A ESCRITA: CONSTRUÇÃO E EVOLUÇÃO NO TEMPO
Por Luciel Medeiros | 22/06/2009 | FilosofiaA escrita desde a sua gênese surge do esforço humano para
consolidar sua comunicação e seus registros. O longo processo de evolução da
mesma revela sua construção no tempo a partir das civilizações antigas que
atribuíam seus textos a finalidade diversas: registros comerciais e, sobretudo,
culturais. Nesse processo de evolução durante a Idade Média, assim como o
acesso ao conhecimento, a escrita esteve vinculada aos interesses religiosos e
políticos da época. Com o surgimento da imprensa, o acesso a informação
difundiu-se rapidamente, e, como conseqüência, a revolução industrial tornou
esse acesso disponível em escala mundial. Atualmente, uma nova forma de escrita
desvenda-se a partir do avanço tecnológico, ou seja, a escrita virtual.
Portanto, a escrita hoje abrange os mais variados meios de acesso a cultura. E
nesse sentido, ela passa por um processo revolucionário por abranger pela
primeira vez em simultâneo, um conjunto de mutações que até agora tinha
ocorrido em separado.
Palavras Chave: Escrita, Mutações, Conhecimento, Escrita Virtual.
1.INTRODUÇÃO
A humanidade evolui através da passagem do conhecimento de geração para geração e a escrita permite que o homem registre tudo e com o advento da escrita eletrônica e os recentes avanços da tecnologia, nós podemos nos comunicar mais, de forma mais simples e com velocidade cada vez maior por todo o planeta.Das enciclopédias aos quadrinhos, usando meios que vão do CD Rom aos jornais, o mundo moderno produz um fluxo interminável de informação por escrito.A biblioteca de Washington[1] nos Estados Unidos é a maior do mundo.Seu acervo inclui cerca de cento e trinta milhões de publicações de todo o tipo, sendo cinqüenta e oito milhões de livros impressos.
O jornal mais lido do mundo o Yomiuri Shimbun[2] de Tóquio, tem uma tiragem diária de mais de quatorze milhões de exemplares.O ato da Escrita é uma conquista pessoal de cada ser humano.Desde tempos imemoriais, as palavras permitem que injustiças sejam denunciadas e desta forma garantem o cumprimento do direito.Basta que alguém pegue uma caneta, afinal, a palavra é mais poderosa do que a espada.A escrita também está na base da legislação, nos contratos, tratados e acordo de cooperação internacional.Ela é uma ferramenta valiosa para o processo de desenvolvimento.A função primária das escolas é ensinar a ler e a escrever.Foram as escolas que contribuíram para formar os homens e mulheres da atualidade, mais ainda sim, o mundo padece com aproximadamente um quinto de sua população no analfabetismo.Aí, encontra-se o grande desafio para o Séc. XXI:Ensinar todos os seres humanos a escrever.
A escrita faz de tal modo parte da nossa civilização que poderia servir de definição dela própria.A história da humanidade se divide em duas imensas eras: antes e a partir da escrita.Talvez venha o dia de uma terceira era que será: depois da escrita.
Neste pequeno ensaio, iremos passar pelas maiores transformações que o advento da escrita percorreu e qual foi a sua importância no desenvolvimento da humanidade, como instrumento de difusão das culturas e do saber.Vamos a ela.
4. DESENVOLVIMENTO
4.1 Desenhos e caracteres
Será que as pinturas feitas por nossos antepassados há quinze mil anos nas cavernas, foram às primeiras tentativas de criar uma escrita? Há quem diga que tais desenhos eram feitos pelos primitivos para informar aos seus descendentes sobre o comportamento dos animais da região de onde viviam.Diante de sua necessidade de um meio de expressão permanente, o homem primitivo recorreu a engenhosos arranjos de objetos simbólicos ou a sinais materiais, nos, entalhes e desenhos (HIGOUNET, 2004, p. 9).O processo da escrita nesse sentido, se forma como um atividade incessante da curiosidade humana.
O primeiro obstáculo à curiosidade foi a tradição segundo a qual ela é perigosa. A mitologia está cheia de castigos divinos impostos aos que desejam saber além da conta; e na Bíblia lê-se "quem aumenta o conhecimento, aumenta o sofrimento" (ECLESIASTE, 1:18).Até mesmo o jovial bastardo cosmopolita que a Europa contemporânea elegeu seu herói, Erasmo de Roterdã, o inimigo de qualquer dogmatismo e guerra, insistiu em que a curiosidade devia ser limitada à elite e que não deveriam permitir que ela viesse a contaminar "as mulheres tagarelas" (ZELDIN, 2008, p. 231). Devido à curiosidade a pintura e a escrita estabeleceram pontos em comum: ambas servem para se comunicar.Mais as pinturas são formadas por elementos muito mais complexos.
Enquanto o processo da escrita ainda está em sua gênese, ela é caracterizada pela engenhosidade da representação do processo articulado, mediante a fixação de objetos gráficos que identificam um modo peculiar de uma determinada região e o processo mais cabível de se obter a caça como fator essencial e de necessidade imediata na pré-história.Nesse sentido, considerando que a quantidade de objetos representativos eram extremamente limitados e levantando a idéia que o processo das frases é por vezes infinita, nossos ancestrais utilizavam da engenhosidade da junção de objetos para a representação de uma única figura, dependente da maior parte de seu tempo de rébus*[3].
Desse modo, a escrita não é apenas um procedimento destinado a fixar a palavra, um meio de expressão permanente, mas também dá acesso direto ao mundo das idéias, reproduz bem a linguagem articulada, permite ainda apreender o pensamento a fazê-lo atravessar o espaço e o tempo.É o fato social que está na própria base da nossa civilização.Por isso a história da escrita se identifica com a história dos avanças do espírito humano (HIGOUNET, 2004, p. 10).
