A ESCOLA SOB UM NOVO OLHAR
Por Lucia Magalhaes | 20/04/2010 | EducaçãoA ESCOLA SOB UM NOVO OLHAR.
Até bem pouco tempo atrás, a escola era o espaço totalmente destinado ao aprendizado e a aquisição do saber.
Hoje, com o passar dos anos a escola e a sociedade em geral vem sofrendo com o aumento da violência gerada pelas drogas que acaba por envolver nossos alunos numa teia que se sobrepõe aos ensinamentos pedagógicos.
Todavia, as drogas são o mal do momento e estão por toda parte. Imagine a seguinte situação: você é um professor de uma classe do 7º ano, e tem que lhe dar todos os dias com uma turma de mais ou menos sessenta alunos, isso no caso da escola pública. Se você não estiver bem preparado emocionalmente e capacitado para a aula que irá ministrar você não irá convencer alunos de doze e treze anos de que o aprendizado é importante para eles. São muitos os atrativos fora da escola que envolve nossos alunos. Muito deles estão e vão à escola, pelo simples fato de se encontrarem com os seus "amigos", e depois saírem dali, ou mesmo ali, estarem consumindo drogas e fazendo coisas que não fazem parte do meio escolar. Ai fica a pergunta: O que fazer a esse respeito? A quem culpar? A escola?A família?Ao estado?
Dessa forma, fica difícil qualquer trabalho pedagógico, sem que haja, uma preparação emocional e até formacional de todos os elementos que fazem parte da escola, como também, por parte da comunidade do entorno desta, e, principalmente da família que é à base de toda e qualquer sociedade. Qualquer estrutura organizacional é composta de vários atores, e, a escola, não é diferente de nenhuma delas. A questão ou a situação que se instalou nas escolas deixa bem claro que o problema das drogas acontece por falta de informação, ou até mesmo pela falta de diálogo que deixou de fazer parte da maioria das famílias.
Por essa razão, não devemos esquecer que todo o trabalho no âmbito educacional deve esta voltada para a formação do aluno como um todo, mas, a primeira educação e formação de caráter que recebemos advêm da família. A escola sozinha não dá conta do recado, como também, o estado não pode ser o único responsável. A situação exige a integração de diversos segmentos: escola, sociedade, poder público a partir de políticas públicas, profissionais de educação capacitados, etc. Sem essas estruturas, não á como paralisar o problema. Pois, apenas podemos amenizar a questão das drogas a partir de algumas medidas como projetos pedagógicos ou ações como esporte e lazer, mas, se não houver uma mobilização geral por parte da sociedade as coisas tendem a piorar.
As drogas estão se alastrando de maneira desastrosa, uma delas como a cocaína tem levado nossos jovens a cometerem verdadeiras barbaridades frente à sociedade. Tudo em "nome" do vício. Isso, afeta e tem afetado com mais ênfase os alunos, ou seja, crianças e jovens de famílias de baixa renda que estão simplesmente alçadas na escola pública. Com isso, cresce o aumento da violência, pois estes começam a praticar pequenos furtos para sustentar o vício.
Portanto, fica aqui o alerta para as escolas e a sociedade como um todo: precisamos buscar subsídios pedagógicos que dêem suporte para que a escola seja um atrativo para nossos alunos, e nós enquanto pais precisamos participar mais da vida de nossos filhos, com diálogo, amor e compreensão, e também devemos dedicar um tempo a ouvi-los e instruí-los na medida do possível. Mudar é possível, mas só acontece se houver uma parceria entre escola, família e sociedade.
Referências:
- BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. São Paulo: editora brasiliense.16ª Ed,1985.
- Cidade Educadora: princípios e experiências / Moacir Gadotti, Paulo Roberto, Alicia Cabezudo, (orgs). São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire; Buenos Aires: Ciudades Educadoras America Latina, 2004.
- CURY, Augusto Jorge. Pais Brilhantes, Professores fascinantes. Rio de Janeiro: sextante, 2003.
- GATTI, Bernadete Angelina. Formação de Professores e carreira: problemas e movimentos de renovação. 2ª Ed.Campinas, SP: Autores Associados, 2000.