A forma social da igreja cristã ou a cultura da fé
Por FRANCISCO ELITON GOMES DA SILVA | 27/08/2012 | ReligiãoA PROPOSTA desta reflexão está centrada na realidade organizacional da comunidade cristã, considerando duas questões básicas: a primeira, sobre a natureza e a razão da instituição da experiência cristã, procurando fundamentar a afirmação de que Deus deu a fé e a Igreja criou uma cultura; a segunda, sobre o caráter paradoxal da instituição da cultura da fé, partindo da pressuposição de que a fé não pode ser confessada fora de uma mediação cultural; porém, ao exteriorizar-se culturalmente a comunidade corre o risco de demonstrar uma fé empobrecida. O termo cultura aplicado socialmente e religiosamente, comporta as ideias de instituição e organização. Numa definição simples, cultura pode ser entendida como: um complexo diverso, e ao mesmo tempo unitário que inclui todo comportamento, capacidade e hábitos adquiridos por indivíduos que tomam parte numa sociedade formalmente definida. Como se pode ver, quando falamos de cultura, mesmo em sentido particular, no caso da forma como uma comunidade cristã se identifica no mundo social, estamos nos referindo a uma ampla manifestação do espírito humano, constituída de vários componentes que se inter-relacionam para a construção de uma identidade social. Assim, se nos referimos ao modo como uma comunidade religiosa pensa e age no mundo, estaremos falando do modo como ela se organiza baseada no conjunto de suas instituições, autônomas ou não, por meio das quais procura responder nunca idealmente, toda uma gama de necessidades básicas da comunidade.