A GAIOLA DAS DOIDAS OU LOCURAS BOLIVARIANAS.
Por Romão Miranda Vidal | 06/03/2011 | CrônicasA GAIOLA DAS DOIDAS OU LOCURAS BOLIVARIANAS.
Eis que surge no horizonte o Paladino da Justiça, montado em um cavalo baio, com adereços dos em prata e a sela toda em couro de camelo jovem.
Traz no seu séqüito alguns seguidores juramentados que comungam as suas idéias rocambolescas, os representantes do Equador, Cuba, Bolívia, Nicarágua, San Vicente, Granadinas, Dominica e Anigua e Barbuda.
Analisando bem os companheiros do Chávez, não muito diferentes do ditador da Líbia.
Mas o que o mundo está assistindo além dos movimentos libertários é uma das grandes jogadas de esperteza política.
Inicia com o convite para que o ex-presidente Lula, muito conhecido e aclamado pelos presidentes dos países, dos quais perdoou as dívidas ou aceitou pressões políticas para aumentar as tarifas contratas de fornecimento de gás ou kilowates para os paraguaios.
Seria interessante indagar ao aproveitador das desgraças alheias: Porque não convidou o Canadá, o México, o Chile só para citar paises das Américas e na mesma linha de raciocínio, porque não convidou o Japão, a Coréia do Sul, a Índia, ou da Europa, como a Finlândia, Suíça, Suécia, Noruega e Alemanha, ou ainda a Espanha?
Pelo simples fato de entenderem que ainda na América do Sul, persistem os caudilhos e pelegos, que vivem de momentos críticos para fazerem "estórias" e não histórias no conteúdo nato da palavra.
A tal conturbada e não levada a sério ? ALBA ? Aliança Bolivariana para os Povos da América liderada pelo pseudo-herdeiro de Simon Bolívar, tenta sensibilizar o mundo com suas estultices, alguns países que alinham com o seu modo de governar.
Intencionalmente o governante da Venezuela, busca exemplificar o que Bolívar tentou e fracassou: "Cada dia torna-se pior o sul da América; no dia em que eu deixar o Peru ele volta a se perder: porque não há homens capazes de sustentar o Estado..."., qual seja, entende que no caso da Líbia se faz necessária a presença de Kadafi, pelo simples fato de não exisitirem homens capazes de gerir os destinos daquela naçao. Por outro lado ao se intitular pseudo-herdeiro de Simon Bolivar, também entende que na Venezuela, qual dito em relação ao Peru, não há homens capazes de sustentar o Estado.
Ao buscar aliados como o Iran e a Rússia. Faz como o fez Bolívar, que vendo a derrota se concretizar ante os espanhóis, buscou apoio da Inglaterra que simplesmente ignorou tal pedido. Mas como tanto em um como outro o estilo de governo se assemelha ao de Chávez, que tenta com artifícios mediáticos e estapafúrdios dar a entender ao mundo que a situação da Líbia poderá ser amenizada via ALBA.
No cenário mundial onde leva-se em conta os valores militares, financeiros, industriais, culturais, democráticos, ambientais e sociais, seria de perguntar qual o peso que os países convidados pelo pára-quedista presidente, têm para mediar esta situação?
Na realidade o que busca o ditador venezuelano é criar um cenário, para que não se dissolva no tempo e na história, o velho caudilhismo que sempre campeou a solta pela América do Sul.
O golpista presidente tende a manter a tradição do caudilhismo venezuelano que se inicia com José Toledo Monagas, Antonio Blanco e finalmente com Juan Vicente Gómez.
Atualmente a situação política reinante nos países árabes e no país persa tende a buscar mudanças radicais em função de que a disparidade social existente é muito grande. As fortunas acumuladas pelas famílias dos ditadores é algo sem par na história contemporânea.
Considerando que a maioria dos países árabes são governados por ditadores, seria muito mais que lógica a posição do ditador da Venezuela: ser solidário com seus pares. E ainda com um aditivo a mais. Tanto lá como cá, produz-se petróleo.
Provavelmente tenhamos uma nova situação em relação ao estado laico, na Venezuela.
Em se consolidando a vinda de Kadaf para a Venezuela e liberando-se os bens da família do ditador líbio e na seqüência a vinda de outros ditadores de países petroleiros, nasça na América do Sul, a Confederação dos Emirados Venezuelanos, tendo como religião nacional o islamismo-bolivariano e para completar o ة الله, ou Aiatolá Chavéz como autoridade suprema.
Recentemente o Ministro de Relações Exteriores da Líbia, Mousa Kousa, declarou:Afirmamos nosso apoio a iniciativa do presidente venezuelano ?Hugo Chávez- relacionada com a formação de uma comissão de bons oficios dos Estados ativos e influentes da América Latina, Ásia e África, em carta dirigida ao seu colega venezuelano.
Mas poderia ser diferente? Falam a mesma linguagem ditatorial e totalitária. Usam em benefício próprio os lucros obtidos pelo PIB dos seus países, para acumalrem fortunas em paraísos fiscais ou não. Recentemente um návio que levava o equivalente a US$ 160 milhões em dinheiro líbio foi retido depois de retornar de uma viagem para a Líbia, informou hoje uma funcionária do governo britânico. O que nos leva a raciocinar quando de futura queda do ditador Chávez, muito mais que US$ 160 milhões, já estarão em algum país simpático às formas totalitárias de governo.
Finalizando.
O bolivarianismo pregado por Chávez, recentemente apresentou um seguidor brasileiro, o ex-governador do Paraná, que pregava uma República Bolivariana, mas que tem no seu arcabouço político a simpatia pelos caudilhos sul americanos, como Perón na Argentina e José Gaspar Rodríguez de Francia, "El Supremo", no Paraguai.
Enquanto os países árabes propiciaram ao mundo petróleo, amparado e custodiado pelas nações dependentes e compradoras, propiciando que os dirigentes instalados e apoiados por estes países, tudo ocorria as mil maravilhas. Mas um dia o limite da pressão social chegou ao máximo e a válvula dos descontentamento, das injutiças, da fome, das prisões dos adversários, das diferenças religiosas e tribais, explodiu.
Antevendo que a permanência desta situação ?pressão social- poderá lhes causar dificuldades de abastecimento, simplesmente inverteram o sistema de apoio, procurando apoiar uma renovação politica, desde que lhes seja favorável, não só no abastecimento desta matriz energética, mas também nos investimentos realizados nestes países.
Quanto ao Chávez, nem o papel de coadjuvante do Chapolin teria lugar.