A FALTA DE FORMAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DO DOCENTE UNIVERSITÁRIO, COMO OBSTÁCULO À APRENDIZAGEM
Por George do Rêgo Barros da Silva | 10/09/2018 | EducaçãoMonografia final de curso, apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Pós-graduação em Psicopedagogia da FAESC – Faculdades da Escada, sob a orientação do Professor Deyve Redyson Melo dos Santos.
Escada / 2007
FICHA CATALOGRÁFICA
SILVA, George do Rêgo Barros da.
A falta de formação didático-pedagógica do docente universitário, como obstáculo à aprendizagem.
Escada : monografia final de curso, 2007.
AVALIAÇÃO DA BANCA EXAMINADORA
Título: A FALTA DE FORMAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DO DOCENTE UNIVERSITÁRIO, COMO OBSTÁCULO À APRENDIZAGEM
Autor: GEORGE DO RÊGO BARROS DA SILVA
Professor Orientador: Prof. Deyve Redyson Melo dos Santos
Coordenador do Curso:
Prof. Dr.
Aos meus filhos, especialmente George, que me ensinou e estimulou a continuar vencendo desafios.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu Orientador, Prof. Deyve, pela tranqüilidade e mais que isso pela paciência e compreensão; aos colegas de curso, aos professores e a minha Luciana, que nunca me deixou fraquejar frente às dificuldades e atribulações.
A liberdade sem igualdades emboca no elitismo e se traduz na liberdade de uns poucos e não na liberdade de muitos.
Bidart Campos
RESUMO
Autor: George do Rêgo Barros da Silva. Título: A falta de formação didático-pedagógica do docente universitário, como obstáculo à aprendizagem. 2007.1. Monografia Final de Curso – Departamento de Pós-graduação e Extensão, Faculdades da Escada – FAESCA, Campus Escada.
Monografia final do curso de pós-graduação em Psicopedagogia, requisito parcial para a aquisição do título de especialista, sob o epigrafe A falta de formação didático-pedagógica do docente universitário, como obstáculo à aprendizagem. Tem como referencial prático as dificuldades de aprendizagem no ensino universitário, bem como a falta de regulamentação dos requisitos pedagógicos específicos para a docência no ensino superior no Brasil. Como referencial teórico, temos o posicionamento doutrinário que defende a necessidade de profissionalização do docente no nível superior de ensino, à exemplo das exigências feitas aos docentes do ensino básico. Em ultima análise, o trabalho visa demonstrar os prejuízos para o sistema educacional com a falta de exigências de conhecimentos didático-pedagógicos aos profissionais que lecionam nas universidades brasileiras e investigação das formas viáveis para uma melhor qualificação do docente universitário, que passará a ser capaz de identificar e atuar nas dificuldades de aprendizagem dos alunos, deixando de ser fator gerador de tais déficits e então um efetivo facilitador e colaborador da aprendizagem significativa.
Palavras-chave: DOCÊNCIA, ENSINO SUPERIOR, APRENDIZAGEM
ABSTRACT
Author: George do Rêgo Barros da Silva. Heading: The lack of didactic-pedagogical formation of the university professor, as obstacle to the learning. 2007.1. Final monograph of Course - Department of After-graduation and Extension, Facultieses of the Escada - FAESC, Campus Escada.
Final monograph of the course of after-graduation in Psicopedagogia, partial requirement for the acquisition of the specialist heading, under the epigraph the lack of didactic-pedagogical formation of the university professor, as obstacle to the learning. It has as referencial practical the difficulties of learning in university education, as well as the lack of regulation of the specific pedagogical requirements for the docência in superior education in Brazil. As referencial theoretician, we have the doctrinal positioning that it defends the necessity of professionalization of the professor in the superior level of education, to the example of the done requirements to the professors of basic education. In it finishes analysis, the work aims at to demonstrate to the damages for the educational system with the lack of requirements of didactic-pedagogical knowledge to the professionals who lecionam in the Brazilian universities and inquiry of the viable forms for one better qualification of the university professor, who will start to be capable to identify and to act in the difficulties of learning of the pupils, leaving of being generating factor of such déficits and then a facilitador and collaborating cash of the significant learning.