A escrita foi criada de formas independentes em três locais diferentes: primeiro na região da Suméria, onde atualmente encontra-se o Iraque.Os sumérios já escreviam em placasde barro a cerca de 5.500 anos a.C.Chama-se cuneiforme a designação geral dada a certos tipos de escrita feitas com o auxílio de glifos em formato de cunha.Inventada pelos sumérios para registros permanentes, a escrita cuneiforme foi adaptada pelos acadianos, babilônios, elamitas, hititas e assírios; adaptada para escrever seus próprios idiomas, foi extremamente usada também na Mesopotâmia durante aproximadamente três mil anos.
Mas tarde, a mais de 3.500 anos, a escrita apareceu na China sob forma dos pictogramas.As origens da escrita chinesa permanecem obscuras.Os mais antigos documentos conhecidos diferem apenas externamente da escrita chinesa do séc. XX, e datam aproximadamente do terceiro e segundo milênio antes de cristo, oráculos escritos em ossos de animais e carapaças de tartaruga.
Por fim, acerca de 2.500 anos, os Maias na América Pré-colombiana desenvolveram seu próprio sistema de escrita.A escrita Maia, também vulgarmente chamada de hieróglifos maias, era o sistema de escrita antigo mesoamericano já decifrado.O mesmo perdurou até pouco depois da chegada dos conquistadores espanhóis no século XVI.
Em todas essas culturas onde apareceu à escrita, sempre existem lendas que associam esse aparecimento aos deuses. A escrita nesse sentido, não aparece como uma invenção humana mais como um presente de algo vindo dos céus.Mais isso, vai depender da cultura, o domínio da escrita e a atribuição da mesma aos deuses. No Egito antigo por exemplo, Pav era o Deus dos escribas que deu a escrita a humanidade, já no México entre os Astecas, foi a serpente cromada Ketçacrout que deu o dom da escrita aos homens e na China a deusa Avon foi quem deu a escrita, com tudo isso, a impressão que fica é que esses povos consideravam a escrita como algo tão maravilhoso que achavam impossível acreditar que eles mesmos pudessem ter inventado aquilo.De certa forma, a humanidade estava experimentado um novo tipo de se associar, mediante a perpetuação da cultura acumulada para escrita e nesse sentido, o movimento contínuo para o progresso dele mesmo.
Passado o estágio inicial do desenvolvimento da escrita, a humanidade experimenta os novos procedimentos que a grafia pode proporcionar mediante a firmação e perpetuação do ato de escrever e com isto, o desenvolvimento dos povos que prematuramente a dominaram.
O povo que promoveu a simplificação definitiva da escrita foram os práticos fenícios.Marinheiros e mercadores que cruzavam o mediterrâneo carregando os mais variados tipos de produtos, os fenícios não tinham tempo para gravar símbolos no barro, desta forma, criaram um sistema muito simples com apenas vinte dois caracteres. As vinte duas consoantes que são usadas até hoje.
Os Fenícios eram pessoas singulares que por sua forma social,constantemente procuravam maneiras de negociar e comercializar. O que eles precisavam era um sistema simples de escrita para manter os inventários, contabilidade, taxações de venda, e outras atividades comerciais. O alfabeto fenício clássico manteve as vinte e duas letras do alfabeto arcaico.As formas dessas letras gravadas são apenas um pouco mais angulosas e mais delgadas que antes.Além disso, uma escrita cursiva, traçada a tinta em argila ou papiro, aparece no século V a.C., ao lado da escrita das inscrições, com caracteres mais flexíveis, mais alongados e traçados continuamente.(HIGOUNET, 2004, p. 68).
Por fim, por volta do ano 800 antes de cristo os gregos aperfeiçoaram o sistema criando as vogais.Assim nasceu o Alfabeto, palavra formada pelo nome da primeira vogal alpha e da primeira consoante beta.Essa forma nova de escrita mais flexível e sutil era capaz de registrar com mais fidelidade os pensamentos dos filósofos.
Enquanto a escrita era ideográfica, poucas pessoas sabiam ler e principalmente ler bem, mais quando a escrita alfabética surgiu na Grécia e mais tarde transmitida aos romanos, parcelas maiores tiveram acesso à escrita e essa foi a grande revolução trazida pelo alfabeto.
4.2 DOS MONGES A IMPRENSA: A escrita medieval
Durante muito tempo, o domínio da leitura e da escrita ficou restrito aos monges.Sem refazer aqui toda a história do processo da escrita medieval, convém antes recordar que sua confecção e circulação são sempre cercadas por múltiplos obstáculos que lhes tornaram difícil o acesso.
Os monges e a igreja católica da Europa tiveram uma função muito importante.Depois da queda do Império Romano, os índices de analfabetismo cresceram vertiginosamente e a escrita só foi preservada nos primórdios da idade média, porque a igreja resolveu manter sub sua guarda a cultura escrita nos aspectos que lhe era conveniente.Eles fizeram isso até os anos finais da idade média quando voltou a crescer o número de pessoas alfabetizadas.
Com a escrita carolíngia, começa no século IX a história da escrita latina medieval moderna.As escritas da Idade Média, mesmo a escrita "gótica", conservaram a forma e o ducto da "minúscula" carolíngia, da qual eram variantes.O caractere que serve hoje para imprimir o texto dos livros, a "caixa baixa", é a reprodução, por intermédio da escrita humanística do século XV, da minúscula do século IX.A escrita carolíngia é, portanto, de todas as escritas latinas, o mais universal, e que tem para nós o interesse mais atual. (HIGOUNET, 2004, p. 127)
Na realidade, o fator principal do elevado preço dos livros era o custo da cópia.Os bons copistas eram raros.No final da Idade Média, os scriptória[4] monásticos haviam perdido o essencial de sua importância e a maior parte dos escribas seriam, doravante, artesãos profissionais que se encontravam principalmente em grandes cidades, especialmente aqueles que abrigavam uma clientela importante, quer dizer, as capitais da nobreza e as cidades universitárias.
