A EDUCAÇÃO NO I E II IMPÉRIO

Por Emerson da Cruz | 18/08/2011 | Educação

A EDUCAÇÃO NO I E II IMPÉRIO

Emerson da cruz

RESUMO
Este trabalho salienta as condições e formas de educação no Império I e II. Nesse período não havia uma educação planejada. As mudanças que ocorriam na educação resolviam problemas imediatos, sem encará-los como um todo.

Palavras-chaves: Educação. Ensino. Império.


1 INTRODUÇÃO

O império foi marcado por grandes derrotas em relação à educação, pois era claro o interesse dos nobres em que o ensino se limitasse àqueles que tinham dinheiro. Nesse período o ensino elementar era menosprezado, afinal não era o objetivo da corte. A educação era precária, sem qualidade de ensino, com professores improvisados, incompetentes e, devido aos baixos salários, obrigados a se dedicar a outras atividades ao mesmo tempo. Estes fatores eram altamente prejudiciais á educação.



2 A EDUCAÇÃO NO I E II IMPÉRIO

2.1 O ENSINO ELEMENTAR

Como a sociedade da época, desprezava os trabalhos manuais e as artes havia um total desinteresse pelo ensino profissional e um total abandono para com o ensino primário. A elite da época considerava as profissões ligadas às artes e aos ofícios.
Só mesmo o descaso com que o ensino primário era tratado e a falta de visão na busca de soluções para os problemas educacionais permitiam entender a adoção por tanto tempo um método de ensino que não era consistente.
Esse método veio para o Brasil em 1789 chamado Lancaster era o que se tinha de melhor, as crianças tinham um pouco de noção de leitura, do cálculo, da escrita e do catecismo. Esse método foi utilizado para suprir a falta de professores.
As aulas eram ministradas por alunos auxiliares denominados monitores e o professor era semelhante a um inspetor, tudo vigia e só interferia em casos mais difíceis. Foi um método utilizado para solucionar a educação popular e numerosa, mas foi ineficiente, entretanto no Brasil permaneceu por 15 anos.
O ensino era muito superficial visto que eram os próprios alunos que ensinavam os demais e muitas falhas foram ocorrendo. Já em maio de 1823 inaugura-se a Assembléia Constituinte e Legislativa.


2.2 ENSINO SECUNDÁRIO

Quanto ao ensino secundário, ainda continuava o sistema imposto por Pombal no século XVIII, sistema de aulas régias. Esse sistema consistia em aulas particulares em diferentes casas, onde o aluno deveria ir até a casa de um regente educacional e receber as aulas necessárias.
Esse sistema foi encerrado em 1857 por que não trabalhava todas as disciplinas necessárias para entrar na Universidade e também pela dificuldade em se locomover da casa de um professor para outra casa já que cada um lecionava uma disciplina.
Com isso criam-se os liceus Provincianos que tinham como objetivo reunir todas as aulas avulsas em um mesmo lugar, constituindo-se assim os primeiros currículos seriados, mas com a preocupação predominante de fornecer as disciplinas exigidas nos exames preparatórios para o ensino superior.
Assim, a partir de um ato adicional que se enfatiza as primeiras providências tendentes a imprimir alguma organização aos ensinos públicos secundários. Começam a surgir os Liceus: O Ateneu do Rio Grande do Norte , em 1835, na Bahia e na Paraíba em 1836. Isso ocorre graças a uma reunião de cadeiras avulsas existentes nas capitais das províncias.
Já em 1837 cria-se no Rio de Janeiro, o Colégio Pedro II que foi modelado para todo país. Esse destinava-se a educação de meninos nas costas da igreja de São Pedro.
Recebeu diversos nomes até receber o nome de Colégio de Pedro II.
Neste seminário o objetivo era ensinar aos órfãos o caminho eclesiástico. Entretanto o ensino da gramática latina e a musica era componentes fundamentais para o currículo. Esse colégio era a única instituição a realizar os exames que possibilitava o ingresso nos cursos superiores.
Esse colégio passou algumas reformulações onde o ensino era de 8 anos podendo ser realizada em 6 ou 7 anos . Os alunos concluintes não precisavam fazer exames para ser admitidos nos estudos superiores. O colégio contava com 30 alunos em regime de internato e somente 7 alunos eram pobres e gozavam de gratuidade.
Durante o período Imperial pouco foi feito em favor da educação das meninas, no inicio do império o que se oferecia a elas era o ensino limitado às primeiras letras a as habilidades manuais, noções de música, dança, bordados e prendas domésticas. Depois no decorrer do século cresceu o ensino dos meninos em colégios particulares.
Antes de 1880 quando houve a instalação da Escola Normal, os poderes públicos só ofereciam ás crianças e adolescentes do sexo feminino. A instrução primária do 1º grau, portanto aos colégios particulares coube a tarefa de prover a instrução secundária. Com cursos de Geografia, Línguas Modernas e História Geral e do Brasil. Essas instruções secundárias só ocorreram no final do Império.
No período Imperial serviu como difusão dos cursos de Direito, passagem obrigatória para os filhos dos nobres. Das faculdades de Direito saíram novos políticos o que explica a despreocupação da classe dirigente com os problemas econômicos e sociais.
Em 1855 a 1864 inicia-se a Escola de Medicina e cursos Farmacêuticos. Assim inicia-se a Republica com uma rede escolar primária precária uma escola secundária freqüentada somente pelos filhos das classes abastadas e um ensino superior desvirtuado nos seus objetivos. Além da deficiência quantitativa a República herdou uma deficiência qualitativa no campo da educação.

