A efemeridade do ser.

Por Geani Carla Di Benedetto | 03/09/2010 | Sociedade

"A efemeridade do ser."

"Viver é uma eterna luta para chegar a lugar nenhum e conquistar coisa alguma."

Geani Carla Di Benedetto.


Instinto - Opressão - Repressão.


Somos tão frágeis, emocional e psicologicamente, e ao mesmo tempo tão soberbos e donos de si! "Vestimos" a capa da superioridade como os heróis imortais que nós mesmos criamos.
Travamos uma luta diária do bem contra o mal, ou vice-versa, quando, na verdade, jamais haverá um vencedor, pois o bem se torna mal e o mal se torna bem... Dentro da conveniência de cada um.
São infinitos os oprimidos e os opressores que transformaram mentes, mudaram comportamentos. Alguns fizeram a diferença porque acreditavam num ideal. Mas, ninguém muda ninguém, somos meros instrumentos que acionam em nossos semelhantes aquilo que pulsa em seus peitos, numa grande coincidência de desejos. O tempo torna-se fugaz. Amor e ódio se confundem.
Vivemos numa eterna escuridão acerca de quem somos, do que é certo ou errado, do que queremos e do que podemos, não conseguimos nos libertar dos rótulos impostos por aqueles que sempre esperam muito de nós. Ou daqueles que nada esperam. Este eterno conflito nos aniquila e nos paralisa.
A certeza da escolha é apenas um artifício, pois na verdade nossas atitudes são instintivas, são impulsivas, carregadas de histórias pessoais e intransferíveis.
A mesma linha vermelha que separa os indivíduos por gangues e ou grupos ideológicos é capaz de uní-los na dor e no preconceito, no grau de esperança e na certeza de que todos, sem exceção, teremos um único fim; o próprio fim.
Porém, nossa espécie foi mimoseada com o mais belo de todos os sentimentos, o mais nobre e, por ser nobre, são poucos os que o reconhecem e o vivencia; o AMOR. Sentimento mágico, que nos pega de surpresa para romper com valores sem valor. Nós o desejamos e o rejeitamos. O tememos.
A "efemeridade" faz parte de nós, pois está justamente em nossas atitudes ambiciosas e individualistas, atuando tal qual um vírus invisível e indestrutível. Infringimos as regras para benefícios próprios e nunca por um bem comum. Exterminamos-nos mutuamente.
As mudanças provocadas nas pessoas e de certa forma, nas instituições públicas, é momentânea e utópica, não sobrevive aos instintos destrutivos do homem.
E assim, eu concluo:
"O ser humano está longe da racionalidade real da palavra e sim, de que se trata de uma espécie fadada a extinção por si só. Somos efêmeros por que não somos verdadeiros."


Geani Carla Di Benedetto.