A Dúvida
Por desiree castro dias | 08/09/2010 | LiteraturaNão sei se o que escrevo faz exatamente jus ao que penso e sinto, pois nem eu mesma sei o que realmente quero.
Pensar no amor como uma coisa sublime e divina, é possível, mas não sei... tenho minhas dúvidas.
O amor pode trazer sofrimento, discórdia, brigas e até mortes, o que não corresponde aos seres divinos. Então pra mim o amor é diferente... O amor simplesmente é necessário. É indispensável, é humano.
Posso não ser a pessoa certa para falar desse assunto, pois tenho a sorte (ou não) de conseguir evitar ou até mesmo protelar esse sentimento, não por não o valorizar, muito pelo contrário, por medo de viciar e ter que aprender a viver sem. Mas até para mim, o amor tem suas armadilhas, e sim, eu caí numa. Estava bem eu, sozinha, e aparece um infeliz que desperta isso em mim. Mas confesso, eu estou gostando, e muito.
Defendo que cada um tem a sua definição de amor, e essas não se encontram num dicionário. A minha é essa:
'Sentir aquele friozinho na barriga quando ele está lá fora te esperando;
Ter o receio de receber uma mensagem, e não ser dele, ser da operadora;
Evitar olhar nos olhos dele para não cair no leito de sua alma, e quando voltar a superfície, não ser pega com ele olhando nos seus, lendo seus pensamentos;
Contar as horas para vê-lo novamente e poder ser você mesma, imbecil, bocó, chata, alegre e apaixonada;
Ter ciúmes, fingir que não se importa, e dar motivo de ciúme três vezes pior;
Lembrar do sorriso dele, e rir , porque simplesmente é contagiante. (Quando ele sorri, eu esqueço quem sou);
Ficar emocionada, pensando na merda que é estar amando;
Fofocar sobre os outros, conversar sobre assuntos proibidos e indignar-se com os problemas do mundo;
Dentre outras coisas que não podem ser citadas.
Mas as vezes eu volto à mim mesma, e penso se é o que eu realmente quero, se eu realmente almejo essa definição pra mim.
Apaixonar-me, vivenciar momentos bons e ruins proporcionados por ele, ter um amigo, um ombro, o medo de perdê-lo, ser instável, sentir a sintonia, o envolvimento, o prazer... E me perguntar novamente: É isso o que eu quero? As vezes a resposta vem clara e num uníssono não. Outras, num sim.
Decidi que a dúvida de amar ou não amar, não cabe mais à mim. Deixo isso para os filósofos e pensadores. Eu prefiro não pensar sobre o futuro, assim, faço com que o presente seja intenso.
Gosto que a vida siga o seu curso natural, e que o que tiver que ser, será. Exatamente por isso, não procurarei mais, poemas que definem o amor, encontrar as respostas de minha dúvida. Pois naqueles versos só me perderei, tentando fazer da resposta dos outros, a minha. Lá habitam as dúvidas desses escritores famosos e anônimos que tanto escrevem à procura de entrar nessa paranóia de quem ama. Torço para que um dia as encontrem, assim como desejo que torçam por mim.
O dito cujo, pode estar só de passagem pela minha vida, seja para acrescentar ou simplesmente tirar minhas noites de sono. Mas a dúvida já está muito bem plantada e regada, num solo muito promisso e fértil.
Pois bem, Se estou amando, não sei. Mas quem sabe?
Lamento que ninguém possa descobrir isso por mim , muito menos contar-me... porque tamanho sentimento, não se diz.. apenas se vive.
Anônima .