A FELICIDADE ESTÁ EM...

Por Fernando Rosemberg Patrocínio | 15/12/2016 | Filosofia

A FELICIDADE ESTÁ EM... 

Referida página, das mais expressivas do nosso “Evangelho” (AK) codificado, expressa uma verdade clara, mas algo contundente do nosso Mundo terreno: o de ser uma Morada de Provas e Expiações. Mas, em tempo algum, referida página prescreve pessimismo diante da vida, pelo contrário, seremos merecedores de um Mundo melhor desde que façamos por merecer. 

Hoje, entrementes, somos Espíritos devedores diante da Lei, que É Deus, nosso Pai: Misericordioso Criador. 

Se vivemos uma situação de dificuldades, de dores, de decepções, nunca nos entreguemos ao pessimismo, pois que tudo passa e tudo vai passar. Nossa presença no Mundo, pois, é passageira, muito rápida, tanto é que pouco me recordo de meus quinze anos, vinte, trinta, e, hoje, tenho muitos mais. Por outro lado, nem tudo por aqui, na romagem terrena, é tão ruim assim; temos muitas alegrias compensadoras de nossas tristezas e decepções. Basta, pois, que tenhamos o bom senso, a sabedoria e a prática viva do Evangelho Redentor, que, com Jesus, nos fala da Boa Nova, da Boa Notícia de que somos Espíritos reencarnados para o progresso redencional, ou seja: progresso pessoal, cognitivo, ético e comportamental, até que possamos, por tais Normas mesmas, merecer um bom Mundo nas esferas sublimes de mais alta espiritualidade. 

Mas vamos à referida Mensagem do “Evangelho” (AK), mais exatamente do seu Capítulo V: 

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“A FELICIDADE NÃO É DESTE MUNDO” 

Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! 

Exclama geralmente o homem, em todas as posições sociais. Isto, meus caros filhos, prova melhor que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: 

“A felicidade não é deste Mundo!”. 

Com efeito, nem a fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude em flor, são condições essenciais da felicidade. Digo mais: nem mesmo a reunião dessas três condições, tão cobiçadas, pois que ouvimos constantemente, no seio das classes privilegiadas, pessoas de todas as idades lamentarem amargamente a sua condição de existência. 

Diante disso, é inconcebível que as classes trabalhadoras invejem com tanta cobiça a posição dos favorecidos da fortuna. Neste Mundo, seja quem for, cada qual tem a sua parte de trabalho e de miséria, seu quinhão de sofrimento e desengano. Pelo que é fácil chegar-se à conclusão de que: 

“A Terra é um lugar de Provas e de Expiações!” 

Assim, pois, os que pregam que a Terra é a única morada do homem, e que somente nela, e numa única existência, lhe é permitido alcançar o mais elevado grau de felicidade que a sua natureza comporta, iludem-se e enganam aqueles que os ouvem. Basta lembrar que está demonstrado, por uma experiência multissecular, que este globo só excepcionalmente reúne as condições necessárias à felicidade completa do indivíduo. 

Num sentido geral, pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia, a cuja perseguição se lança as gerações, sucessivamente, sem jamais a alcançarem. Porque, se o homem sábio é uma raridade neste mundo, o homem realmente feliz não se encontra com maior facilidade.

 Aquilo em que consiste a felicidade terrena é de tal maneira efêmera para quem não se guiar pela sabedoria, que por um ano, um mês, uma semana de completa satisfação, todo o resto da existência se passa numa seqüência de amarguras e decepções. E notai, meus caros filhos que estou falando dos felizes da Terra, desses que são invejados pelas massas populares. 

Conseqüentemente, se a morada terrena se destina às provas e expiações, é forçoso admitir que existe, além, moradas mais favorecidas, em que o Espírito do homem, ainda prisioneiro de um corpo material, desfruta em sua plenitude as alegrias inerentes à vida humana. Foi por isso que Deus semeou, no vosso turbilhão, esses belos planetas superiores para os quais os vossos esforços e as vossas tendências vos farão um dia gravitar, quando estiverdes suficientemente purificados e aperfeiçoados. 

Não obstante, não se deduza das minhas palavras que a Terra esteja sempre destinada a servir de penitenciária. Não, por certo! Porque, do progresso realizado podeis facilmente deduzir o que será o progresso futuro, e das melhoras sociais já conquistadas, as novas e mais fecundas melhoras que virão. Essa é a tarefa imensa que deve ser realizada pela nova Doutrina que os Espíritos vos revelaram. 

Assim, pois, meus queridos filhos, que uma santa emulação vos anime, e que cada um dentre vós se despoje energicamente do homem velho. Entregai-vos inteiramente à vulgarização desse Espiritismo, que já deu início à vossa própria regeneração. É um dever fazer vossos irmãos participarem dos raios dessa luz sagrada. 

À obra, portanto, meus caros filhos! Que nesta reunião solene, todos os vossos corações se voltem para esse alvo grandioso, de preparar para as futuras gerações um Mundo em que felicidade não seja mais uma palavra vã. 

Página de:

FRANÇOIS-NICOLAS-MADELAINE
Cardeal Morlot, Paris, 1863 e inclusa em:

“O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK – 1864). 

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Assim, eu, este humilde e obscuro autor, encerro tal página do “Evangelho” codificado nos termos de que é possível sermos felizes sim, e, sobretudo pela compreensão de que: 

A FELICIDADE ESTÁ EM FAZER OS OUTROS FELIZES: 

Ou seja: procuremos, hoje, amanhã e sempre, ser mais amáveis, ativos e colaboradores; e, procuremos, quiçá, até mesmo: estampar, em nosso cotidiano, um sorriso no rosto, pois tais procederes atrai, reergue e otimiza nossas relações interpessoais. 

UM GRANDE ABRAÇO A TODOS: 

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