A Família e o Movimento pela Inclusão

Por Cátia Martins Bernardes Lenzi | 14/10/2016 | Educação

A FAMILÍA E O MOVIMENTO PELA INCLUSÃO

         Surgiu a idéia e o fortalecimento de duas práticas relativas aos portadores de deficiências; uma prática assistencialista e caritativa, para os incapazes de participação social; e uma prática de reabilitação, par aqueles considerados como podendo ter alguma participação na vida em sociedade.

         Com a descoberta de novas técnicas de estimulação, as novas tecnologias e equipamentos, a participação social tornou-se uma preocupação pôr parte dos profissionais e das famílias, como co-agente no processo de cuidados e reabilitação. E no papel de parceria vital no processo de integração (social e escolar).

         O que ainda acontece é que os profissionais assumem uma postura de superioridade e se limitam a “prescrever” o que a família deve fazer. Já os profissionais da saúde, não discutem o caso, pois pressupõe uma completa ignorância por parte da família, o que geralmente não é verdade.

         Hoje A Declaração de Salamanca, refere-se a 4 artigos (59 a 62) especificamente relativos à “integração com os pais”.

         Os artigos 60 e 61, dizem “os pais são os principais associados no tocante às necessidades educativas especiais de seus filhos, e a eles deveria competir na medida do possível, a escolha do tipo da educação que desejam para eles”.

         “Deverão estar estreitas as relações de cooperação e apoio entre administradores das escolas, professores e pais, fazendo com que os últimos participem da tomada de decisões, em atividades educativas no lar, na escola, na supervisão e no apoio da aprendizagem de seus filhos”.

         As organizações não governamentais (ONG’s) criadas têm oferecido atendimento de que os portadores de deficiências necessitam em educação, saúde trabalho.

         Houve um processo de transformação nas famílias, em suas práticas e filosofias de atuação em um sentido assistencial a um sentido cada vez mais inclusivo.

         Podemos declarar assim, uma frase verdadeira: a participação da família é de suma importância no movimento da inclusão.

         É imprescindível que as famílias busquem conhecer para participar, dando exemplo de cidadania, e servir assim, como mais um veículo por meio do quais seus filhos possam aprender para ser.

LEIS QUE GARANTEM A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

         Hoje podemos afirmar que o Brasil tem um arcabouço legal e muito avançado, no que se refere à garantia dos direitos das pessoas portadoras de deficiências.

         Nossa luta, no entanto, para que elas sejam respeitadas e implementas.

         Pra isso se torna necessário conhecer e multiplicar o conhecimento das legislações em cada espaço de convivência.

         Na área da educação podemos destacar:

  • A Constituição Federal (1998), art. 208;
  • A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) Lei nº. 9.394/1. 1.996;
  • A Lei dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, Lei nº. 7.853/1.989;
  • O decreto nº. 3.298/1.99, que regulamenta a Lei 7.853;
  • A Lei nº. 10.098/2.000, sobre a acessibilidade;
  • As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, (MEC/2.000).
  • As Diretrizes estaduais para a Educação Especial na Educação Básica, em Minas Gerais (a serem publicadas).

         Todas essas leis e decretos determinam que a educação das pessoas com necessidades educacionais especiais deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino e só extraordinariamente em escolas especiais, para aqueles alunos que requeiram apoios intensos e permanentes, onde a escola regular ainda não consegue prover.

         Nós vivemos em uma sociedade rígida cheia de preconceito, discriminação é por isso que os alunos estão fora da escola e/ou da sociedade.

         Inclusão tem que acontecer, mas de uma forma consciente, fazer que aconteça de uma história real.

         Incluir não significa apenas: fazer parte, acrescentar, inserir, unir, agregar e sim. Caminhar lado a lado com o aluno.

          TRANSIÇÃO DA ESCOLA PARA O TRABALHO

         ASSEVERA A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA QUE:

         “Os jovens com necessidades educacionais especiais devem ajuda para fazer uma eficaz transição da escola para a vida adulta produtiva. As escolas devem ajudá-los a se tornar economicamente ativos e prover-lhes  as habilidades necessárias no dia-a-dia, oferecendo treinamento em habilidades que respondam as demandas sociais e de comunicação e as expectativas da vida adulta. Isto requer tecnologias apropriadas de treinamento, incluindo experiência direta em situações especiais em classe mais adiantadas devem incluir programas transacionais específicos, apoio para ingressarem no ensino superior sempre que possível e subseqüente treinamento profissional que os prepare para atuarem como membros contribuintes independentes em suas comunidades após terminarem estudos. Estas atividades devem ser executadas com participação ativa de conselheiros profissionais, agências de colocação, sindicatos, autoridades locais e diferentes serviços e entidades interessados".

