A ERA DAS ESCOLHAS...

Por Nourmirio Bittencourt Tesseroli Filho | 10/05/2016 | Crescimento

Ontem, na PUCPR, eu fiz a devolutiva das avaliações. Mas antes de “devolver” as provas aos alunos, disse a todos que havia me decepcionado com alguns. Ressaltei que a gente só se decepciona com quem a gente gosta. 

Na saída, um aluno me procurou:

- Professor, eu fui muito mal na sua prova... Aliás, em quase todas as matérias! Largarei a sua disciplina neste semestre... Mas quero que saiba que adorei suas aulas! Você me fez gostar de Direito Constitucional. Eu estudei muito, porém não sei o que aconteceu... Não quero que faça um mau juízo de mim, professor.

Eu disse a ele:

- Sabe o que você é? Um perdedor!!! E emoções de perdedores não compensam nunca.

Ele franziu a testa, demonstrando indignação. Eu expliquei:

- Não há demérito algum em ser rotulado de “perdedor”. Perder faz parte, meu amigo! Perdedor é aquele que tenta, mas sucumbe. Já o fracassado é aquele que nem mesmo tenta, e a vida normalmente passa em brancas nuvens. Não lamente o seu péssimo desempenho... Não quero carregar a carga de ninguém, pois ela é tão somente sua! Na segunda avaliação, marque presença.

Percebi que ele se emocionou...

Perguntei:

- Está bem?! Está gripado e febril como eu?

- Não... Bastante chateado apenas com o meu desempenho, professor. Mas obrigado por me ouvir...

Caro leitor, você será reconhecido pelos problemas que for capaz de resolver. Não gaste tempo com lamentações... Pensem bem antes de sair justificando “ad nauseum” uma coisa.

Muitos têm pânico de sucumbir, não pelo que esse termo significa para eles, mas pelo que significa a sua derrota para os demais. “O que dirão os outros?” Ora, bobagem! Nós sabemos quem somos, os outros apenas imaginam.

O grande lance é reconquistar o seu lugar a cada dia. A era das escolhas está aí! E querer pouco para si é o caminho para ter menos.

Obs. - hoje cedo o aluno me enviou uma mensagem: “Venderei caro a derrota, professor. Eu tenho uma filha e preciso me formar o quanto antes. O beijo da minha pequena me fez refletir melhor... Não desistirei da faculdade. Mais uma vez, muito obrigado!”

Pois é... Ensinar não é MIMAR (tampouco ANINHAR)