Word-key: DOCÊNCIA, SUPERIOR EDUCATION, LEARNING
INTRODUÇÃO
O tema escolhido para o presente trabalho é de fácil compreensão e sempre atual, mas pouco explorado de forma específica por estudiosos da educação. Sua discussão e mais ainda a resolução dos problemas que causa, é certamente crucial para um novo modelo de educação superior no Brasil e consequentemente para a melhoria da qualidade dos profissionais que se formarão no por vir, então mais capazes para enfrentar o competitivo mercado de trabalho global.
Devido a falta de regulamentação de pré-requisitos relacionados à formação didático-pedagógica ou especificamente a falta de especialização em Metodologia do Ensino Superior, o atual docente universitário vem tendo dificuldades em desempenhar de forma efetiva seu papel. Tal fato, aliado à escassez de discussão doutrinária especifica, fomentam a necessidade de no momento da conclusão de uma especialização com foco nas dificuldades de aprendizagem, seja posta à prova a situação, com vistas a encontrar soluções viáveis.
Preciso se faz, entender quem é o docente universitário, quais as exigências legais para o exercício do magistério em tal nível e quais os problemas que enfrentam no ato de lecionar, além dos resultados em relação aos alunos.
Com o agravante da globalização e da velocidade dos sistemas de informação atuais, já não basta ao professor, em qualquer nível e especialmente no nível superior, o domínio do conhecimento técnico-cientifico de uma profissão ou campo do saber. É preciso que saiba ser professor, ou ainda mais, que se mostre um educador. Araújo e Chandwick (2001, p. 265) defendem que o professor na sala de aula se torna dependente de alguns fatores, assim informando:
Os mais importantes são o conhecimento que o professor tem de seus alunos, da disciplina, da forma de ensinar e, sobretudo, as idéias que o professor tem a respeito de seu papel. O que é ensinar depende do que o professor entende sobre o que é aprender. (Grifo nosso)
Como visto, não basta ao professor o seu próprio saber, mas a capacidade de saber como se aprende e a partir de então, buscar o ensinar. È imprescindível ao docente as técnicas do ensinar, caso contrário qualquer um com a mesma graduação poderia estar em seu lugar, todos seriam “professores”.
Em tal sentido se posiciona Kincheloe (1997, p. 209), que discute bem e defende a necessidade de um posicionamento crítico como gerador de conhecimento novo na pós-modernidade, assim se manifestando:
Os professores críticos pós-modernos entendem que o conhecimento não é simplesmente criado no gabinete do pesquisador ou no escritório do professor, mas na consciência produzida no pensamento, discussão, escrita, argumento ou conversação. Ele é criado quando professores e alunos enfrentam uma contradição, quando os alunos encontram uma memória perigosa, quando a informação apresentada pelo professor colide com a experiência do aluno, ou quando a informação apresentada pelo aluno colide com a experiência do professor. Quando nós especulamos em etimologia e emprego do conhecimento, novos conhecimentos são criados. O currículo de educação do professor, ao focalizar nestas preocupações, leva os futuros professores a aprenderem que linguagem, produção individual, racionalidade e conhecimento em si nunca são ideologicamente inocentes.
Notadamente um profissional que se dispõe a dar aulas no nível superior, mesmo com experiência profissional em área específica e formação acadêmica, não terá condições de se dizer ou se tornar professor, se lhes faltarem ferramentas didático-pedagógicas, capazes de incentivar, aceitar e cultivar os frutos da criticidade do aluno, cada vez mais informado e ávido por conhecimentos. Sem tal ferramentário, o profissional que dá aulas, longe de ser professor, tende a ter postura autoritária e a não saber lidar com os questionamentos ou com os confrontos de experiências e informações que não dispõem trazidas por alunos. Tende também impor sua autoridade, quando seus argumentos não derem conta dos questionamentos, mesmo quando embasado por experiência profissional e formação acadêmica. Tudo isso porque só o professor é formado para dar aulas e mais que isso, para lidar com tais adversidades, que podem ser muito positivas, de acordo com a habilidade própria.