                   Nesse sentido, caberá a escola:

  • Preparar o aluno para o sucesso profissional e vida independente, provendo profissionalização e conhecimento da vida profissional e vida independente.
  • Preparar a própria escola para incluir nela o aluno portador de deficiência, através da sensibilização e treinamento dos recursos humanos, da reorganização dos recursos materiais e físicos da escola; preparar a comunidade para incluir nela o futuro trabalhador; sensibilizar as empresa, entidades e órgão da comunidade com palestras, exposições, etc, e sensibilizar pais de alunos (deficientes e não – deficientes) para um papel mais ativo em prol de uma escola e de uma sociedade inclusiva.

         Mas esta preparação deverá ocorrer em sala de aula, em setores operacionais da escola e na comunidade. Deverá haver ação conjunta do diretor e dos professores da escola, das autoridades educacionais, dos profissionais de educação especial e/ou de reabilitação, dos lideres do movimento dos portadores de deficiência e representantes da comunidade.

BENEFÍCIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA TODOS OS ESTUDANTES

         Os estudantes com deficiência:

  • Desenvolvem a apreciação pela diversidade individual;
  • Adquirem experiências diretas com a variação natural das capacidades humanas;
  • Demonstram crescentes responsabilidades de melhora da aprendizagem através do ensino entre os alunos;
  • Estão melhor preparados para a vida adulta em uma sociedade diversificada através da educação em salas de aula diversificadas;
  • Podem participar como aprendizes sob condições instrucionais diversificadas (aprendizado cooperativo, uso de tecnologia baseada em centros de aprendizagem etc.).

                   Adaptações de salas comuns para a inclusão de estudantes com deficiência.

         Todos estudantes, quaisquer que sejam suas capacidades, irão beneficiar-se das aulas de educação que sejam menos dependentes de livros e mais experiências, mas cooperativas e mais multi-sensoriais.

         Todas as adaptações de sala de aula devem ser feitas com o menor barulho possível e côo máximo de boa vontade e hospitalização. Em nenhuma hipótese, deverá a deficiência ser apontada de uma forma constrangedora ou enfatizada, nem tampouco ser ignorada. Algumas das possíveis adaptações de salas comuns, o professor deverá usar o sistema de companheirismo; formar grupos de aprendizagem cooperativos; contar histórias para ensinar conceitos abstratos e preparar versões simplificadas do material. Isto quando o aluno tiver deficiência mental.

 

CONCLUSÃO

 

         A inclusão é um desafio que implica mudar a escola como um todo, no projeto pedagógico, na postura diante dos alunos, filosofia, valorizar as peculiaridades de cada aluno atender a todos na escola, incorporar a diversidade sem nenhum tipo de distinção.

         A escola é o começo de tudo, se não alterar seus princípios, não haverá sociedade inclusiva, e isto é um desafio para o educando que nunca trabalhou com os alunos que tem necessidades educativas especiais, incluí-lo não apenas na sua turma, mas na sua vida, Porem a educação inclusiva depende não só da capacidade escolar, diretores, professores, pais e outros em buscar soluções para o desafio da presença de tão diferentes alunos nas classes como também o desejo de fazer tudo para que nenhum aluno seja novamente excluído com base em alguma necessidade educacional muito especial.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

         MENICUCCI, Maria do Carmo. Coordenadora pedagógica estadual. Educação inclusiva. Apostila.

         MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Salto para o futuro: A Educação especial. SEED, 1999, 96p (série de Estudos a Distância), ISSN 1516-2079; v9.

ABDIM – Associação Brasileira de Distrofobia Muscular. São Paulo. Disponível no site www.abdim.org.br/empregos.

         BOLETIM TEMÁTICO. Educação especial. Edição 13/2002. Disponível no site www.prof.com.br/

         MESQUITA,    Maria Alice Campos. Professora da rede pública estadual com habilitação em Educação para Deficientes Mentais pela USP e Pós-graduação em Educação e Reabilitação de surdos pela Unicamp.

         A inclusão e o mercado de trabalho. Disponível no site www.bengalalegal.com.br/mercado.php

         Programa da ONU em deficiência severas, 1994.

         Centro par Ministério com Pessoas Deficientes da Universidade de Dayton, EUA.