Nas cidades universitárias, onde mestres e estudantes tinham necessidade de muitos livros, mas dispunham de limitados recursos financeiros, procurou-se reduzir a um mínimo o preço de revenda dos livros: pequenos formatos, linhas apertadas, escrita mais cursiva, multiplicação das abreviaturas permitiam economizar o pergaminho de papel, sempre ganhando um pouco de tempo na cópia.A adoção do sistema de pecia[5], que acelerava a rotação dos exemplares a serem reproduzidos, permitia igualmente melhorar a produtividade dos escribas, sempre preservando a qualidade dos textos postos em circulação. (VERGER, 1999, p. 01-02)
O número de scriptória cresceu no século IX, com o desenvolvimento do Renascimento carolíngio, e é sempre desses estúdios de mosteiros e igrejas que saíram os numerosíssimos manuscritos, nos gêneros agora mais variados e que ilustram a história da escrita.A geografia desses centros de cópia é um capítulo dessa história, assim como a geografia da atividade intelectual e artística da Europa carolíngia.
A propagação da escrita carolíngia para além dos limites da Europa franca do século X ao século XII é um fenômeno que também ultrapassa o estreito terreno da paleografia para se articular aos grandes movimentos da história política religiosa. (HIGOUNET, 2004, p. 129-132)
A ignorância e a impossibilidade daqueles povos deixaram uma grande lacuna para culturas posteriores, por não permitir um maior avanço no campo das ciências.Se tivéssemos dado impulso e aceleração aos valores adquiridos na antiguidade, poderíamos hoje, estar muito mais avançados no trato as ciências fundamentais para a humanidade, por estarmos preparados e dotados de conhecimento o suficiente para angariar novas perspectivas que ainda buscamos nos dias de hoje.
4.3O surgimento da imprensa e a mecanização do comércio literário
No séc. XV surgiu uma invenção que ia revolucionar a história da civilização ocidental: A imprensa.Mais essa invenção não teria o mesmo impacto sem um produto trazido da China na mesma época que foi o papel.Na verdade tanto a imprensa quanto o papel surgiram na China, a tipografia móvel foi criada lá, assim como as noções sobre a fabricação do papel.Os chineses tentaram manter em segredo a técnica para a fabricação do papel, mais ela acabou vazando e gradualmente foi sendo transmitida para o ocidente.É possível acompanhar esse avanço de fabrico do papel para o ocidente que na idade média as técnicas para se fazer o papel já haviam chegado à Europa.
A invenção da imprensa, ou, para ser mais exato, da impressão com "tipos[6]" móveis de metal inicialmente gravados, depois fundidos, foi uma data capital na história da escrita, pois ela fez nascer à grafia mecânica que permitiu a reprodução quase ilimitada de letras sempre idênticas a si mesmas e fixou esses caracteres em categorias de base que não mudaram desde então. (HIGOUNET, 2004, p. 159)
Diversos gráficos contribuíram para aperfeiçoar a tipografia, criando o tipógrafo móvel, que era uma peça inicialmente de madeira e bem mais tarde em metal onde era gravado uma letra do alfabeto.Mais o nome de Gutemberg entrou para a história pois, foi ele o primeiro a mecanizar esse processo.
Um prelo[7], em condições normais de funcionamento, exigia cerca de três resmas por dia.Em poucos anos, os fabricantes de papel devem produzir no mínimo mil resmas diárias para suprir a nova demanda, entendendo-se por resma, na época, 20 mãos de folhas.Fornecer papel a impressores de livros passa a ser um dos negócios mais lucrativos a que alguém pudesse se dedicar.Na medida em que a tipografia se desenvolve e devora mais e mais papel, os fabricantes desta mercadoria passam a se interessar pela impressão de livros, e não foram raros os casos de papeleiros que se tornaram impressores.
A multiplicação dos livros criou imediatamente umproblema para um grupo profissional, a dos bibliotecários, embora seja óbvio que eles se tornaram ainda mais indispensáveis.Em 1745 uma das principais bibliotecas européias, a do Vaticano, abrigava apenas 2.500 volumes.No inicio do século XVII a Bodleian Livrary de Orxford tinha 8.700 títulos, e a biblioteca imperial de Viena, 10 mil.Em meados do mesmo século a biblioteca de Wolfenduttel abrigava 28 mil volumes, enquanto a Ambrosiana de Milão tinha 46 mil (sem contar os manuscritos).Em meados do século XVII um cidadão de Londres, Sir Hans Slone, havia acumulado 50 mil volumes. Foi preciso construir prédios enormes para abrigar tantos livros os quais, por sua vez exigiram financiamentos. (BURKE, 2002, p. 04)
A igreja via isso como uma ameaça a seu poder e uma perigosa heresia, um século depois da invenção da imprensa, criou o Imprimatu[8] ou a autorização para imprimir textos.Por outro lado, a igreja também divulgou sua primeira lista de livros proibidos que foi o Index Librorum Prohibitorum[9] que foi adotada pelos protestantes e pelos governantes da Europa que ocasionou o primeiro sistema de censura existente.
