A FACE HUMANA DO LUCRO

Por Nadia Maria Januario | 07/09/2020 | Adm

A FACE HUMANA DO LUCRO 

As empresas podem colaborar ajudando a agregar valores aos seus produtos. 

O Capitalismo está ficando mais humano – E não é por bondade, mas porque a forma de se produzir e os conceitos dos consumidores mudaram radicalmente nas últimas décadas. A transformação é tão grande que hoje há uma busca incessante para agregar valores aos produtos comercializados. Tornou-se primordial para as empresas encarar a mão de obra e a sociedade como parceiros no processo de produção e não apenas como funcionários ou consumidores. Dois conceitos se destacam nesta fase mais humana das empresas e segurança dos trabalhadores e a preocupação ambiental.

A economia gerada com a questão ambiental pode ser alcançada por meio de coletas seletivas, palestras sobre o uso racional da água e utilização de gás ecológico na câmara fria de refeitórios, só para citar alguns exemplos. A conscientização ecológica é útil nesse processo e pode ser feita por meio de plantios de árvores nas proximidades da fábrica e de eventos como semana do meio ambiente. Essas ações podem, inclusive, ser divulgadas na sociedade, o que representa outro ganho empresarial.

Embora não seja papel direto da empresa, a reeducação para questões ambientais tem se mostrado mais eficaz quando praticada pelo segundo setor do que pelo governo, por exemplo. Isto porque o local de trabalho, seja ele de grande ou pequeno porte, permite que os funcionários pratiquem quase que imediatamente os conhecimentos adquiridos. Dessa forma, uma palestra sobre reciclagem gera a coleta seletiva, uma Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho incentiva a limpeza do local de trabalho, conscientiza sobre o uso de drogas, sobre doenças sexualmente transmissíveis e outros assuntos que extrapolam as dependências da empresa.

A proteção física e mental dos funcionários também pode resultar em lucro. A empresa, especialmente por meio dos seus chefes de segurança, tem contribuído para a redescoberta da saúde como principal patrimônio humano. Os equipamentos de proteção, a presença de psicólogos e a parceria com convênios médicos evitam maiores transtornos e previnem possíveis afastamentos de funcionários.

Além disso, quanto mais seguro o empregado sentir-se no local de trabalho, melhor será o aproveitamento das horas que ele dispõe para concluir suas tarefas. A sensação de segurança reproduz, em menor escala, o sentimento familiar e reduz fatores de estresse e passividade diante dos desafios. No fim das contas, esse contexto resulta em lucro. Esses conceitos têm sido bastante difundidos nas grandes empresas, mas o que se percebe é que eles são muito úteis também nas menores. Mesmo as pequenas ações na preocupação ambiental e na segurança interna trazem benefícios para a sociedade, para os funcionários e para o empresariado. Vivemos uma fase importante, pois as indústrias têm descoberto que seu papel vai além de contratar e produzir. Gerar lucro sem agredir o meio ambiente e proteger seus colaboradores faz parte dessa nova face.

 

Nádia Januário

Bacharel Administração com Habilitação em Marketing

Especialista em gestão de pessoas

Autora do livro: Tendências Globais em Gestão Treinamento e Desenvolvimento – ano 2020

 

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