A fenomenologia existencial de Martim Heidegger

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 26/08/2012 | Filosofia

A Fenomenologia Existencial de Martim Heidegger.

1889-1976.

Para entender seu livro: O ser e o tempo.

Nascido na cidade Messkirch, Baden. Alemanha filósofo existencialista.

Um seminarista significativamente estudioso.

Criou uma máxima da qual discordo pelo menos em parte.

Somente em total consciência de nossa própria mortalidade a vida deve ter seu significado intencional. Talvez pelo fato de entender que a vida não tem nenhuma finalidade, existimos temos que criar os propósitos, mesmos que eles sejam ilusões. Nietzsche.

Antes a vida tinha significado por ela mesma, pela sua razão de ser, mesmo não existindo nesse mundo nenhuma razão para ser, mas pelo simples fato de existir.

Já existe a razão significativa e que não deverá ser atribuída a Deus, o significado está nela mesma, apenas ela, determinada pelo tempo e o ser.

Ele estudou Teologia, posteriormente Filosofia sob a orientação de Husserl, seu grande mestre, posteriormente dedicou ao mesmo a sua grande obra: O ser e o tempo, na qual reflete toda sua fenomenologia existencialista.

Heidegger foi o fundador da fenomenologia existencial, sob a influência de dois grandes filósofos, Kierkegaard e Nietzsche. Ele lia muito Nietzsche, todos seus livros, deixou se contaminar por esse magnífico filósofo, não tenha quem leia Nietzsche e fique imune ao seu modo de pensar.

O pensamento de Nietzsche desencadeia necessariamente ao ateísmo, o ser passa ter apenas uma perspectiva niilista, mesmo que tenta esconder esse caminho epistemológico.

  O que é o ser na sua perspectiva do futuro a não ser o nada. Não existe uma finalidade Última para o ser, dizia objetivamente, Nietzsche.

Heidegger antes de formular sua Filosofia, ele começou afirmar categoricamente que a mesma estava interessada num tipo de questão até então colocada incorretamente.

Afirmou que desde a Filosofia antiga grega, que os filósofos perguntavam o que é o ser. O que se pode saber sobre o que é o ser.

  O primeiro a elaborar essa formulação erradamente foi Platão, mas a partir dele, uma historicidade até Descartes, para não referir a outros modernos.    

Para Heidegger essa pergunta pressupõe muitas coisas, diversos dualismos, entre eles o cartesiano, a relação de sujeito e mundo externo.

Influenciado por Nietzsche, seu filósofo preferido por achá-lo demasiadamente crítico e realista, Heidegger rejeita a ideia fundamental, a mesma recusada por Nietzsche, à divisão e ideia de mundo externo algum sujeito consciente nessa relação absoluta então desenvolvida pelos princípios básicos da Filosofia clássica ocidental.

Em lugar dos dualismos, Heidegger coloca uma nova etimologia, a qual precisa ser entendida como fenomenologia do ser, que consiste, em definir o que é o ser, em geral se considera que tipo de ser é.

A grande pergunta de Heidegger, que propriedade se pode dizer dos objetos, em particular aqui o ser. A priori o que significa ser algo.

 A questão pode ser entendida a partir do grande enigma, talvez o único de todos os possivelmente existentes.  Por que há algo, em vez do nada? O universo poderia ser composto apenas do nada.

 O nada apesar da não existência do ente poderia a princípio ser completamente racional, o que não é racional é o ser. Nietzsche.  

Poucos filósofos tiveram a coragem de fazer essa pergunta, antes de Heidegger de certo modo Nietzsche, posteriormente a ele Sartre, ambos responderam de forma contumaz.

 Apesar de existir o ser, essa existência do ponto de vista metafísico não tem sentido, porque o homem tem sua existência limitada ao seu ser no tempo histórico, fora dessa relação o homem não existe.

Heidegger em sua grande obra o ser e o tempo, ele delimita o homem, o mesmo só tem sentido quando está no mundo, fora dessa lógica, à fenomenologia da existência perde seu interesse.

 O homem no Dasein em alemão, cuja tradução, estar no mundo, aqui agora, nesse tempo histórico e como entender esse estar no mundo, na perspectiva do tempo, a partir desse fundamento que desenvolve a sua análise.

Para Heidegger o ser aí, que resulta num lugar de ação, rejeitando naturalmente outra forma de distinção que se denomina a relação sujeito objeto, devido à importância do sujeito como ação, que ocupa um lugar especial dentro do tempo histórico.