4.41 8 7 3: Surge a primeira máquina de escrever
O custo da produção de livros caiu e a escrita se modificou, mais ainda sim, a maior parte das pessoas continuavam escrevendo manualmente.Na altura do séc. XVIII, havia novas classes de pessoas aprendendo a escrever como os comerciantes e a aristocracia, tanto homens como mulheres e com isto, começaram a aparecer à distinção entre os diversos estilos de caligrafia segundo a categoria do escriba.Os comerciantes, por exemplo, precisavam de uma caligrafia simples e que fosse compreendida facilmente, mas já os aristocratas, se mostravam um pouco descuidados com o uso da caligrafia, já que não queriam passar a impressão de que precisavam se disciplinar para o exercício da escrita.
Ao longo de poucas décadas o mundo mudou completamente por conta da revolução industrial, pois, ela teve um impacto tremendo, principalmente na imprensa.Em primeiro lugar, ela contribuiu para mecanizar mais o processo de impressão, aumentando sua eficácia.Outra mudança trazida pela Revolução Industrial, foi a criação dos empregos, dividida entre o operariado e os cargos burocráticos.Por definição, os cargos burocráticos exigiam que a pessoa fosse alfabetizada que por conta de sua natureza, careciam de pessoas que soubessem ler, escrever e principalmente que tivessem boa caligrafia.
Em 1873 apareceram as primeiras máquinas de escrever nos escritórios.Percebeu-se que, com algumas adaptações, a máquina poderia imprimir facilmente também conjuntos de sinais gráficos, letras e números, sendo muito útil nas repartições públicas e escritórios em geral, que àquela época mais pareciam escolas de caligrafia, tamanho o número de penas e tinteiros em uso.Assim, naquele mesmo ano, Sholes lançou o seu primeiro escrevedor de tipos. Era um modelo de madeira, com porta tipos independentes, presos a hastes de metal, acionadas por arames e teclas.O teclado foi disposto de modo que as hastes não se prendessem umas às outras.Por isso, as letras que mais aparecem juntas, em inglês, foram colocadas longe.Mesmo assim, as hastes embolavam constantemente, por mais devagar que se escrevesse. (ATANES, 1989, p. 02).
Remington Nº2, 1878. O primeiro modelo a ser comercializado em larga escala[10].
No final do século XVIII, ao apagar das luzes[11], surge a Fourdrinier[12], a poderosa máquina de produção contínua, que abriria a era do fabrico em grande escala do papel.Este poderoso avanço tecnológico viria desafogar – não totalmente, devido à escassez de trapos – o enorme crescimento da demanda que já vinha se fazendo sentir ao longo do século XVIII e que se acentuaria vertiginosamente desde os primeiros decênios do século XIX, quando as edições ganhariam extraordinário impulso com o apadrinhamento do romance[13] pela burguesia.O fantástico sucesso de algumas edições, como a do Corsário, de Lord Byron, que vendeu dez mil exemplares já no dia do lançamento, em 1814, é um dos acontecimentos que contribui para caracterizar o bom literário e livreiro.Foi nos jornais e nas revistas do século XIX, aliás, que os primeiros romances seriam publicados em folhetins, a partir de 1836, estreando com La Veille Fille, de Balzac. (CAMPOS, 1994, p. 02).
No ano de 1860, as fibras de tecidos foram gradativamente substituídas pela madeira e as fabricas de papel se espalhavam por toda a parte.A circulação dos jornais chegava a centenas de milhares de exemplares.Já no século 20, a imprensa começou a usar quantidades cada vez maiores de papel e desta forma, houve uma democratização da literatura que saiu da escala regional para a escala global.
4.5A escrita digital no mundo contemporâneo
Com o desenvolvimento dos meios de comunicação, assistimos hoje as mais variadas formas de se obter a informação e desta forma, uma quantidade infinita dos meios que a divulgam.Nessa perspectiva, os meios da escrita que existia no passado não atendem mais aos anseios do mundo contemporâneo.Cria-se então a multiplicidade dos meios tecnológicos, minando assim, as formas de escrita tradicional como a conhecíamos no passado.
O desenvolvimento espetacular das novas tecnologias da informação e comunicação na última década e meia provocaram uma diversidade de reflexões e de acesas controvérsias sobre o futuro da edição tal como a tínhamos conhecido e, em particular, sobre o destino do livro impresso, a quem se vaticinou, com persistente regularidade, a morte ou o desaparecimento, substituindo que seria por novas formas e técnicas de produção, reprodução e difusão de conteúdos. (FURTADO, 2003, p. 1)
Nessa medida, surgem diversas investigações sobre que formas concretas dos objetos culturais dos textos impressos e qual seriam a vinculação ao plano estético do texto tal qual nos o conhecemos.Se considerarmos que nunca em nenhum período da história, a escrita esteve subordinada as mais variados mecanismos tecnológicos da informação, seremos desta forma, acessíveis aos novos parâmetros tecnológicos que o progresso da humanidade nos proporcionou com a difusão da tecnologia e os meios de se obter informação através dela.
O próprio José Afonso Furtado faz uma alusão que Roger Chartier traz acerca do momento em que estamos vivendo um novo tempo no que se trata na gama de informações que se obtém através da atrativa tecnológica disponível:
Roger Chartier tem sublinhado que, muito embora situações aparentemente semelhantes sejam recorrentes na história do livro e dos meios de comunicação, o momento em que nos encontramos configura uma "revolução" mais radical do que todas as anteriores por abranger, pela primeira vez em simultâneo, um conjunto de mutações que até agora tinham ocorrido em separado.[14]
Nesse sentido, fica claro que Chartier atribui que nosso período, passa por uma revolução tecnológica que em todas as épocas anteriores não se verificou tal característica. A abrangência dessas novas formas de tecnologia abriu as portas para abranger desde os caracteres rupestres serem visto de forma digital, como também, o desapego ao produto escrito material, sendo substituindo gradativamente pelo digital.
