A formação do tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais (libras) e língua portuguesa
Por Joel Barbosa Júnior | 10/04/2012 | SociedadeA[1]formação do tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais (Libras[2]) e língua portuguesa.[3] Âmbitos de atuação e áreas de especialização: a necessidade de uma atuação de qualidade.
Joel Barbosa Júnior & Teresa Cristina dos Santos[4]
[A] O espaço crucial de uma língua de sinais
As pessoas surdas, surdocegas ou deficientes auditivas, são cidadãos, e legalmente têm os mesmos direitos que um cidadão ouvinte tem, por exemplo, de acesso aos âmbitos sociais e sua ação efetiva neles.
A sociedade tem a necessidade de inserir esses cidadãos como sujeitos produtivos na máquina social. Sendo assim é necessário o aumento do número de pessoas aprendendo a Libras, podendo se tornar intérpretes, sendo elemento importante para suprir as necessidades sociais.
As pessoas surdas (ao usar o termo surdo, quero dizer que incluo nesse também, a pessoa surdocega e deficiente auditiva) são usuárias da Libras, como sua primeira língua, ela é o seu meio de comunicação e expressão (Lei 10.436/02), tendo o direito a igualdade de tratamento em todos os contextos, se integrando a todas as esferas desta sociedade moderna, participando delas, ativamente. Assertivamente para que isso ocorra é necessária a prestação de serviços do tradutor e intérprete que tenha uma formação de qualidade.
Para esclarecimento, a Libras é a língua de sinais falada[5] no Brasil, enquanto que em outros países existem outras línguas de sinais, por exemplo, a LSF (língua de sinais francesa), LSE (língua de sinais espanhola), LSJ (língua de sinais japonesa), e etc..
O intérprete de Libras atende às pessoas surdas em diversos momentos promovendo acessibilidade social, e atendendo a surdocegos atua como guiaintérprete[6]. Aqui utilizamos a palavra guiaintérprete sem o hífen, para representar uma única e indissociável atuação naquele momento. Segundo Maia (2005) a retirada do hífen do termo surdocego[7], se refere ao fato de ser uma única deficiência, e seguindo essa ideia uso guiaintérprete.
Para garantir a igualdade de oportunidades dos membros da comunidade surda, são necessários intérpretes de língua de sinais em diversos contextos, como no educativo, no da saúde, no do trabalho, no jurídico, religioso, entre outros. Uma interpretação de qualidade pode ser crucial para garantir a inclusão escolar, para prevenir escolhas mal sucedidas durante a interpretação de uma consulta médica e para evitar que uma entrevista de emprego seja um obstáculo intransponível. Por outra parte, a atuação do intérprete não é apenas benéfica para as pessoas surdas, e sim, principalmente, para a sociedade em seu conjunto e evolução.