A Face de Afrodite Está Eclipsada
Por Alcir de Vasconcelos Alvarez Rodrigues | 22/10/2008 | Poesias(para Helen Ruth Campinas)
A face de Afrodite está eclipsada,
oculta-se, intimidada diante daquela da filha de João.
É bendita sua silhueta belíssima,
primogênita de Benedita.
Os cabelos em cachos,
como se desenhados por um inspiradíssimo Da Vinci,
descem em doce rapel, por curvilíneos colo e costas, cariciosos...
Nenhuma deusa da fecundidade,
cultuada por qualquer que seja o povo,
tem a fartura de teus gêmeos picos generosos,
nos contornos arredondados
dessas aréolas apetitosas cor e sabor de chocolate,
mais que as barras suíças podem sê-lo.
De ritmo sinuoso, corpo envolvente como uma teia,
que contorce o meu, como uma casca de ingá,
no momento crucial de saborear seu fruto...
Morena de endoidecer, me endoidece entre suas pernas,
em um veludo negro e doce e transbordante
da orquídea mais rara do mundo,
só colhida por mim.
Não me olhes assim,
com estes olhos de floresta
― de amazônidaindígenacaboclauiaraencantadahipnotizadora...
Ai que será de mim, em teus braços
entregue, colados meus lábios no sabor
graviolabacuricupuaçuaraçámurucitaperebá
que têm os teus, lindos, meus.
Dentro de ti, me percomeachomerealizo.
O universo é meu, dentro de ti estando.
Morro de saudades...