Desse modo, muitas das categorias com que temos lidado, captado, entendido e apropriado da cultura escrita estão a alterar-se: assistimos a mudanças nas técnicas de reprodução do texto, na forma ou veículo do texto e ainda nas práticas de leitura.Esta situação nunca tinha ocorrido anteriormente.A invenção do códice[15] no Ocidente não modificou os meios de reprodução dos textos ou dos manuscritos. A invenção de Gutemberg não modificou a forma do livro.As revoluções nas práticas de leitura ocorreram no contexto de uma certa estabilidade quer nas técnicas de reprodução dos textos quer na forma e materialidade do objeto.Ora, hoje estas três revoluções – técnica, morfológica e material – estão perfeitamente interligadas.Assim, nestes últimos anos, temos vindo a assistir ao aparecimento de livros em versão digital, de editores eletrônicos, de livrarias virtuais, de obras de referência e bases de dados textuais online[16], de obras hipertextuais e de dispositivos de leitura de livros eletrônicos. (FURTADO, 2003, p. 1)
Antes de tecermos os processos da cultura digital como a temos hoje, convém preliminarmente fazer desde logo, uma análise das rupturas que ocorrem no processo da escrita que acompanharam a humanidade em determinados períodos. A primeira dessas rupturas refere-se à ordem dos discursos.Na cultura impressa, como a conhecemos, essa ordem se estabelece a partir da relação entre tipos de objetos (os livros, o diário, a revista), categorias de textos e formas de leitura.Tal vinculação está arraigada a uma história de longa duração da cultura escrita e provém da sedimentação de três inovações fundamentais:em primeiro lugar, entre os séculos II e IV, a difusão de um novo tipo de livro, que ainda é o nosso, isto é, olivro composto de folhas e páginas reunidas dentro de uma mesma encadernação que chamamos códex e que substitui os rolos da Antiguidade grega e romana; em segundo, no final da Idade Média, nos séculos XIV e XV, o aparecimento do "livro unitário", ou seja, a presença, dentro de um mesmo livro manuscrito, de obras compostas em língua vulgar por único autor, enquanto antes essa lista caracterizavam apenas as autoridades canônicas antigas e cristãs e as obras em latim; e, finalmente, no século XV, a invenção da imprensa, que continua sendo até agora a técnica mais utilizada para a reprodução do escrito e a produção de livros.
Somos herdeiros dessa história tanto para a definição do livro, isto é, ao mesmo tempo um objeto material e uma obra intelectual ou estética identificada pelo nome de seu autor, como para a percepção da cultura escrita e impressa que se baseia em diferenças imediatamente visíveis entre os objetos (cartas, documentos, diários, livros, etc.). (CHARTIER, 2002, p. 22)
É essa ordem dos discursos que se transforma profundamente com a textualidade eletrônica.É agora um único aparelho, o computador, que faz surgir diante do leitor os diversos tipos de textos tradicionalmente distribuídos entre objetivos diferentes.Todos os textos, sejam eles de qualquer gênero, são lidos em um mesmo suporte (a tela do computador) e nas mesmas formas (geralmente as que são definidas pelo leitor).Cria-se assim uma continuidade que não mais diferencia os diversos discursos a partir de sua própria materialidade.Surge desta forma uma primeira inquietação ou confusão dos leitores, que devem enfrentar o desaparecimento dos critérios imediatos, visíveis, materiais, que lhes permitiam distinguir, classificar e hierarquizar os discursos.
O que torna mais difícil, contudo, é a percepção da obra como obra.A leitura diante da tela é geralmente descontínua, e busca, a partir de palavras-chave ou rubricas temáticas, o fragmento textual do qual quer apoderar-se (um artigo em um periódico, um capítulo em um livro, uma informação em um web site[17]), sem que necessariamente sejam percebidas a identidade e a coerência da totalidade textual que contém esse elemento. Num certo sentido, no mundo digital todas as entidades textuais são como bancos de dados que procuram fragmentos cuja leitura absolutamente não supõe a compreensão ou percepção das obras em sua identidade singular. (CHARTIER, 2002, p. 23)
Desta forma, a ordem dos discursos, o mundo eletrônico provoca uma tríplice ruptura:ela propõe uma nova técnica de difusão da escrita, incita uma nova relação com os textos, impõe-lhes uma nova forma de inscrição.A originalidade e a importância da revolução digital apóiam-se no fato de obrigar o leitor contemporâneo a abandonar todas as heranças que o acompanharam durante toda a sua vida passada, pois, o mundo eletrônico não mais utiliza a imprensa, ignora de certa forma o "livro unitário" e está alheio à materialidade do códex.É ao mesmo tempo uma revolução da modalidade técnica da produção do escrito, uma revolução da percepção das entidades textuais e uma revolução das estruturas e formas mais fundamentais dos suportes da cultura escrita.
Com efeito, se vem propondo um novo conceito de valor que se torna indispensável pelo novo paradigma da conectividade universal criado pela Internet e pela expansão do digital, pois essa cadeia já não pode apenas centrar-se nos elementos tangíveis que contribuem para a realização de um produto valioso, devendo agora integrar igualmente a cadeia de valor da informação.Essa atitude em dado momento obriga a ter em atenção diversos elementos-chave que formam o novo processo de valor acrescentando, por exemplo, o conteúdo que foi selecionado para publicação, a produção e o processo lingüístico, a agregação relevante de obras, o modo como os consumidores podem encontrar a informação que procuram, e, qual a autoridade que está a produzir essa informação.
