A escola como meio educativo de finalidades culturais

Por Elizabeth de Jesus Santana | 16/02/2012 | Educação

A ESCOLA COMO MEIO EDUCATIVO DE FINALIDADES CULTURAIS

           

            A escola é como o lugar de instrução e como meio educativo é tal como imagina a pedagogia ideológica, e tal como se organizou ao longo desses anos. Ela tem necessidade de elaborar sua própria estratégia educativa e de investi-la num sistema escolar que, mesmo quando é financiado pelo Estado, reivindica sua autonomia em face da sociedade. A sociedade é demasiadamente corrompida para dar à criança uma educação que lhe permita tornar-se plenamente homem. É preciso, portanto, educar a criança na escola, meio fechado que a protege de todas as influências sociais perniciosas.

            A escola, nessa perspectiva, define-se como meio educativo e se ordena para finalidades culturais. O meio escolar depois de ter rejeitado toda a relação direta com a sociedade, constitui-se em meio cultural autônomo, mas, cumpre-se de início, m ponto importante: a concepção atual da escola como meio educativo não é a única possível. Como efeito, a ideia de que a escola deve ter uma vocação essencialmente educativa não é tão evidente quanto geralmente se pensa. Historicamente, não nasceu como meio de educação substituindo-se à sociedade, mas como lugar onde era dispensada uma instrução que completava a educação recebida na sociedade.

            É a recuperação da escola por uma pedagogia da atualização e da corrupção da natureza humana que transformou a escola neste meio educativo que ainda hoje ela se esforça por ser. Existe aí um fato essencial que merece algumas explicações históricas: com efeito, que a concepção atual da escola não seja a única possível significativa que uma rejeição da escola que conhecemos não deveria levar obrigatoriamente a uma recusa de toda forma de instituição escolar.

            A escola foi de início lugar de instrução, isto é, lugar de transmissão de um saber que não tinha curso na sociedade sob forma de imediatamente assimilável. Assim, a escola grega não era um meio educativo que visava à formação da personalidade da criança em todos os seus aspectos. A escola era simplesmente esse local não-especializado em que o mestre trabalhava. Este saber desempenhava certo papel na formação da criança, mas o essencial da educação era recebido fora da escola, na família e na sociedade. A ideia de educação estava à de relação privilegiada entre uma criança e um adulto.

            Portanto, a vocação da escola na antiguidade não era automaticamente, educativa. Pode-se considerar a escola, seja um lugar no qual a criança adquire conhecimentos e técnicos que a sociedade pode transmitir-lhe diretamente, seja como meio de vida que pretende formar a personalidade da criança em todos os seus aspectos. Era um domínio especializado.

            Hoje, a educação busca um sujeito integral e repleto de ideais em comum com a sociedade, no momento mais justo e igualitário. Aqui, a educação passa a ser o marco inicial para o engrandecimento do indivíduo. Nesse contexto, a educação busca reagir contra os antigos parâmetros, onde visava apenas a especialização do sujeito esquecendo sua essência. Mas a educação mudou e mudou na intenção de ajustar o indivíduo aos seus ideais mais supremos.