Com a conclusão do trabalho, espera-se ter contribuído para a fundamentação da necessidade da exigência do ferramentário didático-pedagógico ao candidato a docente universitário, ou seja, para a profissionalização do professor universitário no Brasil, então capaz de melhor lidar com as dificuldades de aprendizagem no ambiente acadêmico.
1. O ENSINAR, O APRENDER E O SER PROFESSOR
Não há como se falar do ensino e do docente universitário sem considerações mínimas sobre o ato de ensinar e o ato de aprender.
Até de forma instintiva o ser humano atua sobre o meio e os semelhantes, em atividades cíclicas de aprendizado e de ensino. Esse ensino e aprendizagem natural é sem dúvidas muito importante para a própria sustentação da vida e do crescimento do homem como ser dotado de inteligência. Além disso, são componentes indissociáveis do ensino e aprendizagem formais.
Segundo o Sítio Ser Professor Universitário (s/d, in: http://www .serprofessoruniversitario.pro.br/ modulos.php):
Ensinar é muito mais que apenas transmitir informação. Assim como aprender é mais do que apenas absorver o que foi ensinado. Um professor bem sucedido deve ser capaz de se ajustar a uma larga variedade de estudantes, o que significa se ajustar a experiências diferentes, conhecendo estilos e atitudes para aprender, inclusive insegurança, excesso de confiança, ansiedade, preconceito, falta de motivação e até um medo irracional do assunto , quase sempre explicados pela frase " Eu não dou para isso" . Geralmente a verdadeira razão é que tiveram maus professores, e por isso incapazes de motiva-los e transformar o APRENDER em algo prazeroso. O Professor completo é aquele que é também Educador, que sente prazer em provocar Aprendizagem.
Não há, nem pode ser exigido um padrão de professor, mas é inevitável que se estabeleça uma meta de qualidade de ensino. O bom ensino se apresenta em muitas formas que variam e se adaptam a cada estilo pessoal e pedagógico de cada bom professor.
Aliás, o bom professor deve procurar conhecer e adaptar sua ação aos estilos de aprender de seus alunos. Mas há elementos que sempre se apresentam na boa prática de ensino, alguns deles que Ser Professor Universitário ( Idem ), resume na seguinte lista de metas:
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Comunique-se com eficiência: Dizer algo que é verdade ou correto e que foi fácil para você entender, não significa que seus estudantes entenderão isso também. Você precisa olhar para o material através dos olhos deles, de forma que possa imaginar como eles reagirão ao que você lhes comunica.
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Ajude seus estudantes a aperfeiçoar suas habilidades analíticas: É melhor ajudá-los a resolver um problema difícil do que resolvê-lo completamente para eles. Embora no principio leve mais tempo, na próxima vez que eles encontrarem um problema semelhante eles poderão resolvê-lo. Esse método chama-se APRENDIZAGEM ATIVA e é um dos métodos para se chegar ao APRENDER A APRENDER.
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Encoraje a criatividade de seus estudantes: Até estudantes que freqüentam cursos de matemática de nível médio podem ser muito criativos se receberem a oportunidade. O problema mais comum deles é que ninguém os ensinou como se fazer perguntas certas, que podem guiar o fluxo da sua intuição.
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Mostre aos seus estudantes como se comunicar com eficiência: Estando aptos a escrever coerentemente (e a expressar-se oralmente com eficiência) significa que eles realmente entenderam o assunto, e isso poderia ser a diferença entre "quase entender" e dominar o mesmo assunto.
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Estimule o interesse e o prazer de seus estudantes pela matemática: Se você está ensinando um curso que tenha de usar matemática ou estatística evite força-los a decorar formulas, mas faça-os compreende-las. Aprender a utilidade E aplicações de formulas é mais importante que saber usá-las mecanicamente.
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Promova interação entre estudantes: Ser capaz de trabalhar com outras pessoas é uma habilidade muito importante no mundo moderno, e também os ajudará a ser mais produtivos em sua classe.
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Seja um avaliador justo: Muitos estudantes são profundamente preocupados com as notas (avaliações) que recebem. Explique claramente a seus estudantes o que é necessário para obter boas notas em sua classe, e não deixe parecer que é mais difícil ou mais fácil do que realmente é. Professor que tem prazer em reprovar alunos não é educador. É terrorista.
