A formação do novo espírito científico em Bachelard.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 06/10/2015 | Arte

 

 Bachelard pensador frances do conhecimento científico do século XX. Contrário a  concepção  formulada   positivista-comteano da ciência.

 Entende a mesma, com a compreensão da teoria da relatividade de Einstein, a reflexão epistemológica pela lógica de descontinuidades e rupturas.

   Bachelard reflete o saber científico objetivando a superação  das ilusões,  a ciência  em primeiro lugar, precisa  eliminar a morfologia unitária resultada  do século XVII.

O Renascimento, à volta às ideias gregas rejeitando as convicções da Idade Média. As novas ideias representadas pelo método empírico.

 Para Francis Bacon, a ciência precisa se fundamentar na observação de fatos concretos indutivamente, generalizando suas considerações em resposta às hipóteses.

Outra questão a ser considerado, o racionalismo de Descartes, com a finalidade de unificar o conhecimento, com bases em certezas objetivas.

No uso da matemática em razão da veracidade de suas demonstrações,  sem dependência cultural histórica. 

O saber sustentado na razão imperativa. O racionalismo cartesiano, entretanto, sem fundamentação indutiva.

 Bachelard atacou o empirismo baconiano, visto que, em última instância, se especifica na experiência do pensador.

Para Bacon o conhecimento científico fundamenta-se sobre a natureza, portanto precisa ser empírico.

O método  indutivo efetiva-se a partir de experiências concretas, objetiva a descoberta de causas e leis. Bachelard  entende  que toda experiência  completa por  imagens fechadas.  

 Portanto, há ruptura entre a observação e a experimentação e, a generalização, na percepção do que cientificamente é verdadeiro.

A revolução científica desenvolvida pela ideia da relatividade de Einstein marcou profundamente Bachelard  possibilitando rupturas  com as epistemologias históricas.

Entretanto, no século XX, com a referida teoria da relatividade, e, sobretudo, como o entendimento da mecânica quântica ondulatória, a deformação dos   conceitos,  proposição  as novas epistemologias.  

Com o desejo de fundamentar a  realidade no campo da matéria, no uso da matemática, em referência a física   subatômica, o que ficou definido, a não  existência da  matéria sólida.

 O princípio da incerteza de Heisenberg,   os átomos em espaços vazios,  em  núcleo de elétrons  não contínuos.  A materialidade em lugares não definidos, o entendimento das probabilidades.

Epistemologicamente a compreensão  de que a matéria  substancializa-se com  padrões possíveis, sendo  que muda com o tempo.

 Com efeito, as partículas subatômicas dialetizam entre a potencialidade e a possibilidade, sendo que a realidade define-se por conexões incompletas.

Portanto, na física atômica não encontram objetos, sendo a natureza  da matéria a divisibilidade,  a relação das conexões.

Motivos pelos quais os problemas são contextuais, não existindo delimitação específica.

Portanto, com essas referências que Bachelard elabora o espírito científico, com tais limites. Com efeito, a fronteira  científica não se  objetiva.  Portanto, o entendimento científico é temporário e fragmentário.  

A distração dos racionalismos formais abstratos. Bachelard configura o pensamento no uso do racionalismo concreto.

 No entanto, valoriza experiências precisas e particulares, propostas ao intercâmbio do movimento filosófico,  aplicado a epistemologia histórica, na perspectiva da aproximação e não da exatidão.  

Edjar Dias de Vasconcelos.