A FERIDA NO MORRO, A FERIDA DE UM POVO

Por Paulo Campello | 24/11/2010 | Sociedade

Pde um conceito sobre a Cultura no sentido Antropológico onde A Natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantém separados vislumbra-se a fraguimentação dos rupos sociais.
O importante, porém, é que deve existir no mínimo de participação do indivíduo na pauta de conhecimento da cultura a fim de permitir a sua articulação com os demais membros da sociedade. Todos necessitam saber como agir em determinadas situações e, também, como prever o comportamento dos outros. Nada mais fere a dignidade humana do que não estar inserido no mesmo grupo social que os outros, e por assim não ter o digno respeito de ser reconhecido como igual, por assim dizer feriram a integridade de nossos irmãos de pátria.
Crer ser o centro do mundo ou achar que não existem outras sociedades, ou até mesmo que a própria sociedade é a melhor só fortalece o preconceito e a intolerância e freqüentemente, são utilizadas para justificar a violência praticada contra os outros. Em um breve relato histórico, Utilizando de uma referencia hoje o maior problema social do país, o Rio de Janeiro.
Entre 1872 e 1890 a população do Rio de Janeiro duplicou e conseqüentemente, como foi num curto espaço de tempo, houve um grande aumento na pobreza e em menos de cem anos a população cresceu em 10 vezes.
O aumento da pobreza agravou o convívio em sociedade, mesmo porque uma sociedade turística, os membros da alta sociedade e investidores do meio turístico que queriam incentivar ainda mais os programas turísticos e assim girar mais rentabilidade para a uma pequena parcela, a grande massa teve de se deslocar para longe. Um dos motivos foram as grandes epidemias de febre amarela, varíola, cólera-morbo, que conferiam ao Rio de Janeiro uma fama internacional de porto sujo.
Depois de várias revoltas sociais, os cortiços foram demolidos e essas pessoas foram se deslocando encostas dos morros e zonas portuárias. Esses povoamentos cresceram de maneira desordenada no que se iniciou o processo de favelização. Na época esse processo de favelização não era tão preocupante.
Em 2002 com um projeto que visava combate fogo a fogo teve o maior índice de mortes por armas de fogo, hoje essas quantidades têm caído devidas uma maior fiscalização e incentivos das organizações não governamentais com projetos sociais implantados dentro dos morros cariocas.
Há um equívoco no querumo tomaram as forças militares e seus mandatários, de ir em um sentido contrário, ou seja, ao invés de combater fogo com fogo seria necessário uma medida mais cautelosa, não é combatendo e sim evitando que esse seja o meio de sobrevivência dos membros dessas sociedades socio prejudicadas.
Quando foi que um membro dessas comunidades teve respeito perante a sociedade que domina as partes baixas do Rio de Janeiro?
Falar que existem pessoas boas na favela é dizer que existem pessoas ruins, consequentemente erram, porque NINGUÉM quer ser ruim, a questão esta em averiguar o que as tornam pessoas com tais posturas.
Ao principio de regras que os Traficantes julgam seus réus nada mais é que uma hierarquia, uma corte própria, com princípios que só ali funcionam, porque só conhecem esse modo, a lei da sobrivência do mais forte.
Beccaria nos ensina em sua obra Dos Delitos e Das Penas, que não é a pena de morte ou o princípio de qualquer privação da vida que os fará agir de outro jeito. Estamos condenando eles por fazerem justiça de morte, mas os militares estão agindo da mesma maneira, querendo matar quem sempre quis só ter um espaço na sociedade.
Como uma flor, se você a agredir ininterruptamente ela sobreviverá como mágoas e feridas ou morrerá, das plantas que tem espinhos, já os tem por precaução seja para nao ser apanhada ou judiada. Todos temos espinhos, afim de que não deixemos que façam com nós o que querem, sejam espinhos de conduta ou de raiva.
Como a história já nos ensinou, com exemplo a Revolução Iluminista, dar armas nas mãos de quem sofreu e sem preparo nenhum(psicológico) é armar uma guerra civil contra todos que são contra.
Nadar contra a correnteza não tem o mesmo apreciado fluxo que seguir com ela, mas estamos falando de um caminho cheio de pedras e galhos, gramaticamente falando.
O tráfico ilícito de drogas, hoje problema socio mundial, desgraçando famílias e vidas, não mata mais do que a briga por essa moeda hoje que gera Bilhões de dólares. A quantidade de pessoas que morrem pelo uso de drogas é muito menor do que as pessoas que morrem pelo tráfico.
Liberando a venda dessas drogas a facilidade de se encontrar seria mais fácil, caindo assim o preço e aumentando o consumo, óbvio! Mas nada como um ajuste no preço, cobrança de impostos, ou seja, uma venda regularizada pelo governo estipulando laboratórios eficazes para a produção.
Geraria essa produção uma cadeia nova de empregos, e o dinheiro gasto com o combate dos narco-traficantes cairia a zero.
Estariamos tirando a matéria prima que financia grupos terroristas que dominam nosso país.
Ao mesmo tempo que o dinheiro investido para combater o tráfico, seja investido para reabilitação de usuários, com centros eficientes e remédios eficazes para "limpar" os respectivos.
Investir em propagandas mais eficazes, palestras para assim evitar que pessoas entrem nesse mundo que só regride a capacidade de evoluir.
A sociedade precisa ser unida, ajudar quem precisa, evitar que aconteça e recuperar a alto estima de todos e nao continuar propagando uma publicidade de cães ferozes contra pessoas que só conhecem esse mundo. Nem sempre a falta de comunicação acontece porque um padrão de comportamento foi quebrado, mas porque as vezes os padrões não cobrem todas as situações possíveis.
"A grande qualidade da espécie humana foi a de romper com suas próprias limitações: Um animal frágil, provido de insignificante força física, dominou toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores. Sem asas dominou os ares; sem guelras ou membranas próprias dominou os mares. Tudo isso porque difere dos outros animais por ser o único que possui cultura. Mas que é cultura?"