainda conta atualmente com dez Odontólogos atuantes e com oito P.S.Fs (posto de Saúde da Família).Nesse Programa, a nível escolar, são realizadas escovações, bochechos fluorados e aplicações de flúor-gel semanalmente, além de distribuições de escovas, são realizadas palestras enfatizando os cuidados com a saúde oral. Nos P.S.Fs (Posto de Saúde da Família) as Equipes de Saúde Bucal (E.S.B), também realizam atividades voltadas para a promoção e prevenção da saúde bucal como palestras, combate da placa, higiene bucal supervisionada, aplicação de selantes ede flúor. A Dr. Simone acrescenta ainda que essa prevenção atinja em torno de 56% da população, maioria com um perfil socioeconômico, classe média e baixa, entre 20 a 59 anos, sendo que os atendimento de saúde bucal são realizados diariamente nos PSFs, os quais, em relação a saúde bucal, atuam de forma a promover uma maior integração desta nos serviços de saúde, visto que durante muitos anos a saúde bucal manteve-se afastada da atenção básica, porém com a sua inserção as práticas odontológicas tornaram-se mas acessíveis a população. Devido a implantação da E.S.B ter sido feita recentemente no município (só neste ano foram implantados 04 novas equipes) ainda existe um tempo de espera pelos pacientes em função da grande demanda, além disso, o município possui uma Unidade Móvel Médico-Odontológica (Expresso Saúde) com a finalidade de levar atendimento a zona rural e às áreas sem cobertura dos P.S.Fs. Em tais atendimentos às vezes há cotas especificas para as escolas encaminharem alunos selecionados como casos graves de saúde bucal. A promoção e prevenção da saúde bucal em creches e escolas são funções por excelência de tais profissionais: Odontólogos, ACDs (Auxiliar de Consultório Dentário), Agentes Comunitários de Saúde e também dos próprio professores. E como importância da presença da higiene bucal nas escolas, a Dr. Simone acredita que por meio desta, aliada a palestras, os alunos assimilam os ensinamentos sobre os cuidados com a saúde oral e tornam-se multiplicadores. Assim, promovem mudanças no comportamento da família que com a adoção desses novos hábitos, terá consequentemente uma melhor qualidade de vida.
A Agente Comunitária de Saúde, entrevistada, Ionara Campos Pinheiro, atuante na área há 04 anos, fez um relato do processo de promoção de saúde bucal que esses profissionais realizam nas creches e escolas. Portanto, de início a Secretaria Municipal de Saúde faz um levantamento da quantidade de alunos e a faixa etária. Os ACS recebem capacitação pela dentista atuante no município e material contendo escova para cada aluno e flúor, os quais são levados para as escolas, sendo que cada agente atua no estabelecimento de ensino situado na sua microárea de atuação. Os trabalhos realizados nas escolas acontecem semanalmente, por meio de higienização, escovação e aplicação de flúor através de bochechos, além da aplicação do flúor gel que ocorre de seis em seis meses. Ao final de cada mês, os agentes preenchem a ficha de produção contendo o controle do processo de escovação semanal, avaliado pela freqüência e procedimento de escovação. Esta, é enviada a Secretaria Municipal de Saúde, que a encaminhará ao órgão de competência maior.
As nove Instituições de Ensino Infantil e de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental, as quais foram distribuídas os questionários aos diretores e professores, foram:
- Creche Casulo Casinha Feliz;
- Creche Romeu Macêdo
- Creche Escola Municipal Lagoa Grande;
- Escola Municipal Bem-me-quer;
- Escola Municipal Benvindo José da Silva;
- Escola Municipal Cônego Pithon;
- Escola Municipal Dom Climério;
- Escola Municipal Monteiro Lobato;
- Escola Municipal Professora Maria Rosa Dias Rocha;
Segundo entrevista realizada com os diretores das referentes instituições, estas abrangem um total de 83 turmas, 1967 alunos e 80 professores.
Dos estabelecimentos de ensino citados, 88,9% afirmaram que há na entidade de ensino, políticas públicas, atividades ou métodos educativos que promovam a saúde bucal dos alunos, assim, apenas 11,1% negaram a existência das mesmas.
Dos que acima afirmaram, relataram ainda que os atendimentos á promoção de saúde bucal, acontecem semanalmente, durante o ano letivo, sendo promovido pela Secretaria Municipal de Saúde e realizado pelos Agentes Comunitários de Saúde, onde acontecem escovação e bochecho com solução de flúor com todos os alunos. Quando os alunos apresentam casos que necessitam de um tratamento odontológico específico, os diretores ou os próprios agentes os encaminham para o médico odontológico do Posto de Saúde da Família do bairro, onde o tratamento é financiado pela Secretária Municipal de Saúde.
