A ESTADIA DO IMPERADOR D. PEDRO II NA MINA DE MORRO VELHO...

Por Fábio Martins Dias | 14/02/2013 | História

A viagem do Imperador D. Pedro II no arraial de Congonhas de Sabará em três de Abril de 1881, atual cidade de Nova Lima, é proposta para análise neste  trabalho. A figura do Ilustre viajante à Mina de Morro Velho simbolizou para aquela sociedade um espetáculo público. O personagem principal apresenta duas faces: em primeiro lugar, configura-se no imperador D. Pedro II que governou o Brasil por quase meio século; e o segundo, aparece como Pedro de d’Acântara, um rapaz ávido pelas ciências e pelas letras, um mero cidadão e que detestava os aparatos do poder.

A história da Mina do Morro Velho e do arraial de Congonhas de Sabará é datada a partir da chegada das bandeiras paulistas no começo do século XVII. A busca por metais preciosos e indígenas para a escravidão foi determinante para a consolidação da Vila e da Mina de Morro Velho. Separado por três subitens, o primeiro capitulo desse trabalho busca revelar as primeiras explorações na Mina de Morro Velho, as principais características dos seus moradores, a entrada do capital estrangeiro Inglês e as classes sociais que a construíram.

O fascínio do homem por metais preciosos desde tempos primitivos trouxe muita riqueza e também guerras e conquistas para o território mineiro. No primeiro subitem, pretende-se mostrar os primeiros bandeirantes que chegaram à região de Congonhas de Sabará, bem como as arcaicas formas de exploração do ouro nos séculos XVIII e começo do XIX.

A diplomacia inglesa é destaque no segundo subitem desse capítulo. O Bloqueio Continental instaurado na França por Napoleão, a fuga da Corte para o Brasil e a sua independência, são fatos que se caracterizam pela influencia e a ajuda britânica. Nesse contexto, o Brasil possibilita a entrada do capital estrangeiro instaurado nas regiões auríferas de Minas Gerais, na qual várias Companhias comissionam minas de ouro. A Companhia de Mineração Saint John d’EL Rey Mining Company Limited foi uma das primeiras Companhias inglesas a explorar a região aurífera da Província de Minas Gerais. No ano de 1834 adquiriu a propriedade da Mina do Morro Velho, a qual já estava sob a direção de outra Companhia Inglesa, a Congo Soco. Em sua direção, a Companhia inglesa Saint Jonh coordenou a exploração mineratória local por mais de 120 anos. Entre altas produções e desastres, a Companhia sobreviveu e ainda recebeu durantes esses anos vários viajantes, entre eles, em 1881, o Imperador D. Pedro II.

A última parte do primeiro capítulo relata as classes sociais que compunham o Arraial de Congonhas de Sabará, constituído próximo à Mineração. Entre estes, encontravam-se ingleses, brasileiros e cativos, sendo que suas relações eram distintas e poucos tinham privilégios. A Mina de Morro Velho foi responsável pela urbanização de Congonhas de Sabará, que em seus quase 300 anos de existência teve vários nomes e atualmente chama-se Nova Lima. 

            O segundo capítulo desse trabalho busca caracterizar a sociedade de corte na Europa e seus reflexos no Império Brasileiro. Como autoridade social e formadora de comportamento, a sociedade de corte se desenvolveu na França e teve grande influência na corte Portuguesa e, posteriormente, no governo de D. Pedro II. O poder de cura que representava a figura do Imperador em tempos medievais é revelado nesse trabalho, sendo que, no Brasil, sua adoração estava ligada ao catolicismo. No subitem seguinte trata-se o espetáculo da realeza no governo de D. Pedro II. Em seus quase cinqüenta anos de governo, a pompa nas festas cerimoniais, a qual era detestada pelo monarca, acompanhava o estilo de vida da corte e representava a construção de uma imagem patriótica da realeza.

            No segundo capítulo procura-se ainda traçar o contexto histórico que atravessava o Império, o qual se dá um recorte temporal desse trabalho. O Manifesto Republicano e a Abolição da escravidão são fatos que cristalizaram as insatisfações com relação ao governo de D. Pedro II. No entanto, o regime monárquico sofreu grande pressão em seu governo e, conseqüentemente, culminou em 1888 com a abolição da escravidão e a Proclamação da Republica no ano seguinte. Por fim, no ultimo subitem desse capítulo, busca-se traçar uma breve história da imprensa brasileira e revelar como o historiador deve se debruçar diante das fontes históricas que são utilizadas nesse trabalho.

            Ao longo do ultimo capitulo, busca-se trabalhar com as fontes que revelam a estadia do imperador na Mina de Morro Velho. Entre o Diário do Imperador, viajantes estrangeiros e os periódicos que fizeram a cobertura da corte pela Província de Minas Gerais, serão pesquisadas as representação feitas por aqueles que esperavam e participaram da sua visita à Mina de Morro Velho. Investigou-se também como aconteceram as cerimônias de recepção ao monarca, além dos preparativos para a estadia do itinerante Imperador no arraial de Congonhas de Sabará.   

Artigo completo: