A FUTILIDADE DOS ROLEZINHOS
Por Maria Estela Ximenes | 20/01/2014 | CrônicasA FUTILIDADE DOS ROLEZINHOS
Tem um parágrafo no livro de Mario Vargas Llosa que afirma: “ É a civilização de um mundo onde o primeiro lugar na tabela de valores vigente é ocupado pelo entretenimento, onde divertir-se, escapar do tédio, é a paixão universal.” Resta saber, o que seria diversão para algumas pessoas.
Os chamados rolezinhos vem ganhando destaque na mídia ultimamente, envolvem jovens que têm em comum a disponibilidade de tempo para marcarem encontros através das redes sociais nos shoppings das cidades e predisposição para a formação de grupos estilo “Maria vai com as outras”. Alegam simplesmente que estão à procura de diversão, embora muitas conversas nas redes sociais atestam discursos não tão divertidos (fumo, bebida) nos interiores dos shoppings, além das imagens de furtos e depredação registrados no momento do tumulto.
Como entender o propósito inepto de entrar em estabelecimentos comerciais e provocar tumulto? Qual a real intenção dos rolezinhos? Um minuto de fama ou provocar algazarra? E a pergunta que não quer calar: Onde estão os responsáveis por esses adolescentes que utilizam as redes sociais para praticar um desserviço a sociedade?
Ainda que algumas autoridades e especialistas afirmem que o ato constitui um “fenômeno” legítimo e democrático, uma manifestação saudável de jovens em busca de espaço e diversão, o mesmo não se justifica pela pobreza da intenção. É possível reunir-se para diversão em locais mais apropriados como parques e praças das cidades ou centros culturais disponíveis.
Geralmente, são Jovens dinâmicos, com inúmeras possibilidades de praticarem ações positivas ao invés de se aglomerarem dentro dos shoppings. Tempo que poderia ser ocupado com ações construtivas; utilizar as redes sociais para marcar encontros de arrecadação de alimentos e roupas para quem precisa, organizar abaixo assinado em prol de problemas do bairro ou mesmo formação de grupos de estudos para o ingresso em universidades públicas.
A ideia de diversão como aglomeração de grupos em locais incapacitados para suportar a quantidade perde o sentido quando se observa uma multidão mal organizada, estorvando o deslocamento daqueles que não estão envolvidos.
Rolezinho é o retrato de uma juventude egoísta e imediatista. É a ação de jovens deslumbrados diante dos modismos. Tudo altamente superficial, que nada acrescenta para a sociedade, exceto o tumulto.