A GESTÃO DEMOCRÁTICA E O GESTOR ESCOLAR
Por graziela frança da silva | 29/12/2010 | EducaçãoA GESTÃO DEMOCRÁTICA E O GESTOR ESCOLAR
A importância da atuação do gestor escolar nas relações e situações que cingem a escola, bem como da urgência da mudança na estrutura da gestão escolar são imprescindíveis, desta forma, se faz necessário identificar algumas ações necessárias ao gestor escolar, coordenador do processo que antecede a participação coletiva nas atividades escolares, inclusive o planejamento escolar.
Com o planejamento participativo, os diferentes segmentos que compõem a comunidade escolar são convidados a idealizar, calcular e programar a proposta de educação a ser efetivada na escola. Assim a responsabilidade passa a ser compartilhada, tornando a possibilidade de sucesso bem maior.
Contudo, é importante salientar que o planejamento participativo na escola não pode ser reduzido apenas à integração superficial da escola, da família e da comunidade, devendo estender-se à realização do planejamento escolar, cabendo ao gestor, conduzir-se diante das situações expostas.
O gestor escolar deve prestar esclarecimentos teóricos à comunidade, no que se refere ao planejamento participativo, esclarecendo que as reuniões, o diálogo e o debate são indispensáveis ao engrandecimento pessoal e comunitário, tornando possível uma educação mais democrática.
De acordo com Catani e Gutierrez:
A participação é construção em conjunto. No processo participativo, todos têm sua palavra a dizer. O gestor consciente das necessidades, dos problemas educacionais e sociais da comunidade escolar, direcionará o diálogo a este respeito. É função dele analisar a realidade e posicionar-se em relação a ela, sem contudo efetivar um comprometimento tal que o impeça a objetividade de sua opinião nas decisões com o grupo ou mesmo que expanda suas idéias formadas. (CATANI; GUTIERREZ, 2003, p. 70).
A partir dessa afirmação, entende-se que é função do gestor escolar e dos que com ele direcionam é a formação do planejamento participativo, atuando no sentido de enternecer a comunidade da realidade em que vivem e acrescentando um sentimento de crítica, com o intuito de atingir as causas mais profundas. E, ainda que a melhor maneira de conseguir mudanças de atitudes se dá por intermédio da conscientização e não da imposição.
A elaboração do planejamento participativo na escola depende da disposição dos que dele compartilham, bem como da existência de um clima favorável para que ele tenha um bom andamento, sendo assim, acredita-se que cabe ao gestor, envolver-se a fim de contagiar a todos com a sua disposição e entusiasmo, para que participem de livre e espontânea vontade no que se refere ao planejamento escolar.
De acordo com Saviani:
Não pode haver na escola um clima hostil, de individualismo e irresponsabilidade. É de fundamental importância que na escola exista um ambiente de escolhida aceitação mútua e um interesse de uns pelos outros. Com isso, a liberdade, o respeito, o companheirismo e a fraternidade são fatores marcantes e de valia para o bom andamento do planejamento participativo. (SAVIANI, 1985, p. 31).
Sendo assim, acredita-se que o gestor escolar deve promover um clima favorável na escola, e caso não consiga obtê-lo, deve procurar situações em que se consiga chegar à harmonia e ao diálogo. Porquanto, muitas vezes, na escola há pessoas que participam da realização do trabalho apenas por obrigação ou porque desejam garantir seus empregos, mas que, na realidade, não compartilham dos mesmos objetivos, valores, crenças, expectativas comuns, embora estejam unidas por uma dependência recíproca.
É importante que professores, funcionários, alunos, comunidade e a administração, consigam entender-se num só objetivo e compromisso.
A gestão democrática da escola deve assumir um cunho diferente, voltado para o aluno e para o bem-estar e, segundo Ferreira: "A gestão democrática deve ser o resultado do exercício de todos os componentes da comunidade escolar, sempre em busca do alcance das metas estabelecidas pelo projeto pedagógico construído coletivamente. (FERREIRA, 2003, p.87)."
A escola precisa despertar para o que assegura a Lei de Diretrizes e Bases (1996) que regulamenta dois princípios a serem observados para a gestão democrática:
? A participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto da escola;
? A participação de pais, alunos e representantes da sociedade civil nos Conselhos Escolares.
Observa-se que com a igualdade e participação de todos nas decisões, o gestor estará dando um passo positivo para que a função dele seja repensada e até mesmo aperfeiçoada, uma vez que, dando anuência para que a comunidade dê sua opinião e avalie os resultados de um processo que resulta, em parte, da sua atuação, estará fazendo a administração participativa.
O gestor escolar não deve sentir-se intimidado com os problemas que surgirão no dia-a-dia escolar, pois o importante é mirar o futuro e ter bem claro quais os seus objetivos como educador, comprometendo-se com a educação de qualidade.