A Ficção da Alma.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 13/07/2013 | Poesias

 A ficção da alma.

Revejo-te.

A alma distante.

Da minha pessoa.

Como se fosse uma ficção.

Motivo de estar triste.

Coração longínquo.

Com tanta saudade.

Outra vez.

Sonho em imaginar.

Devo entender.

 Os  sinais.

Transeuntes.

 Da  sensibilidade.

Tão ausentes.  

Como se fossem.

Uma nuvem perdida.

Ao  infinito.

  Solitariamente.

A alma.

Não mais sendo minha.

O vácuo esquecido.

 Na escuridão.

O que devo dizer.

A dimensão inexorável.

 Do  assombramento.

O estar aqui.

É um estar muito longe.

Igual.

 A insignificância.

Que mundo é esse.

Sem solicitude.

Outra vez revejo.

Sinto a distância.

O profundo soçobrar.

Cheio de medo.

O que devo dizer.

Tamanha ausência.

Mas uma vez.

O tempo passando.

Ela fugindo.

Na forma da linguagem.

A fiúza do olhar.

Perde-se na imaginação.

Inexequível entendimento.

Díssono ao tempo.

Sem aufhebung.

Etimologia do alemã.

Que significa.

Elevação da contradição.

Pela dialética da superação.

O elemento negado.

É conservado.

Numa nova tese.

Para ser superado.

Continuamente.

Por isso perto.

Melancolicamente.

Distante.

Sem ataraxia lógica.

O que significa  dizer.

A anomia.

O vazio normativo.

Ao tempo perdido.

Resquício de uma onda.

Indelével.

Propícias às anterioridades.

As antienergias.

Quando infinito.

Era desértico.

O que existia.

Era apenas a ausência.

O universo se fez.

Desse segredo.

A antítese.

Do que era antes.

Regenerou em forças.

Brilhou-se.

A imensidão.

Loucura perfeita.

Do entendimento.

Da natureza.

De outra metafísica.

Sem divindade.

O que aconteceu.

Foi à antinomia.

Posteriormente.

Inventam.

A ascese.

Como existisse.

Um estado apodítico.

O ato da fala.

E o conexionismo.

O epoché.

A suspensão do entendimento.

O que hoje é perto.

Muito distante.

Nada além de uma intuição.

Mas a energia.

Constituiu-se sonoramente.

Antes de tudo.

Sem se fazer matéria.

De um imenso vazio.

Fáculas.

 Então definiu.

As ondulações.

O tempo.

Perdeu-se no tempo.

Algo tão se evaporou.

Em ondas de gelo.

Hoje entendo apenas.

O  insignificado.

Que mundo é esse.

São os sinais.

Edjar Dias de Vasconcelos.