A Filosofia na Formação Pessoal e Sacerdotal.

A Filosofia na formação pessoal e sacerdotal.


"Toda formação, naturalmente incluindo a sacerdotal é no fim de contas uma auto-formação" (João Paulo II).


1) Primeiro contato com a Filosofia

Quando iniciamos o curso de filosofia, na maioria das vezes estamos com uma visão de mundo, da realidade, do outro e da sociedade de forma condicionada pelo senso comum. A qual dificulta num primeiro contato com a filosofia, isto é, o estudante está carregado dos ensinamentos míticos, superstição que vem de sua cultura e isto então dificulta o seu contato com a filosofia e torna difícil desprender desses preconceitos.
E então, começam a questionar! Para que fazer filosofia? O que as teorias dos filósofos vão contribuir na nossa vida como cidadão ou na vida apostólica? Esses e outros questionamentos ocorrem no início da filosofia. Mas no decorrer do curso, os estudantes vão se familiarizando com ela.


2) Tomada de consciência

Como agora, o estudante se familiarizou com a filosofia, é possível então a tomada de consciência da importância da filosofia em sua formação pessoal, intelectual e até mesmo místico, tudo isso ocupa o espaço de que antes era preconceito.
O estudante consegue de forma mais abrangente e fundamentada fazer análise critica da sociedade, mundo, realidade e da vida. Com essa abertura de consciência o individuo "Pensa por si mesmo", como diz o filosofo moderno Kant, que sua consciência deve levar a uma responsabilidade consigo mesmo e com o outro. Por essa razão o acadêmico da filosofia amplia seus conhecimentos e avança significadamente no que se trata em fazer uma análise mais profunda dos acontecimentos em torno da sociedade. Mas para o estudante, não basta ficar na análise, mas deve partir para um comprometimento social e com o outro, como vamos ver a seguir.


3) Comprometer-se

Como dissemos anteriormente, que a filosofia deve também levar a um comprometimento e nesta questão o Pe. André Marmilicz nos ajudará a compreender este comprometer-se diz ele:

"Tem-se a consciência do homem inacabado sempre projeto, capaz de mudar, refazer-se. Inquieto na busca de si, do outro e Deus. Concretiza seu projeto, tentando superar a acomodação [...] O homem massificado, alienado e não consciente tende acomodação. Mas para ser mais ser-mais-huamano, deve encontrar-se continuamente no confronto com o outro".


A partir do momento que o estudante de filosofia, toma como fundamentos filosóficos ele se sente mais aberto a mudar, isto é, se compromete a rever questões interiores (seus sentimentos, atitudes, valores, etc) e exteriores (sociedade, realidade, relação com o outro, etc). Por conseqüência surge um inquietamento, no que diz respeito na busca pela justiça, solidariedade, ética, indignação, etc. os quais estão em cada um de nós e então compreenderemos melhor o outro e amadurecem os nossos valores e princípios.
Outro fator positivo é o fato de sairmos da massa alienada da qual a filosofia ajudou a sair e faz ter um comportamento que nos leva a tuma convicção de que, é possível transformar o mundo de opressão, desigualdade, é imprescindível a participação e por isso, a filosofia convida aspirar nossa libertação no processo de nossa vida e da história." Só participando, ele coloca para fora as suas potencialidades, qualidades, valores e possibilidades ".


4) Conclusão


Portanto a filosofia é importante, para ajudar-nos ter consciência critica fundamentada para fazer uma reflexão mais clara das situações que estão presente em nossos dia-a-dia, leva-nos a uma auto-formação, coloca em contato comigo mesmo e com o outro e amplia o conhecimento para melhor orientar aqueles que estão em nossos cuidados, como:pastoral, fundamentação em nossos argumentos, homílias e possibilita um diálogo com outras disciplinas e ciências. Concluo com uma frase: "O homem só se realiza na medida em que se constitui sujeito consciente e livre, em comunhão de vida e de destinos com os outros projetos na busca do futuro"

Éder Fabrício Lourenço
Bacharel em Filosofia FAVIC