Torna-se indispensável que dessa nova cadeia de valor façam parte, entre o autor e o leitor, pontos como a Seleção, o Acesso, a Agregação, o Desenvolvimento, a Navegação e a Autoridade.Poderia dizer-se, com razão, que algumas destas atividades sempre fizeram parte das preocupações das casas editoriais.No entanto, se pensar o modo como o ambiente de rede está a mudar as regras do jogo, facilmente os tradicionais constrangimentos físicos faz com que, em muitos casos, o inventário se torne agora virtual o que, por exemplo, a edição seja já de algum modo possível para quase todos, em virtude das barreiras à entrada – isto é, os investimentos exigidos para a produção e distribuição do inventário físico – pura e simplesmente desaparecem.Esse mesmo ambiente permite ainda que os autores ignorem os canais habituais e "publiquem" suas obras via web o que, podendo diminuir a importância da seleção no início do processo, implica em contrapartida um acréscimo do valor da navegação e da autoridade no final da cadeia. (BIDE, apud, FURDADO, 2003, p. 03)
Por outro lado, e como conseqüência, o leitor pode comprovar a validade de qualquer demonstração consultando pessoalmente os textos (mas também as imagens, as palavras gravadas ou composições musicais) que são objeto da análise se, evidentemente, estiverem acessíveis numa forma digitalizada.Tal possibilidade modifica profundamente as técnicas clássicas da prova (notas de rodapé, menções, referências), que pressupunham a confiança do leitor no autor, não podendo aquele colocar-se no lugar deste diante dos documentos analisados e utilizados. (CHARTIER, 2003, p. 24-25)
Desde modo, o processo revolucionário que a textualidade digital, constitui também uma mutação do conhecimento que transforma as modalidades de construção como se concebia anteriormente, quando não existia um processo de escrita digital e agora abre o crédito para novos discursos no ramo da nova temporalidade da escrita.
Considera-se também o fator de registro ligado ao mundo contemporâneo no que se refere às propriedades intelectuais do texto exposto de modo eletrônico.Chartier faz uma breve observação acerca do modo jurídico implantado pela difusão do sistema eletrônico:
Um terceiro registro de mutações ligadas ao mundo eletrônico refere-se ao que chamamos de a ordem das propriedades, tanto em um sentido jurídico – o que fundamenta a propriedade literária e o copyright[18] – quanto em um sentido textual – o que define as características ou propriedades dos textos.O texto eletrônico, tal qual o conhecemos, é um texto móvel, maleável, aberto.O leitor pode intervir em seu próprio conteúdo e não somente nos espaços deixados em branco pela composição tipográfica.Pode deslocar recortar, estender, recompor as unidades textuais das quais se apodera. [19]
Deste modo, fica evidente a mobilidade que o autor de um texto publicado de forma eletrônica, pode fazer processos de edição, monitoramento e inserção de novas correntes de pensamento dentro de uma obra já publicada.Se por um lado o aspecto físico fica completamente comprometido com esse novo modelo de distribuição editorial, por outro, ela facilita a mobilidade e edição textual, promove uma democratização da leitura nas mais diversas camadas sociais, insere no mundo virtual textos relevantes ao conhecimento científico como também promove uma nova modalidade de se obter os meios literários pelo acesso a internet.
Fala-se do desaparecimento do livro.Porém, os últimos diagnósticos em torno do texto escrito remetem a uma outra realidade e expressa a confiança na sobrevivência do livro diante dos novos meios de comunicação:o cinema, o disco, a televisão.Podemos sustentar hoje essa certeza? Colocar a questão dessa maneira talvez não designe de forma adequada a realidade de nosso presente caracterizado por uma nova técnica e forma de inscrição, difusão e apropriação dos textos, já que as telas do presente não ignoram a cultura escrita, mas a transmitem.
Ainda não sabemos, contudo, muito bem como essa nova modalidade de leitura transforma a relação dos leitores com o escrito.Sabemos que a leitura do rolo da Antiguidade era uma leitura contínua, que mobilizava o corpo inteiro, que não permitia ao leitor escrever enquanto lia.Sabemos que o códex manuscrito ou impresso, permitiu gestos inéditos (folhear o livro, citar trechos com precisão, estabelecer índices) e favoreceu uma leitura fragmentada, mas que sempre percebia a totalidade da obra, identificada por sua própria materialidade.
5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que teria sido da história da humanidade sem a escrita e consequentemente o desenvolvimento do alfabeto?A sociedade humana, o mundo e o ser humano como um todo estão contidos no alfabeto. Todas as ciências têm o seu fundamento nele, de maneira imperceptível mais bastante verdadeira.O alfabeto é a grande fonte de difusão da informação.
Na vida cotidiana fica impossível compreender um contrato, defender os seus direitos ou até mesmo decifrar um manual de instruções se você não domina a escrita.Quando uma pessoa aprende a escrever, ela pode compreender o universo e ter acesso à informação e cumprir o seu papel numa sociedade democrática.Com isso, a escrita é fundamental, pois se você não sabe ler e escrever ficará em larga desvantagem.O dinheiro de certa forma não ajuda a crescer, pois, você precisa ler a herança que os outros deixaram.Demóstenes, Sócrates, Rousseau, a lista inclui todos e ao se analisar o legado deixado por esses (e outros) escritores, mostra que a escrita trouxe uma grande libertação, pois ela permite que você tenha acesso ao mundo dos sonhos, da criação, do pensamento e da fraternidade.Sendo assim, devemos lutar pela sua perpetuação.
No final do século XX, a produção em larga escala baixou os preços dos livros, transformando-os num produto de consumo de massa.Livros, jornais e revistas se tornaram instrumentos de lazer, mesmo enfrentando a concorrência acirrada da televisão presente em quase todos os lares.Existem bibliotecas por toda a parte e elas atraem adultos e crianças interessadas na leitura e talvez essas pessoas estejam lendo de forma diferenciada mais com certeza, ainda se lê bastante.Acreditamos ser uma piada que a escrita está com seus dias contados.