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Entretenha seus estudantes: É mais fácil interagir com alguém que esta de bom humor. Procure tornar suas aulas num ambiente agradável Aprenda com sua experiência: Se algo foi particularmente bem (ou mal), pergunte a si próprio qual foi a razão. Há muitas coisas que nossos estudantes podem nos ensinar, até mesmo quando não estão conscientes disso.
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Goste de ensinar: Afinal de contas, você está fazendo algo que gosta. Se divirta ensinando, e deixe isso transparecer! Ensinar é divertido--ou deveria ser. Professores têm o poder para entediar seus estudantes às lágrimas ou fazer suas vidas mais divertidas, ricas, e reflexivas. Quando isso acontece com os estudantes, o professor também nunca estará entediado.
Com base em tais reflexões, não fica difícil entender que o ato de ensinar pode até, em alguns níveis, ser instintivo, mas o ser professor está envolto em enorme e complexo sistema que carece de cuidados especiais, sem os quais o próprio sistema de ensino estará fadado ao insucesso.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, classifica e determina os pré-requisitos legais para o magistério, que resumidamente está, em níveis crescentes, na necessidade da Graduação em Pedagogia, para o ensino fundamental, Licenciaturas para o ensino médio. Para o ensino Superior, a LDB determina quotas obrigatórias da titulação de Mestrado e Doutorado para as instituições de ensino, mas padece da infelicidade de deixar de determinar requisitos específicos mínimos para que uma pessoa, independente de sua titulação se torne um docente universitário.
A falta de profissionalização do professor em nível universitário, está justamente no ponto crítico da estrutura de ensino nacional, pois é justamente a universidade que produz, além dos profissionais para cada campo de atuação social, os próprios professores.
Não há então como compreender que um profissional seja formado por amadores.
Mas que o saber, está em discussão o saber ensinar, o saber aprender, a capacidade de identificar e debelar as dificuldades de aprendizagem, a capacidade de criar alternativas capazes de suprir deficiências sistemáticas e pessoais.
O melhor médico, não necessariamente será o melhor professor de medicina, mesmo que inegavelmente tenha muito a ensinar aos futuros médicos. A única forma então para resolver tal questão é transformar o melhor médico em um bom professor.
Essa transformação não se dará nunca em passe de mágica, mas na qualificação do profissional para que passe a ter conhecimentos e habilidades em Pedagogia e Didática.
Estará então o ciclo completo: um bom profissional, que se tornou um bom professor, que ensinando bem, formou novos bons profissionais.
Na concepção de Cunha (1996, p. 63):
O estudante que prioriza a busca de significado questiona o conteúdo e constrói objetos mentais através de processos que envolvem sínteses e analises sucessivas. A aula é uma pequena fração dentro de um processo que inclui o esforço pessoal da busca de novas fontes e subsídios, inclui a execução de exercícios, resolução de problemas e elaboração pessoal de conceitos. A aprendizagem se constrói e reconstrói sob a capacidade constante de esforço, atenção e reflexão. A orientação para a reprodução tem como traço comum a memorização, a fixação do conteúdo, às vezes sem a compreensão do texto, às vezes sem evidencias suficientes, ou a perspectiva de reproduzir coisas não suficientemente pensadas para chegar mais rápido aos resultados. Frequentemente, por não ter idéia geral do que é decorado, o aluno não aumenta seu potencial de duvidas e questionamentos, aceitando o conhecimento produzido por outros sem ampliar seus quadros de referência.
Então as decisões sobre o que ensinar ou aprender mostram-se vinculadas as formas de controle do conhecimento que vão passando, numa perspectiva histórica, de geração a geração.
Quanto mais capital cultural e, conseqüentemente, mais capital econômico esse conhecimento representa, mais forte é o enquadramento que sofre e mais herméticas são as condições de mudança. Tal fato nem é sempre do conhecimento dos professores.
Os professores conduzem então um exército de alienados, sem poder crítico para perceber o contexto do que lhes é repassado e que se constitui no fundamento para o exercício futuro das atividades e papeis que pretendem desempenhar na sociedade.
