A Guerra Do Marketing Virtual

Por Ari Lima | 07/04/2007 | Sociedade

Pode parecer força de expressão, mas estamos diante de uma espécie de revolução no marketing. Para falar a verdade, ainda não se entendeu direito o que está ocorrendo, mas o fato é que a Internet está mudando hábitos, cultura e certamente mudará a forma de praticar o marketing nos próximos anos. E tudo isto graças, principalmente, à geração jovem que, mesmo sem perceber, está transformando o mercado.

O Brasil já é o líder mundial de horas mensais de uso da Internet. Segundo a revista Exame (edição de agosto de 2006), os internautas brasileiros passam em média 20 horas mensais plugados na Internet, contra 18 horas dos japoneses, 17 horas dos americanos e 15 horas dos franceses, aproximadamente.

Segundo a mesma reportagem, já são 32 milhões de brasileiros que usam a Internet. Esta é uma força de venda considerável. Cada vez mais as pessoas utilizam a rede como opção de diversão, de busca de informação e de relacionamentos.

Não apenas os jovens se divertem e se relacionam através da Internet, como cada vez mais adultos também estão se rendendo a esta maneira de viver. O comunicador instantâneo da Microsoft, MSN, segundo dados levantados pela revista Exame, é um dos maiores fenômenos de mídia no Brasil. Com 20 milhões de contas ativas no mês de julho de 2006, o país ficava atrás apenas dos Estados Unidos em usuários do programa. A cada dia, na contagem de julho do ano passado, 800 milhões de mensagens instantâneas circulavam pela rede brasileira do Messenger.

Estes dados mostram o poder que a Internet já está tendo no comportamento das pessoas, leia-se consumidores. Principalmente dos jovens, mas também cada vez mais dos adultos em geral. E isto, com certeza, está mudando a maneira dos consumidores agirem e se comunicarem com as empresas.

Mas como entender esta nova maneira das pessoas se relacionarem com as empresas? Para compreender melhor devemos aprender mais sobre o comportamento e a atitude dos jovens, pois são eles que estão liderando este processo de transformação.

Em primeiro lugar, precisamos notar a facilidade com que os jovens lidam com as novas tecnologias, desde as ferramentas da Internet, sites, blogs, flogs, orkut, chats, etc. passando pelos celulares e a interatividade que conseguem entre estas mídias. Mandam e recebem mensagens, fotos, e travam comunicação de uma maneira natural, da Internet para o celular e vice versa.

O mais interessante é a capacidade de conviver no mundo real e no virtual sem delimitar fronteiras.

É com essa realidade que o marketing vai ter de conviver daqui pra frente. Vai ter de se adaptar, vai ter de se reinventar. Utilizar os mesmos conceitos, mas com uma abordagem nova, utilizando novas ferramentas.

Assim como na guerra, antigamente existiam armas simples e rudimentares, como arco e flecha, cavalaria, e espingardas. Com o tempo estas armas foram ficando obsoletas, vieram as metralhadoras, fuzis de longo alcance, miras telescópicas. No marketing estamos vivendo novos dias, em que apenas os anúncios tradicionais já não são mais garantia de sucesso em propaganda, pois os consumidores nem sempre estarão lá, podem estar plugados na Internet, e será preciso alcançá-los na rede. Mas acontece que na rede o consumidor é rei, ele é que define o que vê, quando, pra quê e por quê.

Em função disto as empresas precisam repensar o marketing. Traçar novas estratégias baseadas nos hábitos dos novos consumidores internautas. Pensar como eles pensam.

Estamos diante de uma outra realidade, e certamente vivendo momentos históricos em que tudo é possível em termos de marketing, até o imponderável. Só resta aos pensadores de marketing, que sejam espertos o suficiente para antever as tendências e se antecipar à concorrência, conseguindo levar vantagem nesta nova guerra do marketing, a guerra do marketing virtual.