Houve um período da Educação que eram alunos ensinando alunos sem formação, no ensino secundário o professor trabalhava individual com aluno individual trabalhando apenas uma disciplina chamada de aulas régias. Só bem depois concentram-se nas cidades grandes colégios secundários para meninos. Onde os pobres não atingiam 30% dos alunos. O ensino secundário era destinado somente para elite com cursos de Direito, Medicina e Farmácia. Onde o objetivo maior era fazer nos políticos um modelo de ensino que não deu conta da necessidade existente.

A situação dos professores na Escola elementar era péssima, geralmente não tinham preparação para a função, já que eram improvisados e mal pagos, esses eram nomeados por indicação ou sob concordância de bispos e se tornavam "proprietários" vitalícios de suas aulas régias.


2.3 ENSINO SUPERIOR

O ensino superior no Império foi tardio e decorreu de uma mudança na estrutura política do Estado português que aqui se instaurou com a vinda da Coroa portuguesa em 1808. Seu caráter não-universitário e profissionalizante foi determinado pelos interesses da elite que aqui aportou com D. João VI. Isso deixa evidente que nesse período, não possuíamos universidades, mas sim cursos profissionalizantes de nível superior. Possuíamos um ensino superior, sem vinculação entre teoria e prática, elitista e funcional aos interesses dominantes. Pouca coisa mudaria com o Império no que tange a essa caracterização do ensino superior brasileiro. Aqui, havia sim, cursos superiores como os seminários, porém eram destinados à formação de padres. A atenção especial dada ao ensino superior reforçava o caráter que privilegiava os nobres. Os cursos jurídicos eram os que mais atraíam os jovens, cujo prestígio vinha, sobretudo do uso da tribuna. Os nobres procuravam esses cursos, não só para seguir a atividade jurídica, mas para ocupar funções administrativas, e políticas ou dedicar-se ao jornalismo.



3 Considerações Finais

O presente trabalho procurou contribuir para o entendimento da educação no Império I e II. A educação era desorganizada, não tinha planejamentos, e procurava resolver problemas imediatos. A monarquia deixava claro seu interesse em que a educação se destinasse àqueles que tinham dinheiro. Enquanto outros países caminhavam em direção oposta, promovendo a educação nacional, nosso ensino perdia ainda mais a unidade de ação.
Ainda que no final do império surgissem algumas esperanças de mudanças no quadro educacional, a situação do ensino continuava precária.


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HAIDAR , Maria de Lourdes Mariotto. O Ensino Secundário no Império Brasileiro. São Paulo : Editorial Grijalbo Ltda, 1972.
LOPES, Leonor Fávero. O Ensino no Império : 1837-1867 ? Trinta Anos do Imperial Collegio de Pedro II . In Institucionalização dos Estudos da Linguagem: a disciplinarização das idérias lingüísticas . São Paulo : Pontes .
NISKIER , Arnaldo . Educação Brasileira : 500 anos de história . Rio de Janeiro: Funarte , 2001.