A ENERGIA NA SUA MATRIZ OU A MATRIZ ENERGÉTICA NAS SUAS MATRIZES.
Por Romão Miranda Vidal | 23/04/2011 | CrônicasA ENERGIA NA SUA MATRIZ OU A MATRIZ ENERGÉTICA NAS SUAS MATRIZES.
Sabidamente estamos nos confrontando com uma das mentiras governamentais, que sói acontecer comumente e em especial no desgoverno passado e no incerto e não muito esperançoso atual governo.
Um belo dia e estes dias já se fazem tão longínquos, apareceu um japonês que estava guindado no Ministério de Minas e Energia, um tal de Shigeaki Ueki que acreditou piamente no engenheiro Lamartine Navarro Júnior, homem honesto e correto e criou pelo Decreto Nº 76593 de 14 de novembro de 1975 o Proálcool, que esta seria salvação da Pátria e que não mais estaríamos dependentes dos mulçumanos.
O citado nipônico foi autor da brilhante frase: "Se todos os brasileiros trabalharem uma hora a mais por dia, a inflação cai". Só não mencionou que se os políticos fizessem a sua vez, conforme seus compromissos de campanha, também à época, a inflação cairia. Não mudou praticamente em nada. Não em relação aos trabalhadores, mas em relação aos políticos. Existe ainda outra citação célebre do advogado Shigeaki Ueki: SOBRA PETRÓLEO PORQUE O BRASIL ESTAGNOU".
Lembranças à parte a tentativa de nos libertamos dos combustíveis fósseis ?hidrocarbonetos - sempre deram com os burros n?água.
Nos anos que sucederam a 1975 a grande pedida era comprar carros a álcool. Para logo a seguir tornar um grande problema para os proprietários destes carros. O álcool simplesmente desapareceu do mercado.
E assim continua até os dias atuais. Foram inauguradas unidades de matrizes energéticas para a produção de combustível alternativo, mas que hoje estão abandonadas. Um dos exemplos, a que o ex-presidente inaugurou com um estardalhaço enorme, que utilizaria o pinhão manso. Hoje abandonada. Mas faturou uns pontos na mídia 51...
Mas deixemos de lado os veículos. Nós somos um dos poucos paises onde as bênçãos da Mãe Natureza, nos oferta inúmeras variáveis de matrizes energéticas.
Infelizmente as autoridades não estão levando a sério um dos grandes problemas ligados à produção de energia, em especial as geradas pelas hidroelétricas. Referimo-nos aos danos ambientais que as novas hidroelétricas que estão em faze de implantação e licitação, na região amazônica. É sabido que os rios desta região são rios de planície e que não existe por conseqüência declividade suficiente para que as águas atinjam a combinação exigida pelas leis da Física: massa + velocidade = força suficiente para gerar as turbinas que irão gerar energia elétrica. E então pergunta-se qual a razão para se instalarem novas unidades geradoras em locais tão ermos? Ou será que estes complexos altamente danosos ao meio ambiente, em construção estão sendo construídos para atender novos complexos industriais do tipo Vale? Indústrias de exploração de alumínio?
As matrizes energéticas do tipo MDL estão disponíveis no Brasil de norte a sul e de leste a oeste, passando pelo centro-oeste.
Pouco se tem aplicado em relação à energia eólica. Uns dos entraves segundo os técnicos consultados estão diretamente focados nos custos dos investimentos necessários. O Brasil já detém o domínio no fabrico dos componentes para este tipo gerador de energia. Se bem que, os preços elevados ainda não permitam a sua aplicação em maior escala. Na China a energia eólica tem um uso considerável. Saí mas barato importar da China do que comprar no Brasil. Em artigo postado por Marcos Costa, temos a seguinte informação:
"Até 2020, a capacidade instalada de energia eólica na China pode chegar a 230 GW, ou seja, um bloco de energia equivalente a 13 vezes a atual capacidade da hidrelétrica de Três Gargantas, com volume de geração anual da ordem de 465 TWh. Os números estão no China Wind Power Outlook 2010, novo relatório divulgado pelo Greenpeace, o Chinese Renewable Energy Industries Association (CREIA) e a Global Wind Energy Council (GWEC)."
Completando a reportagem: "410 milhões de toneladas de emissões de CO2, ou 150 milhões de toneladas de carvão que o país consome." Deverão ser reduzidas.