A escrita vai sobreviver por causa da sua utilidade, pois, graças a ela, culturas desaparecidas, continuam vivas por muitos anos na nossa memória e o conhecimento pode ser passado de geração em geração.Ela não está em declínio de maneira alguma pelo contrário, ela é cada vez mais usada e paralelamente a isso, temos uma necessidade cada vez maior de codificar novos símbolos e sistemas de escrita.Se a escrita for usada para registrar as línguas e elas continuarem a existir, a nascer e a morrer, a história jamais irá parar.Assim, no futuro haverá novas linguagens para serem transcritas, novos sistemas de escrita para serem concebidos e novas versões de alfabetos que se adaptem as novas formas de linguagem.Acreditamos que a escrita não esteja em vias de desaparecer, pois ela é uma ferramenta com uma utilidade imensa; é uma das criações mais úteis da humanidade depois da linguagem em si.Nós escrevemos o tempo todo e nos dias atuais, está se escrevendo mais do que nunca e sendo assim, não cremos que a escrita vá desaparecer.
Será que a inteligência artificial, os computadores, as imagens tridimensionais e o mundo virtual poderão viver lado a lado com a escrita a mão?Assim como o surgimento da máquina de escrever não representou o fim da escrita a mão, o computador não a ameaça.Ninguém vai fazer listas de compras em seus laptops[20].Sempre vamos precisar escrever coisas a mão e as normas de boas maneiras ainda dizem que os bilhetes pessoais ficam melhores escritos a mão.O uso da escrita manual, com certeza irá continuar mais o fato é que ela tem sido cada vez menos utilizada, isso é verdade.
A escrita continua sendo a ferramenta fundamental para disseminação e desenvolvimento do conhecimento e ela também continua sendo nosso melhor instrumento de comunicação.Graças aos pictogramas dos nossos ancestrais, a humanidade espera um dia estabelecer comunicação com civilizações extraterrestres.A sonda espacial Pionner 10, lançada em 1972, irá visitar dez estrelas no próximo milhão de anos.Nela está fixada uma placa de metal, que está gravada pictogramas mostrando a posição do planeta terra e o símbolo do hidrogênio, o elemento mais encontrado no universo.Os seres humanos estão representados pelas figuras de uma mulher e de um homem com a mão erguida em sinal de paz.A quem coloque a escrita e a mídia eletrônica como rivais uma da outra mais as inovações tecnológicas, criaram novos suportes para o texto escrito.Essas transformações aumentam ainda mais a necessidade de dominar a leitura e a escrita.
No campo das imagens, elas jamais poderão substituir a escrita, pois seria impossível criar filmes ou histórias em quadrinhos sem palavras e sem roteiros.A escrita continua sendo uma ferramenta excepcional para travar contato com o mundo, pois, sem dominá-la, não e possível ter acesso a nova rede de conhecimentos que é a internet.A escrita sempre foi capaz de se adaptar aos novos suportes. O CD Rom e telas de computador, talvez venham a substituir o papel, assim como o papel um dia tomou o lugar do papiro, dos pergaminhos e das placas de barro e sem dúvida a humanidade vai seguir em frente criando novas ferramentas para a escrita.Afinal, no grande livro da vida na terra, a história do "homo escribens"[21] mal consegue preencher uma única página.
6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHARTIER, Roger. Os Desafios da Escrita, Moreto, Edt. Unesp, São Paulo/SP 2002.
FURTADO, José Afonso. Do Papel ao Pixel, livro em formato .doc, disponível no site: http://www.ciberscopio.net/artigos/tema3/cdif_05_r.html.Acesso em 02/04/2009.
HIGOUNET, Charles. História Concisa da Escrita, Edt. Parábola, 2003.
ZELDIM, Theodore. Uma história íntima da humanidade, Edt. BestBolso, título nº 054 das edições Bestbolso. Rio de Janeiro/2008;
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Artigos:
ATANES, Silvio. A Máquina de Escrever. Disponível em formato PDF no site HTTP://super.abril. com.br/ superarquivo/1989/conteudo_111729.shtml.Acesso em 28/03/2009.
BURKE, Peter. Problemas causados por Gutemberg: A explosão da informação nos primórdios da Europa moderna -, tradução de Almiro Piseta, publicado originalmente na revista Estudos Avançados (n. 44, v. 16, janeiro-abril 2002); Disponível em formato PDF no site http://www.ciberscopio.net, acesso em 13/02/2009.
CAMPOS, Arnaldo.O livro de papel, publicado originalmente com o título "A arte do Livro" em A magia do papel (Porto Alegre: Riocell / Marprom, 1994. Org. Zilá Bernd); Disponível em formato PDF no site http://www.ciberscopio.net, acesso em 13/02/2009.
VERGER, Jacques. Os livros na idade média, tradução de Carlota Boto, referente ao capítulo III da obra Homens e Saber na Idade Média (Bauru/SP: Edusc, 1999), Disponível em formato PDF no site http://www.ciberscopio.net, acesso em 13/02/2009.
[1] Citações e referências de documentos eletrônicos. Banco de dados. Disponível em: http://elpoeta.multiply.com/links/item/450/A_MAIOR_BIBLIOTECA_DO_MUNDO.Acesso em 17 de junho de 2009.
[2] Citações e referências de documentos eletrônicos. Banco de dados. Disponível em:http://www.netpapers. com/maislidospapel.cfm. Acesso em 17 de junho de 2009.