Em relação à merenda escolar, sabendo-se que a alta prevalência de cárie está relacionada ao açúcar e, que, portanto a escolha do cardápio escolar deve-se preocupar em conter equilíbrio de tal componente. Todas as instituições, afirmaram atenção quanto a esse aspecto, já que as escolas recebem um cardápio mensal que é elaborado pela nutricionista do município, sendo, pois, a merenda oferecida sob orientação da mesma e de forma diversificada, entre doce e salgada. Foram citadas: frutas, mingau de milho, tapioca ou chocolate, pão com molho, sucos da polpa de frutas, biscoitos, mungunzá, sopas, arroz tropeiro, baião de dois, macarronada, farofa, etc.
No item questionado, em sala de aula os professores são orientados a abordarem com os alunos a importância da higiene bucal, 100% dos diretores afirmaram tal orientação. Estes em sua maioria acreditam que por meio dos alunos, a higiene bucal, bem como a procura nos postos públicos de atendimento atinja os pais e demais membros da família. Entre os motivos, está a de que, os alunos relatam aos pais o aprendizado adquirido na escola, nesse caso a higienização bucal correta e a importância desta acontecer diariamente, pois a partir do momento que os alunos são orientados da importância da higiene bucal e isso se torne uma prática rotineira, a tendência é que se torne um hábito de toda a família, além disso, os P.S.Fs realizam palestras com as famílias.
Dos professores entrevistados 20,9% possuem como nível de escolarização ensino superior completo, 75% ensino superior incompleto e 4,1% o 2º grau completo. Dos docentes com/em formação superior, são 50% na área de Pedagogia, 13,1% Licenciatura, 2,1% Pedagogia e Licenciatura e 34,8 não especificaram o curso. 43,7% atuam no Ensino Infantil e 52,1% nas séries iniciais do Ensino Fundamental, 2,1% nas duas etapas de ensino apresentadas e 2,1% não especificou.
A maioria dos professores 83,4% já recebeu algum tipo de orientação sobre higiene bucal, seja, por profissionais que visitaram a escola ou através de cursos e/ou palestras, para ser trabalhado com os alunos. Na questão, o professor trabalha com atividades educativas sobre saúde bucal em sala de aula, 64,6 % dos entrevistados assinalaram sim, 27,1% às vezes, 6,2% não e 2,1% não responderam. Destes 66,7% afirmaram que o trabalho com saúde bucal acontece com freqüência no decorrer do ano letivo, 6,2% responderam que não e 27,1% às vezes. Sendo este, geralmente abordado da seguinte forma: 49% sempre que possível através de conversa informal, 26% apenas por meio de escovação dirigida por programa de saúde bucal, 20,8% através de conversa informal e escovação dirigida por programa de saúde bucal, 4,2% não responderam. Das principais atividades utilizadas pelos professores para trabalhar o tema saúde bucal, 52,1% engaja o tema ao conteúdo programático, 12,5% através de atividade lúdicas, 27,1% utiliza ambas as atividades citadas, 6,2% não realizam atividades sobre o tema saúde bucal e 2,1% não responderam.
Dos problemas de sáude bucal que os professores consideram capacitados para identificar, estão. 12,4% cárie, 20,9% falta de higiene, 37,5% cárie e mau-hálito, 20,9% cárie, falta de higiene e mau-hálito e 8,3% não respoderam. Em cada turma que os professores atuam 35,4% responderam que existem em média entre 1 a 5 alunos com algum tipo de doença bucal, 45,9% entre 5 a 10 alunos, 8,3% entre 10 a 15 alunos e 10,4% não responderam.Sendo que, dentre os problemas de maior freqüência apresentados pelos alunos, 8,4% dos professores assinalaram cárie, 6,2% mau-hálito, 2,1% falta de higiene, 48% carie e mau-hálito, 8,4% cárie e falta de higiene, 10,4% cárie, mau-hálito e falta de higiene, 4,2% cárie, tártaro, mau-hálito e falta de higiene e 12,3% não responderam. Em relação à higienização/escovação, diariamente após o recreio ou lanche, 6,2% dos professores responderam que sim, realização a escovação diária, 18,8% não, 29,2% às vezes, 14,6% realizam a escovação semanalmente, 4,2% apenas quando aluno traz a escova e creme dental, 12,4% apenas de seis em seis meses na campanha de fluoretação e 14,6% não responderam. Em decorrência, 64,5% dos entrevistados declaram que houve alterações no comportamento dos alunos em relação à saúde bucal após estas atividades, e, entre as principais mudanças observadas, estão a de que os alunos mostram mais motivados e demonstram a prática de escovação diária em casa também. E, quanto a mudança de comportamento dos hábitos alimentares da escola, 100% consideram que a merenda escolar no decorrer do ano letivo está mais saudável.
