A Guerra, A Luta, A Batalha, A Revolução, A Família

Por WAGNER PAULON | 11/07/2008 | Família

A GUERRA, A LUTA, A BATALHA, A REVOLUÇÃO, A FAMILIA
Dr.Wagner Paulon
1974 - 2008

São naturais e previsíveis, os conflitos com os pais, especialmente durante os primeiros anos da adolescência. Nessa fase, os jovens, cujo horizonte mental se expande, começam a perceber que os valores e a forma de vida de sua família não são os únicos viáveis.

A meninada tem a convicção de que a maneira "como fazemos as coisas lá em casa" é a única possível e correta. Quando a mãe ou o pai diz: "O Senhor e a Sra. José dos anzóis são pessoas muito esquisitas", a criança geralmente aceitará isso como a expressão de um fato incontestável. Mas não se dará o mesmo com o adolescente, que é capaz de perceber não só que há lugar para valores, crenças e formas diferentes de fazer as coisas, mas também que a maneira de ser de outros pais pode até ser melhor que a de seus próprios.

Se porventura, levar muito tempo, mas na maioria das vezes, o jovem acabará por concluir que, embora os pais não tenham todas as respostas, suas opiniões e idéias - conseguidas algumas vezes através de penosas experiências - ainda podem ser benéficos, e são, pelo menos, familiares.

Os adolescentes algumas vezes, cuja maneira de ser se toma por modelo podem se mostrar muito mais excêntricas do que se deseja ou do que se possa tolerar.

Uma razão comum dos conflitos entre pais e adolescentes durante esses anos é a "tirania do hábito". Costuma ser difícil para os pais entender que seus "filhinhos" não são mais crianças e que regulamentos e normas, que podiam ser adequadas quando eles eram pequenos, agora não o são mais. E, mesmo quando eles entendam isso, costuma ser difícil abandonar velhos hábitos. O problema pode ser confundido ainda mais pelas incoerências do adolescente.

Assinalamos que, os adolescentes têm tipicamente sentimentos mistos sobre independência e dependência. Em um nível, sabem que cedo ou tarde terão que se tornar independentes, definir seus próprios rumos no mundo e ser responsáveis pelas próprias ações. De muitas maneiras a perspectiva de "liberdade" será sedutora. Mas a perspectiva de independência, com suas responsabilidades, também é, algumas vezes, assustadora; e então, a segurança da dependência infantil, a certeza de que a mãe e o pai de alguma maneira "põem as coisas nos lugares certos" também tem sua atração.

Conflitos esses, entre necessidades de independência e dependência podem levar a oscilações súbitas e imprevisíveis em atitudes e comportamentos. O adolescente pode ser surpreendentemente maduro, independente e responsável, num momento, e infantil e pouco digno de confiança no outro.

Justamente quando mãe e pai pensam que seu filho, ou filha alcançou maior liberdade, pode acontecer alguma coisa que os leve a duvidar que algum dia ele, ou ela chegou realmente a crescer. Esquecer um compromisso importante, fazer planos e depois decidir não realizá-los, comprometer-se a fazer algumas tarefas necessárias ou importantes e depois esquecê-las, resistir indignadamente à implicância dos pais quanto às tarefas de casa e depois não se preparar para uma prova escolar - tudo isso são causas comuns do quase desespero que uma vez ou outra atormenta os pais de todo jovem.
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