A geladeira
Por Maristane Freire Jardim de Paula | 19/09/2011 | CrônicasUm dia ela chegou em casa e foi até a geladeira, procurar algo para matar a fome, ou pelo menos enganá-la.Qual não foi a sua surpresa?Onde ela está?
Cadê a geladeira?Era na cozinha que ela ficava.Não está.O que pode ter acontecido?Foi procurar o marido para perguntar a ele.Também não estava!Agora já eram dois os mistérios: o sumiço da geladeira e o sumiço do marido.A geladeira, tinha importância, sem ela nada de congelados, água fresquinha, sorvetes...Nem sabia imaginar como era viver sem ela.
Nos dias de hoje, era bem difícil imaginar.O marido também tinha importância.Bem certo que não tanta como quando se casaram, hà 20 anos, mas tinha.Era o pai de suas filhas, seu companheiro, seu acompanhante, seu marido.Bom pai ele era, suas filhas o adoravam.Companheiro ele era, já haviam passado por muitas dificuldades e alegrias juntos.A parte de acompanhante era quando ele a acompanhava em compromissos sociais.
Eu digo acompanhava porque se dependesse dele não iria a lugar nenhum.Nunca vi alguém gostar tanto de casa desse jeito.Mas, homem geralmente é assim,né?
Salvo raras exceções.
Bom marido também era, apesar de agora, de uns tempos pra cá, estar implicando mais e meio chatinho.Gente!Cadê o homem?
E a geladeira?Será que ele a vendeu pra pagar dívidas?Será que ele anda meio triste é por isso?E ela nem prestava atenção!O que fazer, onde procurar?
Lembrou do celular!Caixa-postal.Esse cabeção!Só vive deixando o aparelho desligado.Olha aí ela criticando ele de novo.Que terá acontecido?Já se passaram quatro horas desde que ela chegara e havia procurado a geladeira.E ele nada.Mas...
Que horas são?Sete.Ela é que havia chegado mais cedo naquele dia.Mais um tempo e ele chegou.Onde esteve?O que aconteceu?Onde está a geladeira?Porque não liga o celular?E mais uma inifnidade de perguntas.
Ele respondeu que estivera no trabalho e depois passou em uma lojo pra compar outra geladeira porque a velha ele tinha dado a um amigo muito necessitado.Nesse momento ela parou e viu renascer a chama do amor adormecido e mais uma vez admirou o seu gesto e viu que valera a pena, e ainda está valendo, ficar por ali mesmo, ao lado desse cabeção.