A Eventual Juíza Militar Discricionária do Mundo

Por Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho | 03/09/2024 | Política

Por Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho

Artigo Escrito e Publicado em 2024

Contradições biográficas são, na maior parte das vezes, parte da vida política dos candidatos. Tal estado de coisas ocorre, principalmente, nos países considerados potências militares, pois quem se elege jamais se comporta como o faria em sua carreira profissional, por força das circunstâncias.

As circunstâncias a que me refiro são a atuação de Kamala Harris na Procuradoria do Estado da Califórnia, e seu eventual comportamento como Presidente, na condição de "Juíza Militar Discricionária do Mundo". Pois é isso que, acima de tudo, é quem ocupa a Presidência dos EUA.

Na Procuradoria da Califórnia, um Estado que se reveste da aplicação da pena de morte, Kamala Harris era uma ferrenha opositora do castigo capital: nunca o pediu, nem mesmo nos piores casos. Eram casos terríveis envolvendo um, ou um pequeno bando de assassinos, e ela sempre se esquivou de pedir que o Estado os matasse. Observava fielmente os direitos ao devido processo legal e à ampla defesa, e sempre requeria a aplicação da prisão perpétua. Dizia que os Promotores e Procuradores existem para pedir justiça, e não vingança.

Quem ocupa a Presidência dos EUA existe para defender o país. Mas, pelas circunsâncias imperiais nas quais aquela República voluntariamente surgiu e existe, isso significa, com covardia e mísseis teleguiados, atacar a esmo os outros, matando-os sem declaração de guerra formal, e sem direito ao devido processo legal e à ampla defesa. Uma Procuradora da Califórnia se tornaria a "Juíza Militar Discricionária do Mundo", exterminando, de modo muito mais ultrajante e totalitário, muitos milhares, que não cometeram crime algum senão estarem no lugar errado e nada hora errada, em atitudes que fariam os atos de homicídio de seus acusados na Califórnia parecerem brincadeiras de crianças.

Por isso, e por Trump ser manifestamente um carniceiro - ele nunca negou sua alcunha de patife - prefiro que ele ganhe, pois terá que fazer o mesmo serviço sujo que Kamala, mas sem contradizer. Além disso, tem proximidade com o ditador russo, Vladimir Puitn, e a consequente possibilidade de salvar a mim, a você, a todos nós de uma hecatombe nuclear, algo que o atual "Juiz" Biden, bem próximo a Kamala, foi incapaz sequer de discutir.

Kamala, faça o que o bom senso diz: não suje sua biografia. A esquerda não a perdoará.