Em síntese o homem como sujeito, isso que se deve ser entendido em Heidegger, mergulhado como produto e ação no Dasein, no próprio mundo, como resultado da sua ação dentro do tempo.

 Com efeito, o homem é tão somente produto do tempo, não poderá ser entendido fora dessa epistemologia à relação do ser com o tempo, preso no Dasein.

Em primeiro lugar a fenomenologia de Heidegger, o grande entendimento não poderá ser atribuído como coisas matérias determinado, com a finalidade de serem mesuradas, ou classificadas, nunca foi essa a perspectiva da análise de Heidegger, se prosseguir a esse caminho constituir-se-ia num grande equivoco.

O que diz ele a respeito da compreensão do homem no Dasein, preocupa em primeiro, o Dasein é apresentado tão somente como um fenômeno temporal com a mais absoluta negação da existência de Deus.

  Até mesmo porque de certo modo não é essa a sua preocupação, mas entende que a angustia humana surge exatamente dessa impossibilidade.

Então o Dasein é um fenômeno humano, temporal, possivelmente autoconsciente, que deverá saber do seu destino, que reduz apenas na relação do ser com o tempo.

O homem não tem nenhuma outra perspectiva a não ser nessa relação, sua realização é o próprio ser dentro Dasein e sua história no tempo. O mundo é o caminhar do próprio tempo, do mesmo modo a história.

Com efeito, o tempo mostra de forma epistemologicamente que o Dasein é finito, porque limita ao tempo, sendo finito, o tempo, o ser torna-se necessariamente mortal, porque a relação com o Dasein também é, não tem como ser diferente na compreensão.

Desse entendimento é o que se chama também de angustia ou medo, tudo porque a única realidade possível é a relação do ser com tempo dentro da realização do Dasein.

 Não é possível outra existência, é inútil buscar mecanismo de fuga, como disse Sartre posteriormente ao entender a fenomenologia de Heidegger.

  As relações fora do tempo e do ser dentro do Dasein são apenas imaginações deprecas fundamentada numa anticultura.

Mas diante do pessimismo total desenvolvido por Nietzsche principalmente, Heidegger, procurou desenvolver uma epistemologia do consolo, o que de certo modo não é muito aplicável para um novo tempo histórico.

A ideia fundamental elaborada por ele, que é apenas diante da consciência completa e intransponível da real finalidade da vida que é mortalidade do ser, que a vida pode ter algum significado intencional.

Mas tarde Sartre com muito cuidado, indiretamente chama essa fenomenologia do disfarce em Heidegger de uma atitude de má fé, o que concordo plenamente, como algo pode ter significado, quando todos seus atos não tem nenhum propósito pensava anteriormente Nietzsche.

 A vida é um grande vazio, só preenchida por ilusões, frutos de consciências deturpadas, qual o grande significado de tudo isso, dizia Nietzsche que o homem fraco vive a própria loucura, de certo modo imaginava também Freud, para não dizer a Psiquiatria de forma geral.

Mas a grande questão para fenomenologia da existência se é possível à autenticidade de uma vida criada a partir exatamente do nada.

Diante do medo por inferência, cujo conteúdo lógico resulta exatamente das deliberações alheias.  Então a grande pergunta formulada por Heidegger, faz sentido ou não o ser preso a esse Dasein, quase como uma espécie de maldição, dizia Platão, ser a morte a grande libertação.

Então o Dasein procura fazer algo a partir exatamente do nada, porque assim sem o Dasein nada poderia existir. Por outro lado, se não fosse essa relação de autoconsciência e da proposição ser e tempo, não existiria com certeza nenhum ente para conhecer a existência do nada.

Se essa não for a epistemologia tomada por Heidegger, qual a pergunta que  deve ser desenvolvida, a distinção indispensável mente-mundo, pressuposto da relação ser e  o tempo, o que determina o significado de tudo isso, de forma coerente no entendimento da ontologia existencial.

Qual deve ser, com efeito, a outra perspectiva, evidentemente diante do sentido ontológico, que podemos simplificar a proposição.

 Mas existe uma questão de boa fé, se o significado representa de fato a verdade, quando essa reduz tudo apenas uma questão de relação, o ser e o tempo, preso a um significado existencial.

 Fora dessa realidade seria tão somente a inexistência, como teria então significado a realização exatamente pela proposição da morte, dúvida não respondida por Heidegger, antes resposta dada por Nietsche, o não significado das ações humanas, posteriormente Sartre, o absurdo da própria existência, a ação da má fé, como meio de suportar a vida.

 

Edjar Dias de Vasconcelos.