A graça não é luxúria

Por Silvio Dutra | 05/09/2012 | Bíblia

 

Aos que procuram a todo custo macular a doutrina da graça, afirmando que  já que  Jesus perdoa todos os pecados do Seu povo, então temos  licença para pecar à vontade, uma vez que parece  que  Ele não se importa muito com o fato de pecarmos ou não. 

A isto, a própria doutrina da graça responde, uma vez que a graça nos é  dada para limpar, para purificar, para justificar quem está sujo pelo pecado.

Ora, como poderia  aquilo que se destina a nos limpar, nos fazer a concessão de continuarmos nos sujando a nosso bel prazer?

Deus é o juiz e o vingador de tais zombadores que tentam transformar a santidade da Sua  graça em  luxúria e pretexto para a libertinagem.

É um fato inconteste que o evangelho de Cristo está destinado aos pecadores e até mesmo ao pior deles, todavia, são alcançados pelo evangelho para que  se purifiquem de suas iniqüidades e transgressões, e não para obterem um salvo conduto para permanecerem nelas ao mesmo tempo em que seriam  supostamente, segundo eles, livrados dos juízos de Deus.    

Lembremo-nos sempre da advertência  do apóstolo à igreja, para que nos examinemos diariamente, quanto ao estado da nossa real santificação, porque, conforme suas palavras em I Cor 11.31, se  nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados  por Deus. Todavia, se não  o  fazemos, e somos julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo,  segundo  as palavras acrescentadas pelo apóstolo em I Cor 11.32. 

Lembremo-nos sempre também da sua  repreensão em Rom 6.1 a 4:

 

“Rom 6.1 Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?

Rom 6:2 De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?

Rom 6:3 Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?

Rom 6:4 Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.

 

E em Rom 6.12,13:

 

“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões;

nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça.”

 

E ainda em Rom 6.15,16:

 

“E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum!

Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça?”

 

Quando fez a promessa da aliança da graça por meio de Jesus Cristo, por acaso Deus não afirmou  que purificaria de seus pecados a todos os aliançados?

Podemos ver isto em várias passagens do  antigo testamento, como por exemplo em  Ez 36.25-27:

 

Eze 36:25 Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.

Eze 36:26 Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.

Eze 36:27 Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.

 

E  em Zac 13.8,9:

 

Zac 13:8 Em toda a terra, diz o SENHOR, dois terços dela serão eliminados e perecerão; mas a terceira parte restará nela.

Zac 13:9 Farei passar a terceira parte pelo fogo, e a purificarei como se purifica a prata, e a provarei como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: é meu povo, e ela dirá: O SENHOR é meu Deus.

 

Portanto, a graça nos é dada para que sejamos santificados, purificados de nossos pecados, e não para afirmarmos que temos liberdade para continuar pecando, desde que tenhamos a Jesus Cristo.

Os pecados devem ser confessados, abandonados, em sincero arrependimento e em verdadeira conversão diária a Deus, não para serem tolerados, justificados, aumentados, ou para qualquer outro propósito maligno.

Há plena eficácia no sangue de Jesus para perdoar nossos pecados e nos purificar de toda injustiça, mas a Bíblia nos ensina que isto é feito somente quando os confessamos, abandonamos e andamos na luz do Senhor.  

 

Pr Silvio Dutra