A ETERNIDADE É ETERNA
Por XALONI IORI | 29/09/2018 | CrônicasA ETERNIDADE É ETERNA
Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres.
Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, cap. 15:40.
Desde a monera
Que só tem uma célula:
Somos eternos.
“Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
Ó ser humilde entre os humildes seres.
Embriagado, tonto dos prazeres,
O mundo para ti foi negro e duro.”
Cruz e Sousa – poeta brasileiro (1861-1898).
Desde o mineral
Que nasce na fonte
E ali se esconde
Para sobreviver:
Somos eternos.
Desde a semente
Que entra contente
No terreno ventre
E ressurge no vegetal:
Somos eternos.
Desde o animal
Que tem a sua cria
E alegre vigia
O seu crescimento:
Somos eternos.
Desde o hominal
Que surge afinal
Num corpo de carne
Desce ao vale
E lá se decompõe
Como a Lei Física impõe:
Somos eternos.
Desde o Espírito
Que dá o seu grito
No Ventre do CRIADOR INCRIADO:
Somos eternos.
Desde os Anjos
Que não se cobrem de panos
Como os seres humanos,
Mas se cobrem de luz:
Somos eternos.
“Atravessaste num silêncio escuro
A vida presa a trágicos deveres
E chegaste ao saber de altos saberes
Tornando-te mais simples e mais puro.”
Cruz e Sousa – poeta brasileiro (1861-1898).
Desde os Cristos e os Deuses
Que iluminam os mundos,
Percebemos os profundos
Feitos do SENHOR DEUS.
Espíritos todos somos
Porque dispomos
Do Sentido da Vida Eterna.
Tudo existe
E na vida persiste
Apenas se renovando
E sempre mudando
A Face dos Universos.
Tudo permanece
Porque sempre investe
Numa Permanência
Em qualquer existência
Sempre esteja.
A Eternidade é Eterna
E através dela
Todos nós evoluímos.
“Dessas tristezas sem fundo,
sem origens prolongadas,
sem saudades deste mundo,
sem noites, sem alvoradas.”
Cruz e Sousa – poeta brasileiro (1861-1898).
Tudo tem a glória
De uma Vida Constante
Que vai adiante
Acompanhando os Grandes Astros
Que deixam os seus rastros
Para os próximos caminhantes.
“Junto aos mortos, por certo, a fé ardente
Não perde a sua viva claridade;
Cantam as aves do céu na intimidade
Do coração o mais indiferente.”
Cruz e Sousa – poeta brasileiro (1861-1898).