A maior parte dos entrevistados 83,4% opinou a necessidade de se incluir no currículo acadêmico atividades específicas sobre o tema saúde bucal, além da capacitação de professores na área, a fim de propiciar uma maior integração entre esses profissionais e os cirurgiões-dentistas, bem como % afirmaram ser importante o aluno ter informações sobre uma alimentação saudável e instrução correta de higiene oral.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme demonstram, os resultados obtidos são satisfatórios. A promoção de saúde bucal acontece na maioria 88,9% das creches e escolas de 1ª a 4ª série do município de Poções, mesmo que semanalmente, através de Programa de Sáude Bucal oferecida pela Prefeitura, junto à Secretaria Municipal de Saúde e Educação. Dessa maneira, a produção, por meio de diferentes abordagens e estratégias metodológicas, sustenta-se às práticas de promoção da saúde bucal dos alunos matriculados em series iniciais de ensino, incluindo desde a teoria de higienização realizada pelos professores em sala de aula à prática desenvolvida pelos Agentes Comunitários de Saúde do bairro em que a escola está inserida, bem como o atendimento a população nos P.S.Fs pelos Odontólogos.
Entretanto, ainda faz-se necessário, a prática constante da promoção de saúde bucal dos alunos de rede pública, principalmente aqueles referentes às séries iniciais, cuja clientela abrange os primeiros anos de vida da criança, visto que, estão em fase de aprendizado, isto é, em idade propícia para incorporar as práticas de prevenção e hábitos de higiene bucal e corporal nas atividades diárias.
A realização da higienização bucal tornando-se uma prática quotidiana na escola concretizaria o aprendizado e incentivaria em proporção maior a prática diária desta em casa após as principais refeições, atingindo em menor tempo os familiares. Os benefícios serão maiores viabilizados, já que o desenvolvimento de uma criança passa com certeza também pela escola que é responsável pela continuidade de sua educação, na qual está inserido o desenvolvimento intelectual, social e emocional. Pontos fundamentais para que se estabeleça a continuidade desses princípios básicos de higiene para uma vida mais saudável Dessa forma, além da atuação nas escolas, dos Agentes Comunitários de Saúde semanalmente, é essencial inserir a prática diária de higienização bucal dos alunos, após a merenda escolar, sob orientação dos professores.
Sabendo-se ainda que, o professor atua como multiplicador de informações e formador de opiniões, a interação professor-aluno é de grande relevância para que a construção do conhecimento seja alcançada, também dentro dos programas de educação em saúde bucal. Para Muller (2002) esta interação forma o centro do processo educativo, e os programas preventivos-educativos em saúde bucal deveriam se utilizar desta relação como aliada na transmissão de conceitos para sua melhor assimilação.
Além disso, um fator muito importante a ser considerado quando se trata do conhecimento da população alvo é a exclusão social, pois esta pode ser uma barreira ao acesso aos serviços de atendimento odontológico. Dentre os fatores de exclusão estão o poder econômico e a localização geográfica do indivíduo. Quanto menor o poder aquisitivo e quanto mais periférica a localização da população, menor é o acesso aos serviços de saúde bucal e consequentemente menor o grau de informação Cattell (2001) e Freeman(2002). Contudo, estes, são na medida do possível sanado pela atuação dos oito P.F.Ss no município, junto aos dez Odontólogos que atendem a população. Que embora não o bastante para uma população de aproximadamente 49.000 habitantes, atingem um atendimento médico de 56% da população, predominantemente classe média/baixa entre 20 a 59 anos.
Em suma, a realização de tais trabalhos preventivos de sáude bucal, proporciona levar conhecimentos básicos para a prática diária, não só dos alunos, como também por meio destes, inseri-las no cotidiano familiar, atingindo a todos da importância preventiva da saúde bucal.
Assim, muito além de aprender, está o poder de multiplicar, poder dar continuidade ao projeto disseminando conhecimentos, objetivando a extrema importância para que se crie a consciência de que todos podem mudar para melhor a qualidade de vida de sua família, seus amigos e todas as pessoas que vivem ao seu redor.
REFERENCIAIS
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