Um dos entraves para o uso da energia eólica no Brasil, está realmente no elevado custo dos seus componentes. Os chineses os fabricam e colocam no mercado internacional a um custo de 60% a menor que os fabricados no Brasil. É a velha ganância do governo que exige da iniciativa privada investimentos quase que suicidas, garroteando-os com elevadíssimos impostos. Calcula-se que a soma dos recursos eólicos existentes se apresentem em torno de 70.000 GW a 73.000GW, algo como 5 a 6 vezes o que se consome no momento. Alguns estudos indicam que existem limitações para o uso da energia eólica. Um destes estudos indicam que estas limitações seriam em função de áreas para agropecuária ou agricultura de subsistência. Provavelmente este raciocínio não venha condizer com a realidade. As estruturas geradoras não ocupam espaços tão importantes assim, bem menos que uma PCH. Um dos entraves relacionados com o uso da energia eólica se diz respeito às distâncias na qual se encontram os "túneis de vento", dos locais de uso e aplicação, devido à perda de energia na sua transmissão. Mas isto acontece com as hidroelétricas. É o caso de Itaipu. Alguns estudos mais futurista indicam que a energia eólica poderá ser gerada em algo mar, devido aos ventos constantes. Futuro...
Se analisarmos alguns pontos em relação aos potenciais instalados no Brasil em relação à energia eólica, temos que considerar que para a instalação de uma simples unidade ou várias unidades aerogeradoras, será necessário um deslocamento permanente de vento da ordem de quatro a sete metros por segundo. A geografia litorânea brasileira nos brinda com aproximadamente 70 mil quilômetros quadrados, sendo a maior parte localizada no nordeste. Só o nordeste com este potencial instalado apresenta algo como 272 terawatts-hora por ano (TWh/ano) de energia elétrica. Se considerarmos que o nosso consumo anual de energia esta na casa dos 425 TWh/ano e que o potencial instalado no litoral nordestino é da ordem de 272 terawatts-hora-ano, vem a representar algo como 64% de toda a energia consumido no Brasil.
Mas temos que considerar que a energia eólica vem na contra-mão dos interesses dos políticos lobistas das grandes empresas brasileiras, sobejamente conhecidas, que em consonância com os outros interesses de empresas mineradoras, insistem em construir hidroelétricas no complexo da bacia amazõnica, onde se tem como verdadeiro e de fácil comprovação, que todos os seus rios são de planícies. Mehor dizendo. Todos os rios da bacia amazônica não apresentam grandes declividades topográficas, que permitem a somatória de massa + velocidade=força para acionar as turbinas. Razão pela qual os sistemas de geração de energia em todas as hidroelétricas da região amazônica, exigem grandes áreas de alagamento e de destruição do meio ambiente. Além de barragens de expressiva elevação. Relação entre altura da barragem, ligada a extensão da área a ser inundade e o volume de água estocado. Temos ainda que considerar que existe um período de déficit hídrico. Provavelmente o sistema a ser adotado por estas empresas será o sistema de tulipa. Na realidade o lobby realizado pelos parlamentares é quase que imbatível. Segundo um dos parlamentares a situação é a seguinte. "A mesma quantidade de energia, 4.571 MWmédios, apresentaria um custo 73% superior se produzida em pequenas centrais hidrelétricas" Mentira deslavada. As PCH?s não impactam como impactam as grandes geradoras em especial a de Belo Monte. A energia gerada pelas PCH?s ou são consumidas ?in-loco- e o execedente é jogado no Sistema ou a sua totalidade é jogada no Sistema.
Concluindo o item energia eólica, mas não perdendo a oportunidade de colocar nos devidos trilhos da história, os técnicos da Norte Energia ignoram de forma brutal ao citarem o seguinte: "Caso o bagaço da cana-de-açúcar fosse selecionado como opção para substituir essa geração, haveria uma demanda adicional de 8 milhões de hectares de área plantada, significando mais 170 milhões de toneladas de bagaço por ano, o que corresponde a uma safra de 681 milhões de toneladas de cana." Provavelmente ignoram de forma macro que o Brasil dispôem de 270 milhões de hectares que deverão fazer parte do Sistema de Integração Lavoura Pecuária, que poderáo gerar matrizes energéticas pelo sistema MDL.l, em função da existência de pastagens degradadas.
Ainda nesta linha de raciocínio. O plantio de palmas para a produção de óleo de dendê, para geração de bio-combustível usado no Ciclo Otto, poderá abastecer todas as cidades do norte e nordeste.
Portanto a situação de geração de energia elétrica no Brasil é tão ou maior que se possa imaginar. O que não se pode admitir é que técnicos como RODOLFO LANDIM, 54, engenheiro civil e de petróleo, é presidente da YXC Oil & Gas(*) e sócio-diretor da Mare Investimentos. Trabalhou na Petrobras, onde, entre outras funções, foi diretor-gerente de exploração e produção e presidente da Petrobras Distribuidora,use descaradamente o espaço democrático da imprensa brasileira para defender interesses econômicos que terão por certo conseqüências desastradas e irreparáveis ao meio ambiente.
(*)A YXC, petroleira de Rodolfo Landim, ex-braço direito de Eike Batista.