¹* Chama-se rébus a tentativa de representação dos sons da língua, sobretudo sílabas, por meio de figuras cujos nomes tenham esses sons e cuja combinação possa representar uma palavra.Por exemplo, o desenho de um Sol e o desenho de um dado para representar a palavra Soldado.(HIGOUNET, 2004, p. 13).
[4] Scriptória era a denominação utilizada para caracterizar os monges copistas responsáveis pela fabricação de livros (VERGER, 1999, p. 01-04)
[5] Sistema Pecia, é a denominação dada pelos escribas pelo uso excessivo de abreviaturas com o intuito de acelerar a fabricação de um livro. Esse processo permitia uma celeridade no processo de fabricação, como também na economia de papel.
[6] O autor se refere como Tipos, o uso separado de cada letra que fixados a uma haste de metal, fazia a impressão ordenada de acordo com que o datilógrafo almejasse escrever.
[7] O mecanismo era composto por uma alavanca que fazia pressão sobre as letras tingidas de tinta que ao entrarem em contato com o papel faziam a impressão. As imagens eram feitas em uma chapa só, como um grande carimbo. Já os textos e frases eram compostos por várias letras individuais. Dessa forma, como os textos precisavam de várias letras repetidas para a sua composição, era necessário uma coleção do mesmo tipo. Para agüentar a pressão que a máquina produzia, as peças eram feitas em metal resistente. Citações e referências de documentos eletrônicos, banco de dados. Disponível em http://www.dicionarioinformal.com.br/definicao. php?palavra=prelo&id=3439. Acesso em 22 de abril de 2009.
[8] A palavra de origem Basca refere-se à autorização da igreja católica em imprimir textos de acordo com seu consentimento. Fonte: http://translate.google.com.br/translate_t#auto|pt|Imprimatu. Acesso em 19/04/2009.
[9] O Index Librorum Prohibitorum ("Índice dos Livros Proibidos" ou "Lista dos Livros Proibidos" em português) foi uma lista de publicações proibidas pela Igreja Católica Apóstolica Romana, de "livros perniciosos" contendo ainda as regras da igreja relativamente a livros. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Index_Libro.
[10] Citações e referência de documentos eletrônicos.Banco de dados. Disponível em: http://images. google.com.br/imgres?imgurl=http://digartmedia.files.wordpress.com/2009/02/remington_n2_1878.jpg&imgrefurl=http://digartmedia.wordpress.com/2009/02/&usg=__qXxswYr9B9q_gixcIKxlSu2WYAw=&h=428&w=544&sz=92&hl=ptBR&start=11&tbnid=Xe1QnRsSUDlHWM:&tbnh=105&tbnw=133&prev=/images%3Fq%3DPrimeira%2Bm%25C3%25A1quina%2Bde%2Bescrever%2B-%2BRemington%26gbv %3D2%26hl%3Dpt-R%26 as % 3DG
[11] A alusão feita pelo autor, refere-se ao final do período europeu, designado como O Iluminismo.
[12] A Fourdrinier é considerada a primeira máquina de fabricação do papel, responsável pela fabricação do produto em larga escala. (CAMPOS, 1994, p. 01-03)
[13] Nos primeiros decênios do sec. XIX, se observa um grande incentivo na literatura com a propagação de romances, que de certa forma, favorece para a difusão crescente do fabrico do papel no atendimento a nova demanda existente. (CAMPOS, 1994, p. 02-05)
[14] CHARTIER, apud, FURTADO, José Afonso, O pixel e o pepel, Edt. Coimbra, 2003.Disponível em formato PDF no site: http://www.ciberscopiolnet/ artigos/tema3/cdif_05_r.html.Acesso em 13/02/2009.
[15] Um códice (ou codex, da palavra em latim que significa "livro", "bloco de madeira") eram os manuscritos gravados em madeira, em geral do período da era antiga tardia até a Idade Média. Manuscritos do Novo Mundo foram escritos por volta do século XVI. O códice é um avanço do rolo de pergaminho, e gradativamente substituiu este último como suporte da escrita. O códice, por sua vez, foi substituído pelo livro impresso. Citações e referências de documentos eletrônicos.Banco de dados.Disponível em: Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3dice, acesso em 05 de junho de 2009.
[16] Conectado. Quando alguém se conecta, está presente naquele exato momento em algum lugar, por exemplo: MSN, orkut, sites, fóruns, jogos, etc. Citações e referências de documentos eletrônicos.Banco de dados.Disponível em: http://www.dicionarioinformal.com.br/definicao.php?palavra =online&id=1195.Acesso em 17 de junho de 2009.
[17] A palavra site em inglês tem exatamente o mesmo significado de sítio em português, pois ambas derivam do latim situs ("lugar demarcado, local, posição") e, primariamente, designa qualquer lugar ou local delimitado (sítio arquitetônico, sítio paisagístico, sítio histórico, entre outros). No português do Brasil, a palavra sítio designa, com maior frequência, uma propriedade rural de área modesta, frequentemente usada para lazer ou lavoura.Porém, em inglês, surgiu o termo website (às vezes web site) para designar um sítio virtual, um conjunto de páginas virtualmente localizado em algum ponto da Web. Acontece que, com poucos anos de uso, o termo website ganhou a forma abreviada site, que passou a ser uma segunda acepção do termo original. Site, portanto, em inglês, passou a designar alternativamente um lugar real (no campo) ou virtual (na Web). Citações e referências de documentos eletrônicos.Banco de dados.Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Site.Acesso em 17 de junho de 2009.
[18] Direitos autorais
[19] Ibdem. p. 25
[20] Computador portátil também chamado de Notebook.
[21] Analogia feita exemplificando a evolução humana com o ato de escrever.