Entretanto não é mérito exclusivo dos alunos a condição de alienados. No contexto que se inserem, os professores universitários, salvo as honrosas exceções que a cada dia, tímida, mas continuamente crescem, simplesmente seguem a corrente e tendem a reproduzir um conteúdo posto, sem questionar o significado, a importância a validade e aplicabilidade.
Condensando tal pensamento, Cunha (1996, p. 83 e 84) traz questionamentos que fazem refletir sobre a questão:
Até que ponto os profissionais de educação estão apreendendo a sua condição profissional e os condicionantes sociais que estão a definir o seu estatuto próprio? Se uma profissão é definida por um saber específico, o que é mesmo que está posto como capital cultural da educação?
As respostas para tais questionamentos, especificamente quanto a docência no nível superior, passa, inquestionavelmente, pela exigência de profissionalização para o exercício do magistério.
Para Teixeira (1996, in http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/modulos .php ):
Cada profissão têm suas especificidades, por mais variantes que possam ser os profissionais. A atividade profissional pode ser caracterizada como um corpo de saber específico, voltado para certos objetos. Mesmo a atividade profissional, seja ela qual for, sendo exercida por indivíduos muito diferentes um do outro, parece existir, de um modo mais ou menos padronizado, especificidades próprias da atividade profissional, que irá caracterizá-la como tal. Também é importante distinguir o Professor universitário do Professor do nível médio (segundo grau). Cada profissão têm seus cânones, que podem ser da esfera de uma teoria do conhecimento, de instituições formadoras e de ordem cultural. Supondo já estes cânones, mesmo nas suas diversas variações, o que é ser professor? Perceber a dimensão, das expectativas dos alunos, pais e funcionários em relação ao que esperam de ser um professor; a referência para com os outros, as dimensões artísticas e políticas do professor, ainda que indiquem caminhos para compreensão da condição de ser professor, parece não responder por completo, ou melhor, a partir da subjetividade da condição de ser professor. Não basta o professor querer racionalmente ser democrático e cooperativo na relação com seus alunos. É preciso que sua práxis, que sua condição de ser com outro seja vivido a partir de uma coerência com o que pensa e com o que diz. Enquanto os aspectos da subjetividade do professor não forem transformados ele falhará em seus intentos. E esta transformação não se dará de modo espontâneo, na relação rotineira com seus alunos. É necessário, para tanto, apreender a condição de ser professor, a partir do vivido nas relações cotidianas de sala de aula, para buscar a transformação, o crescimento e mesmo o desenvolvimento do profissional professor. Todas essas considerações foram relacionadas com um objetivo único : chamar a atenção sobre a necessidade dos professores universitários estarem conscientizados das características, dimensões e peculiaridades do que seja ser um Professor Universitário.
Aproveitando tal visão, observa-se que há um curso de Medicina, que forma médicos e depois esses médicos se especializam em Geriatria, Pediatria, Cardiologia, Neurologia, dentre uma infinidade de especialidades. Há um curso de Direito, que forma Bacharéis em Direito, que depois se especializam em Direito Civil, Penal, Previdenciário, Tributário, dentre outra infinidade de especialidades, além da possibilidades de funções públicas como a de Juiz, Promotor, Advogado, Delegado, Procurador, capazes de dar condição pessoal e funcional diferenciadas.
Mas quem forma esses médicos e bacharéis nas instituições de ensino superior, nem sempre ou na minoria das vezes são professores, muito menos pessoas com formação para o ensino superior.
Não se questiona aqui o saber dos atuais docentes do ensino superior, mas o saber ensinar de tais profissionais. Questiona-se as competências e habilidades específicas capazes de facilitar o aprender, identificar e combater ou, pelo menos o saber encaminhar, os problemas e dificuldades de aprendizagem no ensino superior.
Aliada à necessidade dessa qualificação para o ensino superior, no mundo globalizado, da informação on-line e da tecnologia, quando, mais que nunca, o saber é muito mais significativo que o ter, é impensável um formador incapaz de manipular as novas ferramentas pedagógicas facilitadoras do aprender e mais ainda é impensável a falta de habilidade docente a quem passa a lidar com grupos cada vez mais heterogêneos e com informações muitas vezes atualizadas instantaneamente.